domingo, 30 de setembro de 2012

Bons Sonhos!

 
Eu sei. É pouco, mas é de boa vontade. Amanhã há mais!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Bons Tempos, Velhos Tempos (4)

Julgavam que isto era uma invenção recente, não?


Têm notado a minha ausência?
Não? Tudo bem.
Sim? Pois é, tenho andado arredio, mas nada de grave, portanto, tudo bem na mesma..
Seja como for, as notícias do meu desaparecimento, foram claramente exageradas

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Um Adeus ao Verão

Aquele Verão, aqueles Verões escapavam-se pelos dedos mais rápido que areia fina, pior, a areia não tinha qualquer importância e aquele nosso tempo sim, queríamos que permanecesse para sempre porque era um tempo mágico de calor, amores e sonhos que não mais seriam esquecidos. Nessa altura fechava muita vez os olhos com força, como se aquele gesto fosse o suficiente para reter aquele preciso segundo. Mas nada detia o correr do tempo, inexorável.
 Naquela idade sonha-se. Sonha-se muito, ingenuamente o mais das vezes. Sonha-se que se é um cavaleiro da Távola Redonda ou um Peter Pan sempre na rota de Neverland. Sonha-se com o amor das princesas encantadas muito bem aconchegado em noites de prazer tórrido, extenuante e pouco etéreo.
 O tempo era passado sob o sol abrasador, que nos escurecia a pele e clareava o cabelo, enroscados na areia húmida da beira-mar, envolvidos pelo cheiro suave da maresia, entretidos em mergulhos no azul líquido e infindável, bruto por vezes, que com aquele seu vai-vem sensual nos acicatava ainda mais os ímpetos juvenis. Ou nos braços lãnguidos da namorada jovem, nos quais suávamos ainda mais que sob as ardências solares.
Eram verões de banhos imensos e namoros, de fins de tarde de passseio de mão dada à beira-mar e de noites de dança. Quase sempre uma dança tão abraçada que parecíamos querer irromper por dentro do outro. Uma dança tão sensual, tão sexual, que fazia com que a carne quase saltasse para fora da escassa roupa leve que a cobria.
Foram verões de descobertas e ilusões. Também de algumas desilusões. Mas daquelas desilusões que mantém um rosto carinhoso e um sorriso quase inocente. Foram Verões escaldantes. De sol e paixões à flor da pele.
 
 "Morning found us calmly unaware
Noon burn gold into our hair
At night, we swim the laughin' sea
When summer's gone
Where will we be Summer's almost gone
Summer's almost gone
We had some good times
But they're gone
The winter's comin' on
Summer's almost gone"
 
The Doors

terça-feira, 25 de setembro de 2012

My Favourite Things (4) - Watches

F.P. Journe


Night' Music (85) Frankie Goes To Hollywood - Relax

Frankie Goes To Hollywood - Relax


Proposta às leitoras...

...que gostam de malas, e que já estão com saudades do verão que ainda agora se foi.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Night' Music (84) Tori Amos - Winter

Tori Amos - Winter


Um Casal Muito Moderno

Depois, há aquelas lições que os animais dão...

Esta foto, em que o cão maior protege o mais pequeno, acarinhando-o, é um retrato do oposto do que se passa em Portugal, em que os pequenos vão sendo despojados enquanto os grandes se mantêm indiferentes, gozando os seus luxos, com o governo a fazer o papel de sua guarda pretoriana, não se atrevendo a tocar-lhes nas mordomias.

domingo, 23 de setembro de 2012

A Foto da Semana (1)

Night' Music (83) - The Beatles - The continuing story of Bungalow Bill

The Beatles - The continuing story of Bungalow Bill


WhiteChapel - A Estreia

Na próxima quinta-feira dia 27, pelas 21h35, estreia no AXN Black, mais uma excelente série de origem britânica, "WhiteChapel", produzida pela Carnival Films.  Trata-se de uma série policial, em que os detetives no distrito de Whitechapel, Londres lidam com assassinatos que replicam crimes históricos.
A primeira temporada trata da busca de um assassino que copia as peculariedades dos crimes atribuídos a Jack, o Estripador, e está dividida em três episódios.
Como (quase) todas as séries britânicas, é obviamente a não perder

Que Saudades destas Cores!

Que me perdoem os que ainda estão de férias, mas...

 
...este calor estava a dar cabo de mim!
Bem Vindo, Outono das Cores de Fogo!

sábado, 22 de setembro de 2012

Fashion Blogger Strikes Again - Boots

These Boots Are Made For Walking!
 
 
Vai uma ajuda na escolha?
As 1ªs estão de fora, porque já tenho umas iguais.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Eeeeh Passos Coelho...A Gamar Com Style" - Pedro Fernandes e o Gang no seu melhor!

Pedro Pacheco Fernandes e o 5 Para a Meia-Noite no seu melhor
 

Night' Music (82) - Nina Simone - Don't explain

Nina Simone - Don't explain


Body and Face (19) - Charlize Theron II

...o "monstro"

Uma saltada à cozinha, desta vez com receita e tudo - Wanna Bite? (10)

 
Ontem foi dia de cozinhar. E escolhi um dos pratos que gosto de mais de fazer, uma mistura de massa japonesa ou noodles com legumes salteados e camarões fritos, que se apresenta em foto.
Descasco os camarões, deixando-lhes a cauda, dou-lhes um pequeno golpe no lombo retirando-lhes a tripa, e passo-os por azeite no qual alouro previamente um dente de alho, fritando-os levemente dos dois lados, o que os faz "abrir" ligeiramenre ao correr do golpe do lombo.
Os legumes - cenoura, pimentos, cogumelos, pontas de espargos, castanhas de água, rebentos de bambú e de soja, e algas Wakame - picados grosseiramente, são estufados em duas colheres de azeite, e temperados com sal, pimenta, aos quais junto, depois de picado, um pequeno pimento picante espanhol, que habitualmente compro no El Corte Inglês (uma nota, para referir que estes pimentos deverão ser usados com parcimónia, pois são extremamente picantes, e um excesso abafará todos os outros sabores). Cubro a sertã para que os legumes estufem nos sucos que vão soltando. Quando já estão tenros, junto-lhes a massa japonesa previamente cozida - pode ser a Chewy, que coze em 3 minutos - e um pacote de molho Teriyaki Stir Fry, deixo apurar dois minutos, após os quais lhes junto os camarões e apago o lume.
Está então pronto a servir.
Uma pequena nota: os sabores são tão acentuados, que o sal nem é necessário. No entanto, o seu uso fica ao critério de cada um.
Outra nota: para 4 pessoas, devem-se usar 2/3 pimentos, que condimentam e aromatizam muito o prato. De preferência, um vermelho, um verde e um amarelo, que serve também para dar mais cor ao prato. E como os olhos também comem...
 
