sábado, 4 de setembro de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
As Capas de Álbum do Meu Contentamento (1) - Moby Grape/1968
Saídos do grande movimento que teve o seu epicentro em San Francisco em meados dos anos 60, os Moby Grape viram os oráculos de então apresentarem-nos como a “next big thing” do panorama musical americano, ainda na ressaca da British Invasion.
Era um grupo bastante versátil, mas poder-se-á dizer que o seu estilo cabia bem dentro do chamado country-rock, alinhando ao lado de grupos como os Quicksilver Messenger Service, ou os Lovin’ Spoonful, embora sejam inegáveis algumas influências psicadélicas, o que não será de estranhar se tivermos em atenção que a banda foi formada à volta de Skip Spence, o 1º baterista dos Jefferson Airplane, uma das primeiras e mais importantes referências desse movimento.
Contudo, e voltando à questão da "next big thing", a verdade é que a realidade anda muitas vezes longe das previsões dos “entendidos”, e a vida dos Moby foi relativamente curta - 3/4 anos - e de êxito muito relativo, culpa, diz-se, de muitas más decisões conjuntas e de algumas atitudes pessoais reprováveis.
Intocável é porém, o manifesto cuidado e bom gosto, postos pelos responsáveis, na produção gráfica dos vários LP’s que o grupo lançou enquanto durou.
A capa que hoje aqui se apresenta, é a do 3º longa duração do grupo, Wow/Grape Jam (um duplo álbum que curiosamente foi posto à venda ao preço de um LP normal) editado pela Sundazed/Columbia em 1968, e é da autoria de Bob Cato, um reputado designer pertencente aos quadros da Columbia, e que trabalhou com vários nomes notáveis da cena musical norte-americana, como Bob Dylan, Barbara Streisand, Miles Davis ou Janis Joplin.
Era um grupo bastante versátil, mas poder-se-á dizer que o seu estilo cabia bem dentro do chamado country-rock, alinhando ao lado de grupos como os Quicksilver Messenger Service, ou os Lovin’ Spoonful, embora sejam inegáveis algumas influências psicadélicas, o que não será de estranhar se tivermos em atenção que a banda foi formada à volta de Skip Spence, o 1º baterista dos Jefferson Airplane, uma das primeiras e mais importantes referências desse movimento.
Contudo, e voltando à questão da "next big thing", a verdade é que a realidade anda muitas vezes longe das previsões dos “entendidos”, e a vida dos Moby foi relativamente curta - 3/4 anos - e de êxito muito relativo, culpa, diz-se, de muitas más decisões conjuntas e de algumas atitudes pessoais reprováveis.
Intocável é porém, o manifesto cuidado e bom gosto, postos pelos responsáveis, na produção gráfica dos vários LP’s que o grupo lançou enquanto durou.
A capa que hoje aqui se apresenta, é a do 3º longa duração do grupo, Wow/Grape Jam (um duplo álbum que curiosamente foi posto à venda ao preço de um LP normal) editado pela Sundazed/Columbia em 1968, e é da autoria de Bob Cato, um reputado designer pertencente aos quadros da Columbia, e que trabalhou com vários nomes notáveis da cena musical norte-americana, como Bob Dylan, Barbara Streisand, Miles Davis ou Janis Joplin.
Generalidades
Capas dé Álbum,
Moby Grape
sábado, 14 de agosto de 2010
Filmes (1) - Os Óscares que aí vêm
Tenho para mim que quem se interessa por cinema, e à medida que vai vendo as novidades cinematográficas, manterá todos os anos alguma expectativa em relação aos filmes que, no ano seguinte, serão nomeados para o Óscar. Por mim, penso que por estes tempos, será uma espécie de prazer mórbido, aquele que nos move.
A verdade é que, principalmente nos últimos anos, têm sido tão erráticas as opções da Academia, que há sempre aquela perguntinha que nos assalta: “Será que é desta que acertam?”. Também é verdade que o facto de não concordarmos com o filme escolhido, não faz com que aquele que vence seja pior. Admito perfeitamente a diferença de opinião quando se avaliam duas coisas de potencial semelhante. O que já não me parece muito lógico é sequer nomearem-se filmes sem qualquer interesse para um cinéfilo - como aconteceu quando nomearam Avatar como candidato ao Óscar para o melhor filme - sendo que pior é quando ganham, como foi o caso de Slumdog Millionaire, em 2008.
