quarta-feira, 16 de março de 2011
Sweet 60's (6)
Generalidades
Do wah Diddy,
Manfred Mann
terça-feira, 15 de março de 2011
Coisas de homem (ou de gajo)...- IV - O problema dos comprimentos de mangas e calças

A foto acima, de dois por demais conhecidos homens do jet-set internacional, ilustra de forma flagrante, dois estilos muito diferentes de vestir. Na minha opinião, é o vestir elegante sem esforço, e o esforçar por estar bem vestido, sem minimamente o conseguir.
Com efeito, Luca di Montezemolo, considerado um dos homens mais bem vestidos do mundo, enverga de forma impecável, um fato assertoado feito por medida, e…com todas as medidas correctíssimas. Pelo contrário, Schummacher, com um fato que creio ser Boss, não ficaria menos elegante se envergasse antes, o habitual fato de piloto de automóveis, ou mesmo, um saco de batatas: as mangas estão compridas demais, as pernas das calças estão compridas demais…enfim, está tudo demais, inclusive aqueles inacreditáveis sapatos. A conclusão a que há muito cheguei, é que o dinheiro, por muito que seja, não compra elegância ou bom gosto.
Bom, mas o curioso nisto, é que, por cá, há muito o hábito de, mesmo nos círculos mais “elegantes” - já o tenho visto, até em passagens de moda, o que é realmente inesperado - os homens usarem calças demasiado compridas, a cair sobre os sapatos, formando uma espécie de harmónio sobre eles. Ora a regra manda que as calças caiam até aos sapatos, não sobre. Como no caso de Luca, na foto.
Outro dos pecados habituais dos elegantes portugueses, é o comprimento excessivo das mangas dos casacos. Neste caso, a regra é que a manga, quando o braço estiver esticado ao longo do corpo, deve deixar ver 1,5 a 2cm do punho da camisa.
São regras fáceis, e que dão outra distinção a quem usa um fato, ou mesmo, um conjunto de blaser e calças diferentes. Sim, eu sei que o fato por medida cada vez está menos acessível, mas, que diabo, não conheço nenhuma loja por mais modesta que seja, que não faça os ajustes requeridos pelo cliente, e muita vez isso basta para dar aquele toque de elegância, tanta vez ausente por mero desleixo.
Generalidades
Bem vestir,
mal vestir
sexta-feira, 4 de março de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Coisas de homem (ou de gajo)...- III
Esta foi uma frase que um amigo meu um dia proferiu numa pequena tertúlia que mantínhamos há uns anos atrás, num conhecido café de Lisboa, cuja gerou alguma polémica.
Com efeito, estabeleciam-se naquele grupo, com alguma frequência, pequenas discussões, não propriamente sobre o vestuário - embora não fosse este um tema tabu - mas mais sobre divergências estéticas. E o curioso é que, em questões de gostos (na generalidade), até nem existiam grandes divergências entre nós.
(clique na imagem para aumentar)
Dito isto, a clivagem estabelecia-se pois, na importância da gravata, do seu uso ou da sua importância. E acrescento isto, porque o autor da frase, usava normalmente o sagrado item.
A uma das respostas que recebeu: “ A gentleman without a tie is not a gentleman”, talvez pelo radicalismo subjacente e por ter sido dada em tom snob, considerei eu ainda mais assinalável que a que lhe deu origem.
Não vou relatar a contenda na sua totalidade, acrescento só que a maioria daquele pequeno clube, considerava quase essencial o uso diário, sendo que alguns a tinham como dispensável em determinadas circunstâncias.
É claro que a alguns leitores parecerá qualquer das posições exageradas (a maioria considerará até tal discussão fútil), mesmo a mais condescendente, e portanto, é forçoso esclarecer que não estava em consideração o seu uso em tempos de lazer, mas tão somente o modo de alguém respeitável se apresentar no seu emprego ou numa soirée cinéfila.
