A propósito de um post muito oportuno do nosso amigo Gato Maltês, lembrei-me de uma das bizarrias que já li num fórum masculino norte-americano sobre “como e quando vestir” isto ou aquilo, uma espécie de manual de etiqueta para homens.. Diz o GM que, por cá, e com estes dias de calor, parece que as pessoas se entregaram definitivamente às havaianas, t-shirts e calções como se o verão tivesse vindo para ficar, resumindo ele que, mais avisado, ainda não tinha entrado na onda, ficando-se por roupas mais leves, mas não tanto, estabelecendo assim que há um tempo devido para tudo. Ah! E importante. Referia que uma sua amiga tinha datas precisas para usar e deixar de usar meias. Pois a bizarria “norte-americana” que mencionei acima, é uma espécie de calendário que por lá se cumpre quando se trata de começar a vestir o deixar de vestir calças brancas, tal como a tal amiga do GM com as meias. O meu espanto advém do facto de, por cá, ser absolutamente normal o uso de tais calças em qualquer época do ano, embora em dias de chuva, e por razões óbvias, eu evite vesti-las. E a propósito da coisa, hoje, e como o sol convidava, decidi-me a usar os meus “Spectator Shoes”, com um fato de linho branco sujo, uma camisa rosa-velho também de linho, e um panamá castanho claro. Não é que alguém possa estar muito interessado no que eu visto ou não, mas é uma desculpa para referir os “spectator” e manifestar a minha insatisfação por os ver quase esquecidos por cá. Os da foto, que hoje calcei, são uns “brogues” manufacturados pela Cheaney para a Herring Shoes – claro que preferia uns Edward Green, mas estes também me parecem suficientemente bonitos e bem construídos – e, além do branco, apresentam uma cor “tan burnished” que eu muito aprecio. Nota – Para os menos avisados, o “spectator shoe”, é um sapato geralmente baseado nos formatos oxford, brogue ou semi-brogue de duas cores contrastantes, em que a parte da frente, o calcanhar e, por vezes o painel dos atacadores, são de cor mais escura, sendo que a outra cor é geralmente o branco. Ao que parece, o nome advém do facto de serem habitualmente usados pelos espectadores de corridas – de cavalos ou outras – nos anos 20/30, do século passado