A nomeação já me pareceu disparatada. O facto de vencer, quando estavam também nomeados filmes com a importância de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Frost/Nixon” ou mesmo “Milk” (que não apreciei pessoalmente, mas que concedo ser um bom filme), é, na minha opinião, não só uma decisão absurda, como me parece conter em si mesma uma atitude paternalista um bocado imbecil.
Por cá, quando se chega á altura da cerimónia, é curioso verificarmos que alguns dos filmes nomeados ainda não passaram - alguns, em anos anteriores, creio mesmo só terem vindo posteriormente directos para os clubes de vídeo, o que com o desaparecimento recente do Blockbuster, vem pôr outro problema a quem se interessa por cinema, que é o de a partir de agora, ter que abrir os cordões à bolsa e comprar os filmes, se os quiser ver - e o que até agora apareceu, não é muito auspicioso. Dois ou três filmes interessantes, e pouco mais. Mas como ainda falta a época alta, a começar em Outubro…
De qualquer forma, suspeito que, se no ano passado foi nomeado Up, o mais certo é este ano não falhar a nomeação de Shreck IV. O que me parece muito mais saudável, do que um daqueles enjoativos filmes de vampiros, ou qualquer coisa toxicamente tecnológico e cheio de efeitos especiais, como o Avatar.
Uma aposta minha vai para o recente “The Expendables”. Afinal, é produzido pelo grande Sylvester Stallone (sim, grande. Que ainda não me esqueci que o homem já ganhou um Óscar!), e reúne a nata dos “heróis” de Hollywood e não só.
Cheira-me a que é muito mau, mas pelo menos, temos acção garantida.
A verdade é que, principalmente nos últimos anos, têm sido tão erráticas as opções da Academia, que há sempre aquela perguntinha que nos assalta: “Será que é desta que acertam?”. Também é verdade que o facto de não concordarmos com o filme escolhido, não faz com que aquele que vence seja pior. Admito perfeitamente a diferença de opinião quando se avaliam duas coisas de potencial semelhante. O que já não me parece muito lógico é sequer nomearem-se filmes sem qualquer interesse para um cinéfilo - como aconteceu quando nomearam Avatar como candidato ao Óscar para o melhor filme - sendo que pior é quando ganham, como foi o caso de Slumdog Millionaire, em 2008.
A nomeação já me pareceu disparatada. O facto de vencer, quando estavam também nomeados filmes com a importância de “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Frost/Nixon” ou mesmo “Milk” (que não apreciei pessoalmente, mas que concedo ser um bom filme), é, na minha opinião, não só uma decisão absurda, como me parece conter em si mesma uma atitude paternalista um bocado imbecil.
Por cá, quando se chega á altura da cerimónia, é curioso verificarmos que alguns dos filmes nomeados ainda não passaram - alguns, em anos anteriores, creio mesmo só terem vindo posteriormente directos para os clubes de vídeo, o que com o desaparecimento recente do Blockbuster, vem pôr outro problema a quem se interessa por cinema, que é o de a partir de agora, ter que abrir os cordões à bolsa e comprar os filmes, se os quiser ver - e o que até agora apareceu, não é muito auspicioso. Dois ou três filmes interessantes, e pouco mais. Mas como ainda falta a época alta, a começar em Outubro…
De qualquer forma, suspeito que, se no ano passado foi nomeado Up, o mais certo é este ano não falhar a nomeação de Shreck IV. O que me parece muito mais saudável, do que um daqueles enjoativos filmes de vampiros, ou qualquer coisa toxicamente tecnológico e cheio de efeitos especiais, como o Avatar.
Uma aposta minha vai para o recente “The Expendables”. Afinal, é produzido pelo grande Sylvester Stallone (sim, grande. Que ainda não me esqueci que o homem já ganhou um Óscar!), e reúne a nata dos “heróis” de Hollywood e não só.