Devo dizer que sou um adepto incondicional das gravatas, e que as uso (quando uso) ou usei, por gosto e nunca por obrigação. Tal gosto, deu azo a que ao longo de algumas dezenas de anos, tenha junto uma pequena colecção que aprecio bastante, mas que tem o grande defeito comum a qualquer colecção: nunca está completa.
E tenho um especial apreço por gravatas de malha de seda (também as há de malha de lã, mas não são tanto ao meu jeito), das quais apresento aqui, alguns exemplares que fazem parte da tal pequena colecção. Curiosamente, é um tipo de gravata que por cá não se vê muito, ou, pelo menos, não se vê tanto como eu gostaria (visto a minha preferência por elas) - mesmo tendo em conta que é um tipo de gravata cuja nó nem sempre é de fácil execução - e, como é óbvio, tenho marcas de eleição: Drake’s, Ascot ou Rubinacci, qualquer delas de muito boa qualidade e feitura.
Já agora, um conselho a quem se atreva com uma destas [isto (o “atrevimento”) porque, como é dito, a dificuldade em conseguir um nó bem feito, leva muitos ao desespero] : nunca puxe a gravata de molde a que o nó fique muito apertado. Tal terá como resultado a sua inevitável deformação.
E já agora: uma gravata é mesmo só um pormenor?
Dito isto, a clivagem estabelecia-se pois, na importância da gravata, do seu uso ou da sua importância. E acrescento isto, porque o autor da frase, usava normalmente o sagrado item.
A uma das respostas que recebeu: “ A gentleman without a tie is not a gentleman”, talvez pelo radicalismo subjacente e por ter sido dada em tom snob, considerei eu ainda mais assinalável que a que lhe deu origem.
Não vou relatar a contenda na sua totalidade, acrescento só que a maioria daquele pequeno clube, considerava quase essencial o uso diário, sendo que alguns a tinham como dispensável em determinadas circunstâncias.
É claro que a alguns leitores parecerá qualquer das posições exageradas (a maioria considerará até tal discussão fútil), mesmo a mais condescendente, e portanto, é forçoso esclarecer que não estava em consideração o seu uso em tempos de lazer, mas tão somente o modo de alguém respeitável se apresentar no seu emprego ou numa soirée cinéfila.
Devo dizer que sou um adepto incondicional das gravatas, e que as uso (quando uso) ou usei, por gosto e nunca por obrigação. Tal gosto, deu azo a que ao longo de algumas dezenas de anos, tenha junto uma pequena colecção que aprecio bastante, mas que tem o grande defeito comum a qualquer colecção: nunca está completa.
E tenho um especial apreço por gravatas de malha de seda (também as há de malha de lã, mas não são tanto ao meu jeito), das quais apresento aqui, alguns exemplares que fazem parte da tal pequena colecção. Curiosamente, é um tipo de gravata que por cá não se vê muito, ou, pelo menos, não se vê tanto como eu gostaria (visto a minha preferência por elas) - mesmo tendo em conta que é um tipo de gravata cuja nó nem sempre é de fácil execução - e, como é óbvio, tenho marcas de eleição: Drake’s, Ascot ou Rubinacci, qualquer delas de muito boa qualidade e feitura.
Já agora, um conselho a quem se atreva com uma destas [isto (o “atrevimento”) porque, como é dito, a dificuldade em conseguir um nó bem feito, leva muitos ao desespero] : nunca puxe a gravata de molde a que o nó fique muito apertado. Tal terá como resultado a sua inevitável deformação.
E já agora: uma gravata é mesmo só um pormenor?
Generalidades
Gravatas de malha de seda
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Sweet 60's (4)
* - Top 1 em Inglaterra e EUA, Fevereiro de 1965
Generalidades
The Righteous Brothers
domingo, 20 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Coisas de homem (ou de gajo)...- II

Curioso no bairro é que, apesar do seu “clima” aprazível, o comércio não floresce. Se excluirmos a restauração, parece que nada se dá por aqui, ao contrário de Campo de Ourique, bairro fornecido de lojas, embora me pareça que mesmo aí, as coisas já não sejam como há uns anos atrás, e que quem queira qualidade, terá que se deslocar às Amoreiras, ou a outra zona comercial.
