segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A Maldição do Telemóvel, ou a Minha Semana Passada...(1/2)

...que foi do caraças!


 Esta semana passada foi muito agitada para mim, e por isso quase não assomei por aqui, como alguns terão reparado.
  Ora o que se passou foi que tive que ir até às Beiras, e parece que esses regressos às origens dos meus antanhos estão embruxados.
  Eu explico: O meu tio Jacinto telefonou-me inopinadamente na 2ª feira, por causa de umas escrituras de uns terrenozitos, que teriam lugar na 4ª e 5ª feira seguintes, e nas quais a minha presença era imprescindível.
  Lá tive que arrumar umas roupas no saco, e na 4ª de manhãzinha fiz-me à estrada e cheguei lá por volta das 10h (a escritura era às 11h) ainda a maldizer o balúrdio gasto em portagens, junto com o gasóleo, que me deixou um belo rombo na carteira que ainda se agravaria na volta.
  Lá estava o tio Jacinto e a tia Jesuína à porta do notário e muito sorridentes, fizemos a escritura e fomos até casa deles, onde comemos uma feijoada espectacular, acompanhada com um tinto da colheita particular do meu tio que era uma categoria, mas que me deu uma soneira que nem imaginam. De modo que, estava o meu tio a contar-me as suas aventuras (aldrabices) de caçador, enquanto tomávamos o café na sala, e já eu estava a cabecear.
  Até que o sr. Jerónimo, que é o vizinho do lado, o chamou para a sueca da tarde na casa do povo, e eu aproveitei para fazer uma sesta. Sem saber o que me estava reservado. Bom, a meio da tarde a tia chamou-me para ir dar de comer aos animais, e eu achei bem ir com ela para desmoer, porque ainda sentia bem o peso da feijoada (e de vez em quando, o cheiro também se notava).
  À noite, e para minha surpresa, o jantar foi uma sopa daquelas onde a gente mete a colher e ela fica de pé, seguida dumas febras com batata frita!. Eh pá, não percebo como é que com aquelas bombas de colesterol, eles duram até aos 80 e tal!
A seguir, o tio foi buscar uma garrafa de aguardente velha que ele disse ser da sua lavra, e serviu-ma num daqueles balões que dão quase para a gente tomar banho, e eu, para não lhe fazer a desfeita, lá emborquei aquilo, enquanto eles viam a Gabriela. Acho que fiquei um bocado azamboado com aquela porra, que era forte como o caraças e eu já não bebia bebidas brancas há mais de 10 anos, por isso, acabada a telenovela e quando eles me disseram que iam para a cama, eu disse-lhes:  
- Eu fico a ver televisão mais um bocadito. Ainda é muito cedo para mim. (a verdade é que estava com medo de vomitar na cama, e ainda queria ir até à janela apanhar um bocado de ar para ver se o enjoo me passava).
  - Então vá, já sabes que é o quarto no fundo do corredor e a cama já está aberta – disse-me a tia – Agora vê lá, não abuses da aguardente.
  Mas que raio é que eles pensavam de mim? Que era um bêbedo inveterado? Confesso que fiquei um bocado revoltado com aquela boca da minha tia. Quando eles se foram, lá fui para a janela, e aquele ventinho da serra nas ventas fez-me mesmo bem, tanto que ainda não eram meia-noite, já eu estava a chonar embrulhado em duas mantas, que o frio por aquelas bandas não é pera doce.
  E foi então que aconteceu: de repente, no meio da noite (mais precisamente às 2 da manhã, como pude verificar posteriormente), e no meio de um sono profundo, ouço um burro a zurrar que nem doido, mesmo nos meus ouvidos. Bem! Apanhei um cagaço daqueles! Imaginem acordar com o animal a zurrar-me às orelhas, tudo às escuras e eu sem saber onde é que estava?
Levantei-me assarapantado e mal comecei a andar bati com a cara (especialmente o nariz) contra qualquer coisa tão dura como uma parede (e era mesmo) e com tal força, que fui atirado para trás para cima da cama como se tivesse ido contra uma automotora, e com uma dor excruciante no nariz e até devo ter estado uns segundos desmaiado. Quando consegui raciocinar melhor, acendi o candeeiro de mesa de cabeceira, tentei estancar o sangue que me corria do nariz e descobri que afinal não havia burro, tinha sido o sacana do telemóvel.    
  Explicando: o meu telemóvel tem uma aplicação com 3 toques – o que eu uso normalmente, o zurro que eu atribuí ao Marcelino, e o mugido da vaca, que seleccionei como tom de toque da prima Etelvina – mas eu nem queria acreditar que o filho da mãe do Marcelino a ligar-me àquela hora. Mas estava com tanto frio (nem me passara pela cabeça levar pijama), que já nem pensei mais, queria era dormir, pela manhã, teria tempo de ver o que se tinha passado. 
  Portanto, apaguei a luz e embrulhei-me novamente nas mantas, depois de apalpar o nariz, e que, quando lhe passei a mão, parecia dois. Se calhar estava partido, mas àquelas horas, não ia a lado nenhum! 
Readormeci quase instantaneamente.
 
(continua)

7 comentários:

  1. Ahahahahahah! Se continua, prefiro não me pronunciar já, já... :D

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  2. Ai continua... Eu queria saber o que o Marcelino queria áquela hora ;P

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  3. Revolta à parte, parece que o palpite da tua tia se concretizou...

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  4. O que já me ri!
    Se o Marcelino a tua prima soubessem os toques que lhes reservaste, estariam agora felizes.:))

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  5. Ai, o Marcelino telefonou-te às duas da manhã? Já se adivinha que dali não vem boa coisa e, para começar, já se sucederam uns quantos azaritos... Vamos aguardar os finalmente! :)))

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Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!