        
 
Para acompanhar, uma cerveja a sério, e guardada durante 6 anos (paciência, hein?), a morena belga Pannepot Reserva 2006 Old Fisherman Ale, uma maravilhosa "quadrupel"* fabricada pelo Struise Browerij, que exibe uns orgulhosos 10º da ABV**, que passam completamente despercebidos, tal a sua qualidade

* - Quadrupel chama-se a uma cerveja que é submetida a quatro fermentações.
** - Trata-se do grau alcoólico da bebida

Lembro-me

Lembro-me de, pelas manhãs, passear pelo bosque por entre carvalhos e salgueiros debruçados sobre o ribeiro, que cantava de fraga em fraga como os rouxinóis de papo amarelo e as cotovias.
Lembro-me bem daquele frio cortante a subir pela espinha quando os pés se desencaminhavam da terra, e entravam distraídos pela agua que os cobria de espuma e fazia estalar os ossos, como castanhas deitadas sobre brasas.
Lembro-me do cheiro a azeite quente, açúcar e canela que vinha da cozinha quando fazíamos os coscorões.
Lembro-me de me deitar na rede ao fundo do jardim, e adormecer na sombra do caramanchão formado pelas copas duas cerejeiras que se uniam, com o livro no colo, e embalado pela brisa que trazia consigo o aroma dos limoeiros e o cheiro forte da terra húmida do acabar da rega.
Lembro-me da professora Leonor, da sua voz fina de menina, tão diferente do som das palmatoadas que ela aplicava diligentemente nas mãos de quem não sabia a tabuada dos 7 ou gaguejava na leitura da lição diária.
Também me lembro de me sentar na cadeira de baloiço no alpendre, e observar o sol a mergulhar lentamente no horizonte deixando o céu incendiado, da cor dos tições que o meu avô remexia melancolicamente na lareira nas noites de Inverno, geladas pelo vento que a serra ali em frente, nos soprava pelas frinchas de portas e janelas.
 
 
Tal como me lembro da mesa farta da véspera de Natal, dos enchidos e dos queijos, das filhós, do arroz doce e da aletria, do cheiro dos grandes pães de centeio ainda quentes e estaladiços acabados de cozer no grande forno que o meu avô tinha erguido nos fundos do quintal, mesmo ao lado do palheiro, onde os animais procuravam aquecer-se, encostando-se uns aos outros, soltando, por vezes balidos tão fundos que pareciam saídos das entranhas da terra.
Lembro-me ainda, dos cânticos da missa do Galo na igreja, e das velhas de negro que pelo meio deles se esganiçavam, perseverando diligentemente para se fazerem ouvir e agradar ao jovem padre, de bochechas lustrosas e acerejadas, que sorria distraído, como se a solenidade da cerimonia lhe fosse indiferente.
Lembro-me como se fosse hoje de, camuflado pela escuridão da lua nova, observar o vulto do jovem padre cozido nas sombras, introduzir-se como um ladrão na casa da viúva rica da aldeia, beata e quarentona, que, de olhar lânguido lha entreabria a porta tão cautelosamente, que o grosso batente em forma de mão não se movia um milímetro, e nem do trinco metálico se soltava qualquer som.
Lembro-me pois, de muitas coisas desse breve tempo já quase tão longínquo como o meu nascimento - de que, curiosamente, já não me recordo - e, por vezes, espanto-me com as tantas coisas que ainda permanecem vivas dentro de mim. Tantas coisas que a minha memória ainda acolhe e que não sei para que me servem a não ser para, de vez em quando me lembrar, que um dia fui um garoto igual àqueles dois que vejo agora aqui da minha janela correrem felizes atrás um do outro soltando risadas incontidas e nervosas.
E é por isso que me lembro que nessa altura, me parecia tudo mais simples e colorido, mais alegre.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Do Governo - Avulsas (2)

Ó pra mim de cabelo curto e banho tomado (tou muito cheirosa)

Agora, só lá para o mês que vem é que retomo a minha juba e aquele meu ar de leão feroz!

 
 
 
Tenho andado um bocado ausente, porque ando muito assoberbado. Mas amanhã, quiçá ainda hoje, voltarei à actividade normal, com a escrita e a leitura em dia.
Me aguardem !

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Do Governo - Avulsas

 
A escritora Maria Teresa Horta, distinguida com o Prémio D. Dinis pelo romance “As Luzes de Leonor”, disse esta terça-feira à Lusa que não o aceita receber das mãos do primeiro-ministro, conforme o previsto.
*****
 

Ele há homens irresistíveis...

...como se pode ver pela imagem!

 
(Alguém que tenha agora a lata de dizer que o dinheiro não dá felicidade!)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sem Palavras!

 
O Fim da Era dos Dinossauros

Adivinha: Onde Terá Tido Lugar este Diálogo?

- Epá, que caraças, num gosto nada de supresas
- Fecha as pernas, carago
- Epá, mas proqué que ela esta a demorar tanto?
- Aguenta. Olhás câmaras, carago, fecha as pernas
- Mas é queu não gosto nada de supresas, pá
- Tá calada. E fecha as pernas carago. Tás aqui tás a levar um cacete…

