domingo, 4 de novembro de 2012

Olá, cambada

Após uma semana de recato, durante a qual fiz uma espécie de romagem de saudade aos lugares dos meus antepassados, e em que estive inacessível a quase tudo o que cheirasse a civilização. Podem crer, ainda há sítios assim no extremo de alguns caminhos do país. E "cheira-me" que, da forma como as coisas estão, daqui a uns tempos, haverá muito mais, precisamente o inverso do que seria de supor. É a involução de um povo.
 

É tudo muito belo, ouvir as aves e o riacho a saltar de fraga em fraga, sentir o cheiro do pinhal e do fumeiro, o sabor da comida antiga, tactear o silêncio ensurdecedor das noites escuras e impenetráveis.
 
Mas já não consigo suportar aquela calma de morte durante muitos dias, sinto falta do bulício, da pressa, do barulhgo dos motores e das rodas metálicas dos eléctricos a rangerem nos carris. Decididamente, tornar-me um rústico está totalmente fora de questão.
Sou mesmo um citadino irredutível.

22 comentários:

  1. Virar rústico? Isso seria um grande desperdício de guarda-roupa ;)

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    1. Tens razão, São João. Não me estou a ver todos os dias de galochas, calças esfarrapadas e cheias de lama, e camisas de flanela de xadrês, ahahah

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  2. Ah Vic, mas ainda assim de vez em quando é preciso virar rústico por uns dias. Eu cá bem precisava, até tenho feitio para isso :)

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  3. Eu sou uma campónia. Apesar de viver os meus dias na cidade!

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    1. Eu nem por isso, Ovelha. Comigo, até os cactos e as plantas de interior murcham :)

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  4. Faz bem mudar de ares.
    Mas faz tão bem mudar de cá para lá como de lá para cá! :)

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    1. Não há nada como alternar :)- Acho que é isso que queres dizer, não é, Menino?

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  5. Somos dois, por mais que tente, o campo não me consegue prender durante muito tempo :)

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    1. Verdade, Marta. E aqueles lados estão-se mesmo a desertificar. Agora há estradas e não há pessoas. Uma tristeza a quantidade de casas que há para vender e sem ninguém para as comprar.

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  6. Concordo contigo: é muito giro visitar e descansar durante uns dias, apreciar as paisagens, os sabores e as gentes... mas depois é bom regressar ao bulício da cidade! :)

    Bom regresso a casa!

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    1. Foi mesmo um bom regresso, Tété. É mesmo muito difícil viver por lá, principalmente para mim :)

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  7. Também sou assim! Gosto muito disso mas não por muito tempo :)

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  8. Ora muito bem vindo de volta que já tinhamos saudades (e ademais estava preocupada)
    Faz como eu, um bocadinho lá, outro bocadinho cá!
    Quando a Rústica (adoro este poema da Florbela) que há em mim está que não pode com a cidade, migra para o campo até a citadina começar a desfalecer! Aí trago-a de volta e dou-lhe um banho de civilização!

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    1. Ahahah! Pois, o citadino que há em mim, desfalece rapidamente no campo, S&I :)

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  9. Até eu sinto o mesmo, embora adore viver afastada da cidade e adore a minha aldeia.
    Ainda é muito cedo para viver tanta tranquilidade. De vez em quando tenho mesmo que ir ver gente.:))

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    1. É uma contradição, Nina. Quando somos mais velhos, é quando mais precisamos das comodidades que a cidade tem para oferecer :)

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  10. Sê muito bem vindo!

    Voltar às origens pode ser revigorante.
    Apesar de gostar de sossego penso ser incapaz de voltar a morar na vila natal.

    Um beijinho cheio de boa semana!

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  11. Eu gosto muito da minha terra natal, mas... 3 dias!
    E fico com dor de cabeça no campo... deve ser do ar puro ;)

    Bom regresso :)

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  12. Eu também gosto de andar pelo campo assim uma semana, máximo duas.
    Género desintoxicação da cidade. Mas mais que isso morro de tédio!

    Já tinha saudades, bom regresso Vic :D

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  13. Não sei se conseguiria viver no campo... Mas também não sei se iria gostar do reboliço da cidade! Gosto muito do meu cantinho tão perto e tão longe de tudo e de todos ;)

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Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!