segunda-feira, 17 de junho de 2013

Um Post sobre "Gajas com Mamas Grandes"

Há alguns tipos de pessoa de que fujo a sete pés (ficava-me mal dizer que detesto).
Por exemplo, as que para cada situação arranjam uma frase feita que se lhe adapta (mais ou menos). Como o Diamantino que queria ir a Santiago de Compostela mas não sabia o caminho. Ofereci-me para lhe emprestar um mapa, mas ele respondeu-me por cima da burra: ”Quem tem boca vai a Roma”. Fiquei espantado com a resposta, logo a mim que tinha sido tão solícito, mas acabei por perceber quando me chegou aos ouvidos que ele queria é que lhe emprestasse o GPS, nem dando conta que o aparelhómetro estando incrustado no tablier, inviabilizava a operação. Lá acabou por ir, mas acho que de caminho ter passado por Madrid tinha sido escusado.
Pior, só mesmo as que, mesmo não sendo crentes, passam a vida a dar graças a Deus. (todos os dias se ouve na TSF um excerto de um monólogo, que lhes cai muito bem: “Fui operado e correu tudo muito bem, graças a Deus. Se tivesse corrido mal, tinha sido graças ao médico”). Outro tipo de pessoa que evito são os idólatras, Detesto ouvir alguém dizer que o Cristiano Ronaldo é o seu ídolo (ou o Tony Carreira, calhou ser o Cristiano por acaso, eu até gosto – falando desportivamente - do rapaz), ou que adora o Manuel Luís Goucha.
Mas como em tudo na vida, há excepções. E era aí que eu queria chegar, à excepção, que é o caso do Marcelino, que diz que adora “gajas com mamas grandes”. Eu gosto do Marcelino, e devo confessar que prefiro mulheres com as curvas e protuberâncias no sítio, às modelos escanzeladas – e para minha satisfação, até acho que estamos a voltar às origens, embora não convenha recuar muito, senão a expressão “gordura é formosura” ainda se torna actual, o que seria uma espécie de maldição – se bem que a determinada altura da minha vida, uma das minhas paixões platónicas tenha sido a Twiggy.
Digamos então, que, por exemplo, considero a Monica Bellucci (ainda bem que o Cassel não lê isto, porque é daqueles gajos que me dá sempre a ideia de estar à beira de cometer um homicídio) como o protótipo da mulher ideal. Dito isto, já acho demais que o Marcelino – muito à minha conta – tenha transformado a casa numa espécie de santuário às, como ele diz, “gajas de mamas grandes”.
Posso garantir, que visitar a casa do Marcelino é uma experiência única – foi literalmente o que pensei quando lá fui porque nunca mais lá quis voltar – e que se descreve em poucas palavras: trata-se de umas águas furtadas e quando se entra, temos um corredor recto que vai ao longo da casa quase toda, com portas de um lado e outro, que dão para as várias, poucas (cozinha, wc e uma salinha) divisões.
Disse quase porque ao fundo fica a porta que dá para o quarto dele. E a surpresa parece começar aí, porque a primeira coisa com que deparamos mal se entra é, mesmo em frente e lá ao fundo, uma fotografia em tamanho natural e ao natural da Pamela Anderson que cobre essa porta toda. Fiquei a olhar e ele perguntou-me:
 
- Gostas? Então olha lá para a porta da entrada – virei-me para trás e na porta porque tinha acabado de entrar, lá estava uma foto vintage da Brigitte Bardot, ao que me pareceu à 1ª olhadela, com uma mini tanga escura. Meti os óculos para ver melhor e constatei que não era uma tanga. Foi quando me lembrei de que na altura da foto ainda nem se falava da depilação à brasileira.
Aqui, o Marcelino fez questão de me elucidar que, não tendo a BB umas medidas dentro dos parâmetros dele, era uma homenagem ao seu falecido pai, que tinha uma colecção de fotos da francesa e de várias musas da época como a Marilyn e a Jane Mansfield (uma prova de que “Quem sai aos seus, não degenera”) e uma rica colecção dos 1ºs Playboy’s e Penthouse’s que ele guarda religiosamente no psiché, a coberto da humidade e dos lepismas.
Bom…depois, o resto da casa – exceptuando talvez a cozinha – é todo um estendal de posters do mesmo género mas com mulheres que usam os tamanhos maiores de soutien (mas sem eles), já para não falar da estante da sala, totalmente preenchida com filmes “educativos”, e várias colecções de revistas do género (não há dúvida que o dinheiro que lhe tenho emprestado, tem sido bem investido).
A minha maior curiosidade depois de sair do meu estupor, foi saber como é que reagiam as mulheres que ele lá levava, ao ver aquela parafernália toda.
- Não trago cá mulheres, pá. Sou um tipo respeitador e não quero que elas se sintam diminuídas. Eu sei bem o vexame que passei quando levei a Ofélia ao Cinebolso a ver “La Verdadera Historia de Heidi y su Abuelito Dijo a los Adultos” e ela se pôs a fazer comparações entre os meus dotes físicos e os dos tipos do filme. Ainda por cima, em voz alta e a rir-se que nem uma alarve. Tive que sair antes do fim do filme e nunca mais pude ver a mulher, podes crer.
Claro que aquilo deu-me uma vontade enorme de ir à casa de banho – nem me atrevo a descrevê-la (à casa de banho, subentenda-se) – só para não me rir à frente dele. Quando saí do wc e depois de ter lavado a cara, o Marcelino diz-me:
- Bem, tu és um gajo que me tens desenrascado de vez em quando, de maneira que é assim: já trouxe cá duas gajas, a Ivone, que mal cá entrou se pirou logo ainda estou para perceber porquê, e a Zulmira (a Zulmira é conhecida no bairro por "A Saltitonas", adivinhem porquê)
- A Zulmira? A intelectual da livraria? Aquela com uma grande peitaça e de óculos com algumas 10 dioptrias?
- Claro. Mas eu antes dela entrar, convenci-a de que ficava mais sexy sem os óculos, de maneira que a tive que levar para o quarto amparada, porque ela via tudo esborratado.
- E então?
- Então nada. Eu quando a vi toda descascada estendida na cama, com aquele material todo à disposição, só me lembrou os meus tempos de criança, e acabei por adormecer agarrado a elas*.
 
Ok. Fiquemos por aqui.
 
*Ao que parece, a Zulmira nunca mais lhe falou, porque há uns tempos, quando fui á livraria comprar o livro do António Raminhos, a tipa vira-se para mim e diz-me: “Tu também és amigo daquele Marcelino, não és? Pfffff!!”

3 comentários:

  1. O texto até está engraçado. O gif é que é de má qualidade. Uma coisinha mais bem feitinha ficava melhor!

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  2. Há uma ligeira diferença entre gostar de ver gajas de mamas grandes e depois o que fazer com elas num encontro amoroso. Uma diferença ténue, mas existe... :)))

    O teu sentido de humor recomenda-se! :D

    Beijocas!

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  3. Sempre achei que os homens que gostam de grandes peitaças não foram amamentados o tempo suficiente. Que acha o Vic?
    Obrigada pela gentil visita!
    Um beijinho da
    Lou

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Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!