A Minha 1ª e Última Aula de Dança do Ventre

Penso que já aqui referi que tenho um problema de coluna que me impede de correr depressa, o que, juntamente com aquele episódio na aula de pilates, que fez com que eu fosse proscrito do ginásio, me tem afastado do exercício físico, que tanta falta me faz, pelo menos é o que diz o meu médico de família, dada a minha vida sedentária.
Eu bem faço os meus passeios com a cadela, mas nunca são muito extensos, que o sítio onde moro é pior que uma montanha russa, e quando chego a casa, caio imediatamente no hall, totalmente esgotado, e só acordo com o pequeno canídeo a lavar-me a cara com a língua.
Portanto, tenho andado a tentar arranjar outro ginásio aqui pelas imediações.
Ontem, aparece-me o Marcelino, e diz-me que tem solução para o meu problema: ir para a escola de dança onde ele anda a aprender a dançar tango (à minha conta, que tive que lhe emprestar 100€ para a inscrição e mais 80€ para a 1ª mensalidade, e só porque ele anda de olho numa moça que ele descobriu ser a professora de tango).
- Mas tu estás-me a ver a dançar tango?
- Mas há outras danças, pá. Vais comigo e escolhes a que te agradar mais.
Bom, lá paleio não lhe falta, e convenceu-me. Fui e ele apresentou-me à senhora da recepção, que foi muito simpática, e me foi mostrar as instalações, ao mesmo tempo que me ia descrevendo os vários tipos de dança, para escolher a que me convinha mais. Eliminei desde logo o tango, hip-hop e o break dance, porque a tentar qualquer delas, de certeza que sairia de lá descadeirado.
Entretanto, ao passar por um corredor, vejo uma rapariga muito esbelta e vestida sumariamente com umas calcinhas curtas de cintura baixa e um mini-top, o que lhe deixava mais de um palmo de barriguinha à mostra, a entrar para uma sala:
- Então, nesta sala que aula é que dão?
- Ah! Aqui é a dança de ventre. Esta devia-lhe servir. Vai-lhe dar elasticidade ao corpo, enrijece a musculatura e activa a circulação, e sem fazer muito esforço.
- Bem, isso é interessante, mas não vou sair dali com uns trejeitos um bocado?…digamos…enfim, você deve perceber.
- Ah! Não, não se preocupe. Só se você tiver propensão para isso.
Aqui, eu fiquei um bocado ofendido. E só para lhe demonstrar que não tinha desses problemas, decidi inscrever-me na dança do ventre.
Esta manhã, logo às 8h, lá estava eu, de calções e t-shirt, mas sem ténis, e quando entrei, vi que era o único homem. As minhas “colegas” eram todas muito simpáticas  e jeitosas, e receberam-me muito bem, excepto uma matrona, que se começou a rir e a apontar para mim. Achei que era tontinha e não lhe liguei. Então a professora disse-me:
- Agora vá fazendo aquecimento com alongamentos, especialmente dos abdominais, e observa os movimentos das suas colegas, para ver se depois consegue reproduzir alguns, que eu vou-o corrigindo.
A 1ª rapariga era espectacular, e eu até me esqueci dos alongamentos, mas aqueci na mesma. E logo a seguir veio a matrona. Começou-se a rebolar, a rebolar, a enroscar-se, a enroscar-se tanto, que eu estava a ver que o umbigo ainda lhe ia parar à testa. Não ficou, mas esticou tanto os braços para cima, que o top lhe subiu e ela ficou com as duas mamonas à mostra e todas descaídas quase até ao umbigo. Foi um espectáculo memorável. Se andava nas aulas para depois seduzir o marido com a dança, estava mesmo a ver ela a chegar-se a ele com aqueles movimentos "sensuais", virar-se de repente e dar-lhe com uma mama na cara, deixando-o com um olho todo negro.
Estava eu já a comemorar intimamente a minha pequena vitória – a matrona ficou toda vermelhona, e virou-se para a parede a compor-se – quando a professora me chamou. Tentei aquelas ondulações, e achei aquilo tudo um bocado abichanado e parei.
Foi quando a professora se chegou por trás e mim, e segurou-me pelas ancas.
- Vá! Deixe-se ir no movimento das minhas mãos. Para a direita, para a esquerda, para a frente, para trás (este movimento para trás, foi o que achei um bocado mais duvidoso), para a direita, para a esquerda, para a frente, para trás, para a direita, para a esquerda,,,para a esquerda. Então? Para a esquerda…
Pois é, já não consegui passar para a esquerda. É que nem conseguia falar, fiquei todo empenado para a direita, parecia que estava a fazer aquela pose do gajo da Casa dos Segredos que ganhou o concurso do “Melhor Rabo Português de 2008” e com uma dor do caraças na coluna e na anca. É que não sei se conseguem imaginar a posição em que paralisei!
A professora ficou muito atrapalhada, e disse-me que era melhor ficar por ali, e perguntou-me se eu era capaz de me vestir sozinho, eu disse-lhe que ia tentar e lá fui, mas a vestir-me, até me vieram as lágrimas aos olhos. Além disso, saí de lá com um andar esquisito.
E desisti eu da ginástica para não sofrer impactos nas vértebras! Afinal a dança do ventre pode ser ainda mais letal.
Bem, para terminar, só quero pedir desculpa se o post não estiver muito bem alinhado, mas estou a mandá-lo daqui das urgências de Ortopedia.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ainda a Casa dos Segredos - O que andarão as mocinhas do norte a fumar?

Ontem, ao ouvir as “biografias” dos concorrentes da Casa dos Segredos, pareceu-me que, assim de ouvido, a maioria das meninas era do Norte, e achei isso estranho. Mas não me quis precipitar antes de confirmar as minhas convicções.
Pois hoje tive oportunidade de confirmar que os meus ouvidos não me haviam traído. Assim, as meninas vieram de Viana do Castelo (1), Porto (1), Estarreja (1), S. Mamede de Infesta (1), Rio Tinto (3), Maia (1), Lousada (1), Vila Nova de Gaia (1), Almada (1), Madeira (2) e Jersey (1). Ora fazendo as contas, em catorze, verifica-se que 10 delas vieram do Norte.*
E é aqui que eu pergunto: a que se deverá esta vontade das cachopas nortenhas em dominar um concurso desta natureza, quais Maria da Fonte à procura de cabeças para abrir, nem que fosse à murraça? Ou será que se trata de uma mera coincidência?
Já agora, e para dar mais um retoque no post da manhã, faltou-me nele acrescentar uma nota de uma riqueza humana extraordinária que me escapou:
Uma das gémeas de Rio Tinto, acabou a relação com o namorado para entrar na Casa dos Segredos.
Esta é, sem dúvida, uma noção de prioridades muito curiosa, e demonstra sobretudo, que a mocinha devia estar apaixonadíssima pelo ex-namorado.
 
* - em relação aos rapazes, apesar dos nortenhos estarem também em maioria, a coisa é mais equilibrada.