Mas a verdade, é que Lisboa, ao contrário de outras capitais europeias, pouco preserva as suas lojas mais emblemáticas, e, uma a uma, vamos assistindo ao seu desaparecimento. De lojas de pronto a vestir a discotecas (estas sacrificadas ao “deus” FNAC), tudo morre, e mesmo a Baixa deixou há muito de ser local obrigatório para quem se queria vestir ou calçar bem. Morreu o Adão Camiseiros (belíssimas popelinas e excelente corte para qualquer modelo de camisa) e a Melodia. A Valentim de Carvalho e a Old England. Já para não falar das grandes lojas de homem da avenida da Liberdade, do Santos & Nascimento à Pestana & Brito.
É portanto, com muita satisfação que vejo aquelas velhas lojas que sobrevivem, e se vão mantendo, como a Luvaria Ulisses, na Rua do Carmo, que deve ser uma das lojas mais pequenas do mundo, mas que a tudo tem resistido. E quem quiser luvas impecáveis, é só procurar aí. A última vez que lá fui, no princípio deste Inverno, resultou na compra das luvas de peccary da foto, substitutas de outras que tinham entregue a alma ao criador, sacrificadas na substituição de um pneu estupidamente furado em plena autoestrada.
E delas se pode dizer que, além do extraordinário “toque”, assentam que nem uma luva.

Generalidades
Luvaria Ulisses
sábado, 29 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Rápidas
Eleições, 3 notas:
- Desde logo, uma declaração de interesses: das televisões generalistas nacionais, sempre preferi a RTP. Mesmo com os seus muitos defeitos, e apesar das manipulações de que se diz ser vítima, continua a sua informação a ser a que vejo com mais regularidade pela certeza na verdade e isenção patente no que me é dado a conhecer.
Mas do que queria falar é do aproveitamento que é feito em certos meios televisivos, de assuntos que apelam mais ao nosso lado, digamos, voyeurista, como o caso Casa Pia, Face Oculta, Apito Dourado ou outros do mesmo género, e de que é exemplo actual o assassinato de um conhecido “jornalista” social.
Por razões pessoais, tenho passado as manhãs das últimas semanas em casa, e, ao mesmo tempo que faço outras coisas, “ouço” o que se diz no canal em que calha estar sintonizada a TV. Ora um ou dois dias depois do triste acontecimento, o aparelho estava na SIC, e ouvi um painel de comentadores a tecerem considerações sobre o caso. No dia seguinte, e à mesma hora, exactamente o mesmo, e no a seguir o mesmo, e assim sucessivamente. Isto é, a SIC, no seu programa da manhã, tem actualmente uma espécie de “coluna” liderada sempre pelo mesmo “jornalista”, com opinação exclusiva sobre o caso, parece, mais escaldante da nossa actualidade.
Pessoalmente e sobre o caso, vejo capas de revista cor-de-rosa no escaparate do jornaleiro com as fotos dos 2 protagonistas em todas elas, soube do insólito apelo ao cordão humano e vigília a favor do presumível autor do crime, mas evitei ler o que quer que fosse em blogues, uma vez que já sei no que normalmente estas coisas dão: divide-se a malta a meio discute-se a coisa como é nosso costume discutir o futebolês. Pior ainda, o caso vertente é susceptível de desencandear ondas de homofobia ou de condenação antecipada. Que é o que se tem passado na Sic. Como já disse, sob a batuta do douto “jornalista”, e com base nas mais variadas e delirantes especulações, tem-se erguido um libelo acusatório contra o arguido. Não sei se o que move o senhor é um corporativismo exacerbado, uma fobia de “apresentar serviço” ou outra qualquer intenção.
O que sei é que um canal de televisão respeitável, não deveria permitir que num seu programa se desse forma a um tribunal sumário.
