segunda-feira, 13 de maio de 2013

Em Busca do Tempo Perdido*

* eu sei, agora já há vários a pensar: “olha, aí está mais um Proust de pacotilha”. Mas a verdade é que só me lembrei da obra do francês depois de escrever o título do post, e como a preguiça que me tem subjugado continua nas suas sete quintas a reinar sobre a minha vida, deixei ficar.

                               

Ora este lapso de dois meses que estive ausente, corresponde exactamente ao período durante o qual, há precisamente dois anos, eu me debatia com um intruso – que eu poderia já chamar de intruso chato, uma vez que, como um dia contei, foi a 3ª vez que me visitou sem que eu o tivesse convidado – que me deu algum trabalho e bastante luta, logo a mim que evito até à última qualquer tipo guerra. E acreditem que na altura, saí da refrega um bocado combalido, que os tratamentos são “pesados”, tanto que enquanto estamos a levar com eles, muitas vezes nos interrogamos se não é pior o tratamento que a doença.
Só no fim, e se a coisa corre bem, nos apercebemos da estupidez da dúvida.
Para que sirva de informação aos menos avisados ou preocupados com estes pequenos empecilhos que a vida nos coloca no caminho, o tempo que os médicos consideram seguro para nos dar como curados, é quando passados 5 anos nenhuma recidiva ocorre. No entanto, 2 anos é um lapso de tempo razoável para considerar que, não tendo ocorrido entretanto nenhum percalço, a coisa está razoavelmente controlada, e os 3 anos que faltam para atingir o qual quinquénio deverão decorrer sem sobressaltos.
Pois como disse, perfaziam-se agora os tais 2 anos, e por mais que se tentasse e fingisse até alguma descontracção, uma ponta de ansiedade tomou conta de mim, e eu com ansiedades não me dou bem, principalmente porque não me consigo concentrar. E se mais ou menos concentrado já só escrevo disparates, imagine-se o que sairia daqui estando desconcentrado.
Ora as notícias não podiam ser mais positivas, pelo que, apesar da minha enorme preguiça, o tempo de letargia já não se justificava, até porque comecei a constatar que quase já não conseguia assinar o meu nome. Comecei a recear que o meu neurónio adormecesse de vez e foi quando lhe dei uma palmada valente e ele resolveu enviar-me algumas mensagens que eu decidi aproveitar, e postar neste meu tão desprezado diário.
Portanto, decidi abster-me durante uns tempos das vidas blogueiras e mesmo leituras, só das gordas dos jornais e o facebook, que também é bom para nos mantermos informados da vida alheia e que funciona mais ou menos como o café aqui da esquina - mas em maior - onde, por exemplo ainda hoje fui informado que o Guedes se tinha convertido à IURD só para ver se engatava a nova criada de uns novos-ricos que no ano passado compraram aqui na rua de cima um duplex T6 com jacuzzi, jardim e garagem para 2 BMW’s série 5, um SUV da Range Rover e um Jaguar descapotável, num prédio restaurado e que lhes deve ter custado os olhos da cara (pelo menos), porque a moça – alta, roliça, morena e que anda como uma rainha de escola de samba e tem uns air-bags (dianteiros e traseiros, que nestes casos dispensam-se os laterais) como só uma brasileira consegue ter, e já provocaram pelo menos 3 torcicolos em respeitáveis habitués do café – é muito religiosa e fiel seguidora daquela igreja.
Mas a coisa parece que não começou muito bem porque na 1ª vez que o Guedes foi a uma sessão evangélica, caiu-lhe em cima uma gorda que, diz ele, pesava pelo menos uns 120 quilos, e se sentiu “possuída” durante a pregação (?) do pastor.
De qualquer forma, o Guedes saindo de lá bastante combalido, teve ao menos o consolo de ver que a Lucineide lhe segurava a mão com um ar bastante compungido,  enquanto enfiavam a maca dele na ambulância do INEM.
Ah! Esquecia-me de esclarecer um ponto importante: Lucineide é o nome da sopeira brasileira.

13 comentários:

  1. Estava a ver que algo se passava! Welcome back. Mariposa, ex Ovelha!

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  2. Fico feliz de te ver de volta a estas andanças e com animo ;) Beijinhos

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  3. Caramba, homem! Pensava que já tinhas emigrado ou ido fazer um cruzeiro - que é basicamente a mesma coisa, mas em grande. :D

    Bem-tornado. :)

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  4. Que saudades que eu tinha de vir aqui e ver-te!!! :)

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  5. Este bicho da preguiça anda a atacar-me também...
    Bem vindo de volta Vic!

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  6. Pequeno empecilho não é um eufemismo? Claro que qualquer pessoa nessas circunstância fica ansiosa, o que me parece normalíssimo. Mas pronto, espero que passem 5, 10 e 20 anos sem mais problemas desses!

    Este é o ponto 1, à primeira parte do texto. Ponto 2, ri que nem uma maluca com a história do Guedes que queria engatar a Lucineide! Historinha bem contada, que dá gosto e riso à fartazana... :)

    Já tinha saudades de te ler! Beijocas!

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  7. Bem vindo, pá! E de ténis (onde tu andas com a cabeça, meu caro?)

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  8. Folgo em saber que tudo tomou o seu rumo e na melhor direcção.
    Bem vindo à blogosfera.

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  9. Seja muito bem-vindo de novo, senhor Vic!
    Ainda bem que está tudo ok contigo. Quanto à preguiça, entendo-te, sem dúvida :)

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Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!