Casa dos Segredos - Quando a realidade ultrapassa a ficção

Todos nós somos tentados aqui e ali, a bisbilhotar a vida alheia, quer através das revistas cor de rosa, quer via TV, nuns programas de fim de semana, ou naquelas secções dos telejornais onde se abordam os temas mais frívolos da nossa sociedade, nacional ou internacional, (e a verdade é que isso não deveria caber no telejornal de um país civilizado, uma vez que, na maior parte se tratam de não notícias, e é por isso que, normalmente noutro qualquer país um telejornal dura meia hora, e cá demoram 1 hora, hora e meia), seja mesmo, lendo o “brilhante” Correio da Manhã ou indo ao café da esquina.
Ora eu, decidi-me a condescender e ver a apresentação da “Casa dos Segredos”. Confesso que me surpreendi.
Eu que tinha aqui feito um pequeno gozo, imaginando como seriam os próximos habitantes da casa, vi a minha imaginação suplantada pela realidade, e que aquela casa está transformada num autêntico freak show.
Um dos pontos em que, depois de ler o que tinha escrito, considerei que deveria reduzir, era a vertente sexual, que considerei excessiva no 1º texto. E fi-lo. Pois ontem, a realidade é que todos os concorrentes (uma ou duas excepções) foram apresentados e apresentaram-se como seres somente vocacionados para engatar ou se deixarem engatar. Isto é, aquilo pode-se vir a transformar numa verdadeira Sodoma e Gomorra.  Oxalá, que eu desde que o canal 18 foi fechado, acho que a televisão está uma pasmaceira. E pelo menos, um Rocco Siffredi já lá há.
Referindo-me aos que mais me chamaram a atenção na apresentação, começo logo pelo tal Rocco, um rapazito de sorriso cavalar – achei piada à Teresa Guilherme a dizer-lhe para ele deixar de sorrir que lhe metia impressão, e lembro-me de pensar “fala o roto ao nu” – que retornou da África do Sul há uns anos, e que disse que a sua alcunha era o “Tromba”, porque tinha uma parte da anatomia que é anormalmente grande. Bom, de uma coisa tenho a certeza: não é o cérebro.
Também anda por lá uma mecinha, cujos desportos favoritos são bater no namorado e posar para revistas masculinas. É, portanto uma rapariga que contraria a tese de que as mulheres são as maiores vítimas de violência doméstica, e também uma jovem muito aberta - em todas as acepções da palavra - e moderna. Ainda por cima meteram lá o ex-namorado – sim, o bombo da festa e que diz que a parte do seu corpo que prefere, são os mamilos (note-se, os dele mesmo, não os da namorada) – e está visto que aquilo ainda vai acabar mal. Eu se fosse a ele, tentaria que ela não se aproximasse das facas da cozinha e faria desaparecer o mais depressa possível todos os objectos contundentes da casa.
Apresentaram-se a fazer fazer pan dan um com o outro: ele com tachas nas bandas do casaco, e ela com tachas nos saltos (grossos) dos sapatos, para que ela teve o cuidado de chamar a atenção, como que a dizer ao moçoilo, que provavelmente é a primeira coisa com que ele vai levar na testa.
Outra figura que me chamou a atenção foi um jovem tendeiro, daqueles que vendem ténis Mike, fatos de treino Abibas e casacos Armando, nas feiras. Deu uma explicação sucinta sobre o seu método de sedução, do qual se destacou o sorriso especial, e que a mim me pareceu ser o que um tipo faz quando está numa festa, dá uma bufa e aquilo sai com acompanhamento.
Curiosa também a rapariga que tem uns implantes mamários daquela marca fatela, e que podem explodir a qualquer momento. Diz que ainda não os trocou por falta de verba, e que quer ganhar o concurso, para o fazer. Nobre desígnio! Eu se fosse aos outros, não me chegava muito a ela, não fosse levar com 200 gramas de silicone pelo focinho abaixo.
Depois, há um casalinho - são mesmo namorados - que a mocinha, tadinha, está no Norte a tomar conta da casa dos pais que estão a trabalhar em Angola, e o namorado veio há um ano para Lisboa trabalhar. Ela confia muito nele, diz que a principal qualidade do moço é a sinceridade, e, no casting, ao perguntarem ao fidelíssimo namorado se gosta dela, o rapaz diz que gosta, mas que pode conseguir melhor "fisicamente", basta meter uma foto sua em tronco nu e a mostrar os músculos no Facebook, para arranjar logo meia dúzia delas (não há dúvida que esta sua afirmação é um forte elogio à inteligência das jovens facebookianas que lhe frequentam a página). Logo a seguir, cereja no topo do bolo, ao ser-lhe perguntado se alguma vez tinha sido infiel á mocinha, ele respondeu de pronto: "Sim! Ainda a semana passada a traí". Será preciso algo mais para se aquilatar do nível do rapazote? Embora eu pense que isto também não abona muito às mocinhas que se metem com semelhante galarote. Mas enfim, parece que elas gostam, e pelo que me apercebi, a maior parte delas faz o mesmo.
Como sempre, nas produções da TVI, há gémeos. Pois desta esmeraram-se e há, não um, mas dois pares de gémeos. Um deles que se apresentou logo como tal – nem podia ser de outra maneira, porque elas são iguaizinhas e até iam vestidas de igual (e eu que pensava que os gémeos só se vestiam de igual até à idade da razão, o que me dá a sensação que aquelas duas ainda não a tenham atingido), e um outro par, que constitui um dos segredos da casa, mas que por acaso, toda a gente cá fora já sabe quem é.
Também há uma jovem originária de Jersey e que quer ser modelo fotográfico. Pelo que vi, só se for para publicidade ao MotelX.
O desgraçado do Hélio, o homem a quem “o medo não assiste”, (sim, o rapaz do vídeo do skate a deslizar pela estrada, até se espalhar em grande estilo na borda da estrada, também lá está) foi o primeiro a ver descoberto o seu segredo
Bem, estes foram os que me chamaram mais atenção, mas se houver novidades, a eles voltarei.
Só uma nota para os segredos. Gostei especialmente destes:
- Sou bisexual
- Dormi na cama dos meus pais até aos 16 anos
- Fui pai/mãe aos 15 anos
- Perdi a virgindade aos 12 anos
- Estive um mês em coma durante um mês*

*este, é capaz de ser o segredo do tal ex-namorado que enfardava, mas acho até que se podia aplicar a uns poucos, mas actualizado: “Estou em coma (ou em estado vegetativo) há uma série de tempo e nem dou por isso”.

Ah! Também lá há um manguelas que é casado com um italiano, mas disso não falaram eles. Só disseram que é personal trainer e que tem muitos cuidados com o seu bronzeado. Pudera! Não sei se será o bissexual, mas se não for, o “Tromba” que se ponha a fancos, que ele não lhe vai largar o instrumento. 

domingo, 16 de setembro de 2012

Night Music (81) Dandy Warhols - Godless

Dandy Warhols - Godless


Um Cão Politizado...

...consciente do seu dever cívico, e solidário com o seu dono:

sábado, 15 de setembro de 2012

Night' Music (80) - Nick Drake - Day is Done

Nick Drake - Day is Done


Querem os Sinaleiros de Volta?

 

Nos últimos tempos, tenho lido aí pela net, em váris blogs e sites, a expressão de alguma saudade pelos polícias sinaleiros.
Não percebo esta nostalgia!
Sempre achei que muitos deles tinham assim uns modos e gestos bastante abichanados.
Parece-me que a sociedade está-se é a apaneleirar, é o que é!

Os Gulosos!

Quem começa assim...

 
...geralmente, acaba assim.


 
Já repararam como ambos os olhares de gula são idênticos?

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O Casamento a Não Perder

Da Maya, já cá cantam 3. O resto, fica por conta do Prof. Karamba! (actualizado!)