- O discurso de Cavaco coincidiu perfeitamente com a imagem (muito má) que tenho dele. Como é que agora pode proclamar que será o “presidente de todos os portugueses” depois daquele chorrilho de ataques a roçar a mesquinhez que desferiu contra os seus adversários, e consequentemente todos os seus (deles) apoiantes?
- Sócrates deve ter respirado de alívio: a não haver nenhum acontecimento muito extraordinário, desta é que se viu livre da pedra no sapato que constituía Manuel Alegre.
- O mesmo não poderá dizer A. J. Jardim: depois do enfarte, a dor de cabeça chamada José Manuel Coelho, que, ao que me parece, poder-se-á erguer como alternativa válida em próximas eleições regionais
- Sócrates deve ter respirado de alívio: a não haver nenhum acontecimento muito extraordinário, desta é que se viu livre da pedra no sapato que constituía Manuel Alegre.
- O mesmo não poderá dizer A. J. Jardim: depois do enfarte, a dor de cabeça chamada José Manuel Coelho, que, ao que me parece, poder-se-á erguer como alternativa válida em próximas eleições regionais
Futebol: 2 notas:
O meu clube permanece igual a si próprio, pelo menos desde que esta linhagem tomou conta das rédeas do poder, isto é, um clube cada vez mais afastado dos sócios, mais elitista e dirigido com evidente incompetência. O meu pai, de quem herdei o sportinguismo, dizia que era do Sporting, porque este era um clube de elite. Mas para ele, isto queria dizer que o Sporting era “um clube diferente”, não que fosse um daqueles clubes ingleses, género “clube do Bolinha”.
Veremos o que nos trazem as próximas eleições. Oxalá não nos apareça outro presidente que desvalorize - ou deixe desvalorizar – jogadores, que compre jogadores por catálogo ou a caminho da reforma, nem contrate treinadores de 3ª categoria.
- Os acontecimentos após o jogo de ontem do SLB não me chocaram. Mas sempre estou para ver o que dizem agora os que crucificaram Scolari quando foi protagonista de um episódio em tudo idêntico. Ah! E já agora, tambem fico à espera de ver se a pena terá algo a ver com o que se “exigiu” para o treinador brasileiro (cheguei a ler que a FPF tinha todo o direito, quiçá a obrigação, de rescindir contrato unilateralmente).
Veremos o que nos trazem as próximas eleições. Oxalá não nos apareça outro presidente que desvalorize - ou deixe desvalorizar – jogadores, que compre jogadores por catálogo ou a caminho da reforma, nem contrate treinadores de 3ª categoria.
- Os acontecimentos após o jogo de ontem do SLB não me chocaram. Mas sempre estou para ver o que dizem agora os que crucificaram Scolari quando foi protagonista de um episódio em tudo idêntico. Ah! E já agora, tambem fico à espera de ver se a pena terá algo a ver com o que se “exigiu” para o treinador brasileiro (cheguei a ler que a FPF tinha todo o direito, quiçá a obrigação, de rescindir contrato unilateralmente).
A televisão que temos:
- Desde logo, uma declaração de interesses: das televisões generalistas nacionais, sempre preferi a RTP. Mesmo com os seus muitos defeitos, e apesar das manipulações de que se diz ser vítima, continua a sua informação a ser a que vejo com mais regularidade pela certeza na verdade e isenção patente no que me é dado a conhecer.
Mas do que queria falar é do aproveitamento que é feito em certos meios televisivos, de assuntos que apelam mais ao nosso lado, digamos, voyeurista, como o caso Casa Pia, Face Oculta, Apito Dourado ou outros do mesmo género, e de que é exemplo actual o assassinato de um conhecido “jornalista” social.
