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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Assumam-se!...e as Coelhinhas da Páscoa existem!

Em garoto - desde para aí os 6 anos - tinha certas reservas em relação aos adultos
A primeira opinião negativa que tive foi sobre a sua crueldade, e quando vi pela 1ª vez, o Bambi.
Aquela cena da morte da mãe do veadinho (atenção leitores brasileiros, falo de um animalzinho e não de um tipo com opções diferentes das minhas) era escusada, e marcou-me para toda a vida. Ainda hoje penso que o indivíduo que teve aquela ideia, deveria ter sido atado a uma árvore e sido sodomizado à bruta e à fartazana.
Logo no ano a seguir, e por causa do Pai Natal - descobri que afinal era o meu pai vestido com um fato de cor ridícula e com umas barbas de milho - verifiquei que, além de cruéis, nos mentiam.
E que, além do mais, batiam nos mais pequenos. Lembro-me perfeitamente ds levar alguns pares de lapadas: era a minha mãe, quando lhe ia às bolachas, foi uma vez o meu pai quando lhe pus o cócó do cão nas pantufas e ele as calçou sem sequer olhar para elas, era a professora que me dava com uma chibata nas orelhas quando eu puxava para cima as saias da Alicinha, que tinha a carteira mesmo à frente da minha. Enfim, era quando lhes apetecia. Para eles aquela frase "bate em alguém do teu tamanho" era muito bonita, mas só aplicada aos outros.
Mas as minhas recordações nesse aspecto não ficaram por aqui. Por exemplo, a minha mãe era doméstica (esta denominação é muito engraçada, eu sempre achei que os homens achassem a designação "domesticada" muito mais adequada e conforme com a sua - deles - vontade) e era ela que me acompanhava nas leituras. Um dia, tinha para aí uns 8 anos, perguntei-lhe:
- Mãe, porque é que o Donald namora há tanto tempo com a Margarida e nunca mais se casa?
E ela ficou uns tempos em silêncio, e depois respondeu:
- Sei lá! Isso é um disparate! Não vês que são só bonecos animados? Olha, se calhar é porque gostam de namoros compridos.
- E quem são os pais dos 3 sobrinhos dele?
- Sei lá! Tens cada uma. Para que queres saber isso?
Bom, aquilo tudo me pareceu suspeito. Então, mas alguém normal conta uma história em que os intervenientes aparecem assim do nada, como os três sobrinhos?
Claro que agora que sou adulto, já tenho resposta para muita coisa, Tenho a certeza que o Donald é pederasta, que o namoro é uma simples cortina de fumo sobre a sua condição, e que os três sobrinhos são mais ou menos o correspondente à Almerinda, que é a afilhada do senhor padre Mateus, que vive em casa dele há mais de 20 anos e lhe trata das lides da casa e de outras que se murmuram, mas ninguém diz em voz alta. Uma nota para referir que a Almerinda é mãe do Jerónimo, que tem 15 anos e de quem nunca se conheceu o pai. Dizem.
A seguir, chegou a idade em que eu lia as aventuras do Tintin. Que também é uma figura curiosa. Não sei se alguém já reparou que a única mulher que aparece mais assiduamente, é a Castafiore. Isto é, o Tintin só se dá com um marinheiro que anda sempre grosso, um cientista lunático, e dois detectives idiotas. Ora um jornalista que calcorreia o mundo, não arranja uma namorada decente? Perdoe-se tudo a Hergé - dizia-se que era racista, xenófobo, amigo de nazis, etc), mas que, antes de morrer, tivesse assumido que o Tintin é como o Donald.
Depois, veio o Astérix. E que dizer de Astérix? que só gosta de matulões como o Óbelix?
Enfim, sobre o assunto, muito haveria a dizer (expliquem-me lá porque é que o Batman tem como o parceiro o Robin e não a sensual Catwoman ou mesmo a encantadora SuperMulher?)
As histórias infantis estão repletas de situações de carácter sexual muito duvidoso ( 7 anões a viverem sózinhos na floresta, e quando lhes aparece uma brasa como a Branca de Neve tratam-na como se fosse um deles, em vez de aproveitarem para fazer umas coisas mais divertidas? Hum....), e a banda desenhada, pejada de heróis musculosos cheios de super poderes, mas quando se chega àquilo que realmente interessa, népia. Fazem-me lembrar uma carga enorme de dinamite, mas sem rastilho.
Portanto, as minhas convicções de criança sobre alguns adultos só se têm reforçado com o decorrer do tempo: são cruéis, aldrabões e dissimulados!
Opá! Assumam-se e deixem de enganar as ciancinhas! Aproveitem a época festiva e mostrem-lhes que pelo menos nas Coelhinhas da Páscoa vale a pena acreditar.