 
Não acredito em bruxas, mas que las hay...
Bom, a verdade é que há muito tempo que aguardo intervenção divina em relação aos números do sirteio do Euromilhões. Mas pelos vistos, o todo poderoso andará distraído a ver sites indecentes na net, e não tem tempo de ajudar esta pobre alma que só pretende uma pequena ajuda na compra de um Porsche Panamera como aquele que a pequena Luce quis gamar ao Djaló, e uma modesta vivenda com 5 wc's na Quinta Patiño, mesmo ao lado da mansãozita de luxo que o malandro do juíz teve o descaramento de apreender ao pobre do João Rendeiro por causa do "caso BPP" (coitado do homem, que agora nem tem onde cair morto). Claro que os trocados que sobrassem, iriam direitinhos para uma conta nas Cayman, antes que o PPC lhes deitasse a unha.
Assim sendo, e como os meus pedidos têm sido ignorados, agora todos os dias de manhã mal me levanto, sintonizo a televisão na SIC, e vejo o programa da Maya, à procura de indicações que me ajudem nesta minha "quest of the holy grail". Faço contas segundo indícios que a cartomante vai deixando (pelo menos ouvi dizer que ela larga pistas baseadas em logoritmos e física quântica), mas até hoje só ainda consegui o 47, que é o número de palavras que ela debita a cada 15 segundos, o nº 38 que é o tamanho do soutien da vidente, depois de ter comprado as mamas novas, e 3, que é a quantidade de milhares de euros que as mesmas custaram. Ora isto é manifestamente pouco, ainda me faltam 2 números e duas estrelas.
Portanto, decidi-me hoje a marcar uma consulta para a próxima 2ª feira com o Ilustríssimo Professor Karamba, essa figura mítica da nossa intelectualidade e das realidades transcendentes da metafísica, que decerto me vai ajudar decisivamente a atingir o meu desiderato.
Nem quero imaginar a festa que vai ser cá em casa na próxima 3ª feira à noite. Já tenho uma garrafa de autêntico champanhe francês que me custou mais de 2€ no Mini Preço, a refrescar no frigorífico!

Nota: - Ah! Pois! E isto vem a propósito, para o caso da consulta ao Prof. Karamba não resultar! Se se concretizar, pode ser uma boa alternativa!

Bons Tempos, Velhos Tempos (3)

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Night' Music (79) - SoftCell - Tainted Love

SoftCell - Tainted Love


My Favourite Things (3) . Snooker

 
... e grande fã de Ronnie O'Sullivan

Dias da Cidade

Sento-me à mesa de trabalho. Inclino a cabeça para a memória dos livros que li e amei. Com um gesto de ave pouso a mão sobre o papel. E no interior da sombra da mão, começo a escrever: era uma vez...[Al Berto in O Anjo Mudo]
Lisboa é uma história como qualquer outra, mas começa não se sabe bem onde, dizem que com Ulisses. Poder-se-ia então começar por dizer: Era uma vez um homem chamado Ulisses que, tendo cumprido o que a pátria lhe pedia, deixando Tróia entregue ao seu cavalo de madeira, perdendo-se no caminho de regresso à sua terra, Ítaca, encontrou um local de sol soberbo e luminosidade diferente de todas que conhecia. Decidiu então que, por ser assim tão distinto o local, aí nasceria uma cidade que seria honrada com o seu nome. Aqui, teria cabimento usar com toda a propriedade a original tirada “si non e vero e bene trovato”.
Sem dúvida verdade, é a afirmação acerca da luz diferente da cidade, reflectida nos intrincados desenhos da calçada bordada a branco e negro, ou mais a sul, espelhada pelo debruado do rio, esse manto azul omnipresente, que mesmo nos locais mais afastados nos faz lembrar que existe, ao atirar-nos pelo vento, o seu cheiro.
Em Lisboa, percorro becos, pátios, descidas e subidas, miradouros, cafés debruçados invariavelmente para sul, há tanto tempo que os dias já quase não podem ser contabilizados. Tirei centenas, milhares de fotografias, e nunca consegui tirar duas iguais, porque a cidade muda a cada instante.
Como então recordar a Lisboa de um certo dia? Essa é uma perspectiva que só o turista acidental pode ter, nunca o lisboeta, como eu. Mas esse, o visitante, nunca gozará o prazer de, ao nascer do sol de um dia de outono, propositadamente descer à beira-rio de mãos nos bolsos para as precaver do frio e da humidade que sobe rente às calçadas, tão só à procura dos sons e cheiros do nascer do dia. Não verá, ou notará a não ser por casualidade, o renascer da vida, o recrudescer do bulício da cidade que vai crescendo, à medida que se vão extinguindo de um e outro lado do rio, as luzes que sobram da noite que morre. Não terá oportunidade de se ir apercebendo dos variados odores, tão distintos, que reinam a espaços porque não sabe onde os procurar. Do aroma morno a pão fresco que já quase desapareceu, vitima do progresso que agora nos dá pão com sabor a nada, ao cheiro forte do peixe seco, que habita a rua do Arsenal, ou o aroma guloso das pequenas lojas de café que ainda subsistem na Baixa pombalina.
Por vezes paro no caminho e fico a imaginar como seriam os mercados de rua de outros tempos, em que as especiarias do Oriente eram ansiosamente procuradas. Como ainda recordo uma mão cheia de pregões, os das varinas, do figos para o pequeno almoço, da fava rica, até da língua da sogra, fico a pensar, sem saudosismo contudo, que a vida seria bem mais álacre.
Que forasteiro sonhará hoje, que ainda não há muitos anos, havia na cada vez mais cosmopolita capital, homens a passearem-se com gaiolas na mão a apregoarem pintassilgos e canários? Este desaparecimento de sons e hábitos curiosos, foi um dos custos da civilização, o que me faz muitas vezes condescender com algum conservadorismo que me leva a pensar que preferia que alguns desses pouco “civilizados” hábitos subsistissem, a ver proliferar McDonalds, mais o seu cheiro quase acético.
Por vezes, e estranhamente porque eram quase uma embirração pessoal, dou comigo a sentir a falta das notas metálicas soltas pelos eléctricos a roçar os carris, substituídas, sem vantagem pelo som surdo do tráfego cada vez mais intenso e poluidor.
Mas a cidade não vive só de cheiros e sons. Todos os dias me encontro com um artista. Hoje será com o Pessoa, que se senta pacientemente ao sol, ignorando a desfaçatez do Chiado. Junto-me a ele peço um café de saco que me chega pouco quente, mas nem por isso menos gostoso. Saboreio-o observando as idas e vindas dos incontáveis sem-abrigo que se recolhem nos vãos da Igreja da Encarnação, apelando todos eles à generosidade dos crentes, estes, em muito menor número que os turistas que abordam o templo de máquina fotográfica em riste.
Amanhã encontrar-me-ei porventura com Cassiano Branco, ao passar pelo magnífico Éden, outrora cinema e megastore de uma multinacional de música, hoje, abrigando nos seus fundos, uma suja e confusa Loja do Cidadão. Aliás, a presença do arquitecto é quase uma constante por toda a cidade.
Ou quem sabe, dê uma saltada até às Amoreiras para uma visita à Vieira da Silva e companheiro. Ou mesmo, se o calor não assustar, um passeio pelos jardins da Gulbenkian, a terminar num banco junto ao lago, com um livro aberto, mas pouco concentrado, porque a envolvência distrai. São os namorados que nem dão pelo que se passa à sua volta, tão apaixonados como o casal de melros que brinca na relva. Ou a senhora que adormece a ler o jornal e a quem só os óculos a cair no regaço, despertam.
 