Por razões pessoais, tenho passado as manhãs das últimas semanas em casa, e, ao mesmo tempo que faço outras coisas, “ouço” o que se diz no canal em que calha estar sintonizada a TV. Ora um ou dois dias depois do triste acontecimento, o aparelho estava na SIC, e ouvi um painel de comentadores a tecerem considerações sobre o caso. No dia seguinte, e à mesma hora, exactamente o mesmo, e no a seguir o mesmo, e assim sucessivamente. Isto é, a SIC, no seu programa da manhã, tem actualmente uma espécie de “coluna” liderada sempre pelo mesmo “jornalista”, com opinação exclusiva sobre o caso, parece, mais escaldante da nossa actualidade.
Pessoalmente e sobre o caso, vejo capas de revista cor-de-rosa no escaparate do jornaleiro com as fotos dos 2 protagonistas em todas elas, soube do insólito apelo ao cordão humano e vigília a favor do presumível autor do crime, mas evitei ler o que quer que fosse em blogues, uma vez que já sei no que normalmente estas coisas dão: divide-se a malta a meio discute-se a coisa como é nosso costume discutir o futebolês. Pior ainda, o caso vertente é susceptível de desencandear ondas de homofobia ou de condenação antecipada. Que é o que se tem passado na Sic. Como já disse, sob a batuta do douto “jornalista”, e com base nas mais variadas e delirantes especulações, tem-se erguido um libelo acusatório contra o arguido. Não sei se o que move o senhor é um corporativismo exacerbado, uma fobia de “apresentar serviço” ou outra qualquer intenção.
O que sei é que um canal de televisão respeitável, não deveria permitir que num seu programa se desse forma a um tribunal sumário.
- A produção nacional para televisão é parca em qualidade, e resume-se quase só à produção de telenovelas. Que detesto.
Fiquei, portanto, muito impressionado com a qualidade de quatro miniséries exibidas pela RTP1 na altura das comemorações do centenário da República.
Ah! e já agora, tiro o chapéu ao início da 4ª série do "5 para a Meia Noite", o único programa de televisão de que não falho uma emissão.
domingo, 16 de janeiro de 2011
Coisas de homem (ou de gajo)...- I
De há muito que ouço dizer que, segundo os mais reputados psicanalistas – que conseguem explicação para tudo, coisa que sinceramente admiro – todo o homem tem o seu lado feminino.
Pela minha parte, e depois de uma intensa introspecção, descobri que esse pedaço menos evidente de mim, talvez tivesse que ver com o meu fraco por sapatos, fraqueza que partilho, sei-o bem, com a maioria das mulheres que conheço, pessoal ou virtualmente (neste caso, a constatação vem do muito que tenho lido aí pelos blogs).
Contudo, divergimos, eu e a maioria das mulheres, no que tem que ver com a questão do “estar na moda”. Na verdade, enquanto a maior parte das mulheres aspiram pelo último modelo do Manolo Blahnik ou de Christian Louboutin, eu mantenho os meus gostos muito clássicos, e quem me tira uns “brogues” ou uns “loafers” clássicos, tira-me tudo. É evidente que me não são indiferentes as marcas, até porque as minhas preferidas são uma garantia de qualidade. Mas, como refiro, não procuro o último grito da moda, e sim a “good old english leather”.
Voltando aos fins dos anos 60, altura em que comecei a comprar os meus próprios sapatos, recordo que comprava bons sapatos nacionais na Presidente ou na Luís XV, embora já os olhos me fugissem para os Church, só que a diferença de preço era realmente abissal, e a diferença de qualidade não me parecia compensar. Com o andar dos tempos, a chegada das peles sintéticas e umas criações que se pretendiam avant-garde mas não passavam de patetas, cada vez mais me fui afastando do sapato nacional. Na verdade, parece-me que actualmente se fazem melhores sapatos para exportação que para consumo interno, e a Mack James é só um exemplo de marca que, ao que parece, tem modelos bem concebidos e de qualidade, mas que raramente se encontram à venda com facilidade. Geralmente, o sapato português tem um design fraco (na minha óptica, naturalmente), e é pouco durável.