Os dias da cidade são sempre diferentes. Num dia apetece-me subir o elevador de Sta Justa e ver a parte velha agachada ali em baixo. Noutro, subo até á estátua do Adamastor, sento-me a seu lado e olho as docas de longe, mas ali tão perto. Noutro ainda, entro na Basílica, e eu, que nem sou crente, recolho-me no silêncio que abraça quem entra, lugar marcante da cidade, de onde tantos ilustres partiram para o derradeiro e mais sossegado sono.
Falo de olhares que deixo, ou sons que ainda me ecoam nos ouvidos. De aromas. Mas também de sabores. Do pastel de nata tão quente que quase não se consegue comer, altura em que a gula ganha a luta à precaução. Ou o do bolo-rei da Nacional, que nunca encontrou outro que se lhe assemelhe. Ou do sável frito, cortado tão fino que quase se torna transparente, acompanhado por uma incomparável açorda de ovas do mesmo peixe, e que eu agora, acabada esta conversa, vou comer naquele restaurante onde acabei de passar, e cujo cheiro me puxou, irrecusável, a si

Bons Tempos, Velhos Tempos (2)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Os Dinheiros do Futebol, Transferências e o "caso João Vieira Pinto"

O caso "João Vieira Pinto" é muito curioso.
Recordando, em 2000 o JVP foi dispensado pela Presidência e Directoria da SAD do Benfica. Recebeu então várias propostas do estrangeiro, mas também do FC Porto e Sporting, acabando por assinar por este último clube, anunciando-se então que a transferência (mais correctamente, contratação) teria sido a custo zero.
Entretanto, no processo de divórcio do jogador, a outra parte terá denunciado que JVP teria recebido pela assinatura desse contrato, 4,2M€ e os teria colocado no estrangeiro através de uma firma inglesa consta que tutelada por José Veiga, à época, agente FIFA e amigo de JVP, não pagando assim ao estado, os juros devidos. Isto é, JVP terá solicitado à SAD do SCP que em vez de lhe pagarem a ele, pagassem antes à referida firma, ao que os dirigentes acederam.
Posto isto, e após investigação, o MP acusou JVP, e os dois directores da SAD do Sporting, por fraude fiscal e José Veiga, por fraude fiscal e lavagem de capital. Esta semana, saiu a sentença, tendo os arguidos sido condenados a penas de prisão de 1 ano e meio (JVP), os dois directores do SCP a 2 anos e 4 anos (Veiga), todos com pena suspensa, e ainda ao pagamento repartido pelos 4, dos juros que deveriam ter sido pagos na altura, e que rondam os 650.000€.
Sabe-se que todos os condenados irão recorrer.
Sabe-se mais: provavelmente, todos eles verão em Tribunais Superiores, as suas penas muito reduzidas ou mesmo anuladas.
Isto porquê? Porque:
1 - Entretanto, JVP já há tempos terá pago os juros devidos, além de que, há pouco tempo o governo amnistiou as grandes fortunas em paraísos fiscais, na tentativa de as aliciar a voltar ao país.
2 - Os directores do SCP terão sido condenados porque deveriam saber que estavam a pagar a uma firma inglesa que não pagaria impostos. Ora esta alegada presunção da juíza que julgou o caso, movendo processos de intenção aos dois visados, terá, consta, tanta solidez como um castelo de cartas. A SAD pagou o que deveria ter pago, reflectiu-o nas suas contas, não tendo, portanto, cometido qualquer ilegalidade. Facto!
Mas o que há aqui a reter por parte dos adeptos de futebol, é a questão das contratações a custo zero. É que este caso vem esclarecer toda a gente que tais assinaturas não existem. Como disse, JVP tinha outros convites do estrangeiro e por certo, as condições financeiras oferecidas seriam com certeza superiores às apresentadas pelo SCP (refiro-me, naturalmente ao vencimento mensal).
Contudo, nenhum dos outros clubes eventualmente terá aceite pagar um prémio de assinatura de 4,2M€, como o Sporting fez.
 

A Educação que os meus Pais me deram, afinal é uma Treta

Nos dois últimos dias, comprovei em duas situações, que o tempo que gastei a ouvir os conselhos dos meus pais deviam ter sido usados de forma mais proveitosa.
O meu pai ensinou-me a abrir as portas às senhoras e dar-lhes prioridade nas entradas de elevadores, a puxar-lhes a cadeira e, depois de elas sentadas a voltar a empurrar para que fiquem bem sentadas. A minha mãe, disse-me sempre que devia dar lugar aos velhos, incapacitados e grávidas nos transportes públicos. E mais umas coisas, vocês de certeza que já entenderam.
Anteontem andava à procura de lugar para estacionar, e 50 metros à frente, vejo um carro a fazer marcha atrás e a fazer pisca, sinal de que ia sair. Fui devagar, e parei à espera que o senhor fizesse a manobra. Ele lá saiu, e eu avancei um pouco até ficar paralelo ao carro da frente, para estacionar´de marcha atrás como é normal. Ora estava eu a meter a mudança, quando chega uma rapariga com um daqueles carros que parecem uns porta-chaves - acho que era um Smart - e enfia-o de frente no lugar vago. Bem, nem queria acreditar. Travei o automóvel, activei os 4 piscas, saí do carro e fui-lhe bater no vidro do carro. Quando ela baixou o vidro, expliquei-lhe que estava ali para estacionar e que tinha chegado primeiro. Foi então que ela me olhou de um modo que parecia que os papéis estavam trocados, e que estava a ponto de sair do carro para me dar um tareia, mas lá se aguentou e limitou-se a mandar-me para um sítio da anatomia da minha tia, que lhe fica para aí um palmo abaixo do umbigo, antes de voltar a fechar o vidro.
Claro que me engasguei e fiquei sem resposta para lhe dar. Depois de uns momentos em estado catatónico, voltei ao carro e fui à procura de outro lugar.
Ontem, fui ao supermercado. Como tinha poucas coisas fui para aquelas máquinas de pagamento automático, e pus-me na fila. Quando chegou a minha vez avancei para a máquina, pousei as compras, iniciei ao sistema, e preparava-me para registar o primeiro produto, quando veio de lá detrás da fila desembolado, um velhote (trazia uma bengala, mas aquilo devia ser só para vista, que ele andava muito desembaraçado) com um chouriço na mão, que se chega ao pé de mim, me dá um empurrão, e grita:"Eu tenho prioridade". E eu respodo:"Ok. Mas isso é na fila. Eu já estou a registar os produtos", e o velhote: "Isso a mim não me interessa nada", e como eu não me afastei de imediato, enfia-me uma bengalada na canela direita, que me fez ver as estrelas e tive que me conter para não largar um palavrão.
A operadora chegou-se ao pé de nós para acalmar o homem, mas estava a ver que ela também levava uma bengalada. A sorte foi que vagou outra máquina, e a senhora lá convenceu o homem a usá-la. Respirei fundo, acalmei-me e lá prossegui com o registo das compras. Entretanto, a operadora veio ao pé de mim a pedir-me desculpa. Pois, mas a bengalada já ela não me tirava.
Por fim, lá fui eu a coxear, meter as coisas no automóvel, mas sempre a olhar para os lados e para trás, não me fosse o ancião desvairado aparecer de repente vindo do nada, de bengala em riste para me desancar.
Portanto, já tomei três decisões:
- pelo sim, pelo não, vou começar a estacionar sempre de frente, como os aselhas.
- verificar sempre se não há velhos armados com bengalas, quando me puser nas filas de pagamento dos supermercados
- pelo sim, pelo não, vou comprar umas caneleiras e uns tampões para os ouvidos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

"Good" Old Times (1)

Liebster Award

O Liebster Award é um reconhecimento para os blogs com menos de 200 seguidores. São 11 perguntas, as quais temos que passar a outras 11 pessoas. Ora bem, o selo foi-me passado pela Wendy, Libelinha e PinUpMe.
Já tinha deixado explícito que não sou muito adepto de selos, mas bolas! desta vez sofri logo 3 “ataques” quase simultâneos, e a gentileza das "prevaricadoras", deixou-me impossibilitado de recusar as respostas. (No entanto, permitam-me que não nomeie ninguém, ok?)
Aqui vão, então:
 

"O que achas do meu blog?"
Como foram três, os blogs que me nomearam, não me vou referir a um em particular, até porque, com as suas diferenças, têm em comum uma linha editorial jovem, muito de acordo com as suas autoras. Penso que: a Wendy não tem papas na língua, a Libelinha é uma empreendedora e a Pin, uma pessoa feliz, e as três, pessoas bem dispostas. Logo, os blogs reflectem essas características mais vincadas de cada uma.
 
"O que achas da blogoesfera?"
A blogoesfera é um reflexo da vida: temos bom e mau. É preciso saber filtrar. Tento ignorar e passar ao lado do que acho menos positivo
 
"Coisa mais bonita?"
O amor que une a minha família mais directa
 
"Principal objectivo"
Neste momento, o meu principal objectivo é tentar ter o maior número de momentos felizes possível
 
"Maior vício"
Agora, talvez ver séries da televisão. (mas sou bom a fugir de vícios)
 
"Música Preferida"
Ahahah! Esta é impossível responder. Mas não para não ficar incompleto o questionário, aqui vão algumas:
A Day in the Life – The Beatles
Suite: Judy blue eyes – Crosby, Stills and Nash
Good Vibrations – The Beach Boys
Hallellujah – Jeff Buckley
Strawberry Fields Forever – The Beatles
Dance me to the end of love – Leonard Cohen
Satisfaction - Rolling Stones
Dock of the Bay - Otis Redding
Imagine - John Lennon
You really got me - The Kinks
For your Love - Yardbirds
Whola Lotta Love - Led Zepellin
Everybody hurts – REM
Creep – Radiohead
Baby, please don’t go – Them
On the road again – Canned Heat
Like a rolling stone – Bob Dylan
The Blower’s Daughter – Damien Rice
…e mais umas centenas.
 
"O que mais odeias?"
Odiar não é verbo que caiba no meu dicionário. Mas há coisas que detesto, a começar por este governo que nos desgoverna.

"Qualidade?"
Gostar de gostar
 
"Defeito"
Preguiça
 
"Qual é o teu ídolo?"
Não tenho. Há só pessoas que admiro: Churchill, Ghandi, Mandela…No desporto, Michael Jordan, o maior basquetebolista de todos os tempos, na música os Beatles que marcaram, não só uma geração mas vários, e inspiraram inúmeros músicos por todo o mundo
 
"És feliz?"
Tenho momentos. Não há ninguém em estado de felicidade permanente, não é?

Os Dinheiros do Futebol, Transferências e CR7

Não é meu costume vir para aqui falar de futebol, especialmente dos negócios mais ou menos obscuros que à sua sombra se fazem, mas achei interessante abordar alguns desses negócios que nos últimos dias vieram a lume.
Desde já uma declaração de interesses: sou adepto e sócio do Sporting Club de Portugal, embora há muito (anos) não vá ao estádio assistir a jogos por razões que não vêm ao caso.
Muito se falou da tristeza (ou amuo) de Cristiano Ronaldo, e não sendo verbalizada a razão de tal tristeza, logo os antipatizantes de CR deduziram que se tratasse de uma razão monetária, zurzindo-o com críticas fundamentadas somente em juízos de valor, o que não valida nada. Mas mesmo que tal fosse verdade, CR nem sequer joga em Portugal, pelo que chamar à colação a situação económica do país e as dificuldades porque passam os portugueses, é completamente absurdo. Mas lá iremos.
Vejamos os negócios que Benfica e Porto fizeram no defeso, especialmente no último dia de mercado, quando ambos clubes venderam dois dos seus melhores activos, Witsel e Hulk, para o Zenit de São Petersburgo, por 40M € cada.
Esta verba, que foi comunicada por ambos os clubes à CMVM, serásupostamente, a verba correcta, uma vez que as penalizações previstas para falsas declarações àquela entidade, são pesadas.
Poder-se-ia então dizer: ambos os clubes fizeram grandes negócios (e é verdade) e ficarmo-nos por aí.
Mas não, não se ficou por aqui. Estas vendas deram origem a mais uma guerra entre os 2 emblemas, desta vez sobre quem teria vendido melhor, o que, na minha opinião, tem sido das "guerrinhas" mais imbecis a que tenho assistido em muitos anos. É qualquer coisa ao estilo “A minha é maior que a tua”.
Mas à custa dessa guerrilha, vão passando pormenores para a opinião pública, que decerto não interessaria nada aos responsáveis de ambos os clubes, viessem a lume. Por exemplo: 20% do passe de Witsel pertencia a um fundo de que não se sabe a quem pertence (facto que impediu na altura, o SLB de vender parte do passe do jogador ao Fundo habitualmente usado pelo clube). Ora dos 40M haverá então a deduzir 8M que terão que ser pagos ao tal fundo misterioso. Para além disso, haverá também 10% de intermediação pagos a um agente FIFA, o que perfaz a bela quantia de 12M€, o que deixará o clube com um lucro de 28M€ e não os tais 40M€ (isto se não se quiser deduzir a essa verba os 6,5M€ que custou ao SLB o passe do jogador.
Resumindo:
- não seria lógico saber-se a quem pertence o tal misterioso fundo a que foram a agora entregues 8M€?
- será normal um agente FIFA ganhar 4M€ por um serviço de intermediação, quando 5% era normalmente o tecto máximo de percentagem aceite?
 