Pela minha parte, e depois de uma intensa introspecção, descobri que esse pedaço menos evidente de mim, talvez tivesse que ver com o meu fraco por sapatos, fraqueza que partilho, sei-o bem, com a maioria das mulheres que conheço, pessoal ou virtualmente (neste caso, a constatação vem do muito que tenho lido aí pelos blogs).
Contudo, divergimos, eu e a maioria das mulheres, no que tem que ver com a questão do “estar na moda”. Na verdade, enquanto a maior parte das mulheres aspiram pelo último modelo do Manolo Blahnik ou de Christian Louboutin, eu mantenho os meus gostos muito clássicos, e quem me tira uns “brogues” ou uns “loafers” clássicos, tira-me tudo. É evidente que me não são indiferentes as marcas, até porque as minhas preferidas são uma garantia de qualidade. Mas, como refiro, não procuro o último grito da moda, e sim a “good old english leather”.
Voltando aos fins dos anos 60, altura em que comecei a comprar os meus próprios sapatos, recordo que comprava bons sapatos nacionais na Presidente ou na Luís XV, embora já os olhos me fugissem para os Church, só que a diferença de preço era realmente abissal, e a diferença de qualidade não me parecia compensar. Com o andar dos tempos, a chegada das peles sintéticas e umas criações que se pretendiam avant-garde mas não passavam de patetas, cada vez mais me fui afastando do sapato nacional. Na verdade, parece-me que actualmente se fazem melhores sapatos para exportação que para consumo interno, e a Mack James é só um exemplo de marca que, ao que parece, tem modelos bem concebidos e de qualidade, mas que raramente se encontram à venda com facilidade. Geralmente, o sapato português tem um design fraco (na minha óptica, naturalmente), e é pouco durável.

Resultado, hoje as minhas preferências vão definitivamente para os produtos das fábricas de Northamptom, especialmente os Crockett & Jones, Edward Green ou Church. Claro que há melhor, e se forem daqueles feitos por medida pelo John Lobb, Foster ou mesmo pelos italianos da Bontoni, então nem se fala. Mas aí já entramos em preços quase proibitivos, e nem me parece que a exclusividade compense despender tais verbas. Afinal, tenho uns modestos “brogues” da Church que já vão no seu 12º aniversário, e continuam ali para as curvas. Ora o que verdadeiramente procuro num par de sapatos é que a relação qualidade/preço seja óptima, e a qualidade não se resume ao conforto que o sapato nos fornece, mas também à sua longevidade, que dá sempre uma patine muito especial aos sapatos, sejam eles bem cuidados.
Os da imagem, encomendei-os há uns meses atrás numa loja de Lisboa. São uns “chestnut single monk”, calçam que é uma maravilha e a cada vez que são engraxados, me parecem ficar mais bonitos.
Generalidades
Crockett and Jones
sábado, 15 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Reviver...
Um dia destes calhou dar uma saltada ao Jardim das Amoreiras, local onde passava boa parte dos meus dias, de garoto e depois, de adolescente.
Encostado á parede de um dos belos arcos do aqueduto, dei comigo a pensar que aquele já não era o “meu” Jardim das Amoreiras. Sei que pode parecer saudosista, mas não é disso que se trata. É verdade que o Jardim agora até está bonito: arranjado (embora não aprecie aquela mistura térrea que puseram nos caminhos), com um agradável quiosque e bem frequentado, mas…falta-lhe a “alma” que dantes tinha. A alma que lhe era dada pela quantidade de rapazes da minha idade que pelos idos 60 o frequentavam e eram muitos.
Sei que a época é outra, mas não deixa de ser triste recordar que quando eu tinha 10 anos, a minha mãe, com todo o à vontade, me deixava sair de casa sózinho para ir até lá encontrar-me com os meus amigos, havendo mesmo alturas em que, pasme-se, me deixava levar o meu irmão, então com 2 anos, sendo que hoje, nenhuma mãe se atreve a deixar sair de casa sózinho, o seu rebento pré-adolescente.
Que pena que neste aspecto da nossa vida se assista a uma desgraçada involução.
Generalidades
Jardim das Amoreiras
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