No caso Hulk, as trapalhadas e as explicações têm-se multiplicado, ninguém sabendo nesta altura, quanto realmente terá rendido ao FCP o jogador brasileiro. Uma coisa é certa: sabe-se que um agente FIFA terá recebido 6M€, mas não se sabe quem lhe pagou, uma vez que o FCP afirma ter recebido 40M€ pela venda e o Zenit afirma ter pago a mesma verba, nem mais um euro. Outra coisa que se sabe é que havia uma dívida de 2M€ do FCP para com o jogador, e que, segundo os números divulgados pela SAD do FCP teriam sido pagos pelo Zenit. Que nega.
Resumindo:
- e mais uma vez, será normal um agente FIFA ganhar 6M€ com uma uma operação destas, tendo em conta a tal percentagem de 5% já referida?
- será normal haver tantas contradições nas sucessivas informações dadas sobre os números da transferência?
Quando vejo as verbas pagas pelos clubes ao agentes FIFA, entendo a razão pela qual esses agentes tanta força fazem para que os seus representados mudem de clube com regularidade (Witsel tinha vindo no ano passado para o SLB, o que significa que o seu agente terá recebido percentagens elevadas sobre transferências em dois anos consecutivos).
 
Cristiano Ronaldo ganha num ano 10M€, sujeitos a impostos.
Os dois agentes FIFA destes dois negócios, embolsam o mesmo num dia e sem grande esforço.
Os misteriosos especuladores do fundo a quem pertenciam os tais 20% do passe do jogador do Benfica, quase quadruplicaram o investimento num ano, sem mexerem uma palha.
Ainda acham que o CR ganha demais? é que ao menos ele trabalha todo o ano.
 
A verdade, é que os dinheiros do futebol continuam envoltos em suspeições, o que continua a retirar cada vez mais credibilidade ao desporto que mais dinheiro e paixões movimenta em Portugal.
 
A seguir: o caso João Vieira Pinto.

Pequenos Crimes Entre Amigos

José era ateu e crente, aparente contradição.
Ateu por herança paterna e educação, convicção firmada na vivência, na constatação das injustiças e sofrimentos de vidas alheias.
Crente no amor e na sua dimensão divina. Regido desde sempre por essa crença, foi-se deixando embalar pelas palavras corridas que cantavam o amor, alongava a noite embrenhado na prosa e na poesia, lia tudo e amava mais ou queria amar. Sonhava com o amor eterno, aquele que, segundo ele e os poetas que lia, vai crescendo dia a dia, e a que nem a morte física pode estancar, mesmo não crendo ele na vida para além dela.
No auge dos seus delírios, conheceu aquela que, para si, seria a idealizada deusa, quase miragem, e que lhe preencheria todos os sonhos.
Não a vou descrever fisicamente. Era bela, sim. De riso alacre, tao leve que ao andar parecia flutuar um palmo acima do chão, assim ele a via. O impacto do primeiro olhar foi fulminante. Amor à primeira vista.
E ela pareceu de certo modo corresponder. Por pequenos gestos, olhar convidativo, o sorriso de lábio inferior ligeiramente fremente. De tal forma que ele se sentiu compelido a abandonar a sua timidez e abordá-la. Nessa noite, admirou-se ele com o seu inesperado atrevimento e ao assentimento dela.
Assim nasceu aquela que, para ele, na sua natural ingenuidade, seria a história de amor da sua vida. Mas a curiosidade que a tinha a ela guiado até ele foi-se esgotando. Da sua parte, o amor não era um sentimento perene. Papéis invertidos e para ela, pequeno e colorido colibri, ele era a flor no qual ela foi saciando as suas fomes. Ora, as flores têm vida efémera e os colibris, é sabido, saltam sem pecado para o girassol seguinte.
No caso, ele nunca soube quem seria o girassol seguinte. Não lhe interessava. Era o que menos interessava. Só o rasgão profundo nos sonhos de felicidade comum, a machadada vibrante em tudo aquilo em que sempre acreditara, na eternidade do sentimento supremo.
No meio do vendaval de dores, em vez de o confortar, disse-lhe o amigo a quem suspirara a sua fatalidade que “tudo passa, e o amor só é eterno enquanto dura”.
Foi uma crueldade escusada. Não era naquilo que ele cria. Não era aquilo que ele queria ou necessitava naquela altura.
Deixou ir amarfanhando a alma, até que ela não era mais que um pequeno novelo negro que não reconhecia já como parte de si.
O José morreu ontem. Sem poesia. Vítima da sua ingénua credulidade. Também de pequenos crimes perpetrados por quem lhe estava mais próximo: ela que lhe cravara o estilete da indiferença bem fundo e direito ao ventrículo. O amigo, que em breves palavras cortara cerce todas os sonhos que ainda lhe sobravam sobre o que era o amor, e lhe dissera, sem dizer, que tudo não passava de ilusão.
O José morreu ontem. Ateu e descrente.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Night' Music (78) - The Beatles - Lucy in the Sky with Diamonds

The Beatles - Lucy in the Sky with Diamonds


#2 Fashion Blogger do Dia - Agora no Feminino

Aqui está uma pérola* do passado, especialmente para as leitoras.
E uma pergunta que deixo:
 
Porque é que a mulher portuguesa terá perdido o encanto por chapéus?*
 
 

* - Reparem só nos preços
** - Também é verdade que o mesmo se passa em relação aos homens, mas disso já eu falei.

Fashion Blogger Again - Hoje, apanhei o papparazzi...

...e consegui sacar-lhe cópias das fotos que ele me tirou, e ele prometeu que as publicava, mas eu fiquei desconfiado.
Portanto, se virem estas fotografias noutro lado qualquer:
1- Já sabem que sou eu
2- Avisem-me que eu processo o gajo!