Cheira-me a que é muito mau, mas pelo menos, temos acção garantida.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
domingo, 8 de agosto de 2010
A Roda do Tempo (1) - As Velhas Tabernas
A leitura da Time-Out desta semana levou-me de volta ao Sudoeste donde cheguei há uns dias. Mas fui ao engano. Falavam eles de 10 razões para ir ao Sudoeste, e pensei logo que uma delas, seria o arroz de marisco - ou mesmo só o marisco, fresquíssimo, desde o inacreditavelmente barato percebes, á incomparável amêijoa - do Azenha do Mar, da D. Alzira, mesmo chegado ao Brejão e à praia do Carvalhal. Mas…desilusão. O 1º “prato” que me serviam era o intragável Mika mais a sua voz pimba, que mais pimba não há.
Mas recompus-me e logo a seguir fiz as pazes com a publicaçãozinha quando ela me forneceu alibi para um dos meus “pecados”, que é não ter conseguido até hoje, ler o “Ulisses”. Pois é, parece que não sou só eu. Partilho a fraqueza com, pelo menos, José Luís Peixoto, Miguel Sousa Tavares, José Mário Silva ou Inês Pedrosa, tudo nomes ilustres das nossas letras, o que, para mim, significa simplesmente que afinal só lêem o Ulisses pessoas desprovidas de sistema lógico de raciocínio, ou seja, perfeitos idiotas se dão ao trabalho de ler a obtusa obra de James Joyce.
Como se sabe, a Time-Out é já uma referência pelas indicações preciosas que dá, e, curiosamente, neste número fala de uma das casas de comes mais faladas da zona onde moro, o Chá da Lapa, talvez só superado em fama pelos pastéis de nata da Cristal ou pelo Chef, da Borges Carneiro, onde se comem as melhores empadas de galinha de Lisboa, ao mesmo tempo que se pode tropeçar com algum famoso, ou pretendente a tal, o que não me é muito apelativo, eu que sou um orgulhoso anónimo e sem pretensões a alpinista social. Portanto, passo geralmente ao largo. A não ser quando me apetecem mesmo as tais empadas. Ou uma chamuça.
E geralmente passo ao largo, passeando a minha fiel amiga, ao mesmo tempo que ouço em podcast episódios atrasados do Governo Sombra - aí está mais um elo que me liga ao Time-Out - que não tive oportunidade de ouvir na altura devida, mas que é um daqueles programas de rádio em que o senso de humor dos intervenientes torna os tópicos abordados intemporais. Ah! E os cromos do Markl na Comercial, claro.
Mas voltando ao Chá da Lapa, que fica a meio caminho de um dos percursos preferidos da minha pequena amiga de quatro patas, tenho que confessar a minha nostalgia quando assisto ao progressivo desaparecimento de alguns locais bem mais típicos que os actuais, e que fizeram parte da minha vida durante tanto tempo, que em alguma altura pensei que só desapareceriam quando a cidade desaparecesse ela própria. Ultimamente, por exemplo, morreu com 96 anos, o proprietário de uma das mais antigas e belas drogarias de Lisboa, e ela não lhe sobreviverá.
Mais longe ainda, e já quase completamente extintas, as velhas tabernas - havia uma espectacular, na Calçada do Castelo Picão, onde assisti a algumas das cenas mais hilariantes da minha vida, dignas de um filme da época do neo-realismo italiano - em que uma das partes era carvoaria e onde se empilhavam os barris, a outra, a taberna propriamente dita, serradura espalhada no chão, balcão - de madeira ou mármore grosseiro - largo e gasto pelos milhares de cotovelos e copos de 3 que por ele tinham passado. Numa das pontas, geralmente, uma “coluna” de petróleo, de onde o dono o “sacava” como se fosse uma “imperial”. Afinal, não havia casa na Madragoa que não tivesse o seu candeeiro a petróleo, para o caso de faltar a electricidade. Outra das inevitabilidades de uma taberna que se prezasse, era o prato dos ovos cozidos. E em casos de maior esmero do tasqueiro, um de carapaus de escabeche, que ele servia com as mesmas mãos com que aviava o petróleo ou enchia os sacos com 5 quilos de carvão. Graças, que na altura não havia ASAE.
Mas a maior peculiaridade desses locais, era o corvo á porta. Sujeito por uma das patas, o animal era o símbolo vivo das tabernas/carvoarias de Lisboa e era estimado e respeitado por toda a gente. Lembro-me que um dia, uma das minhas vizinhas, a D. Guilhermina, que tinha uma pedra de peixe no Mercado da Ribeira, levou a sobrinha que morava nas “avenidas novas” para ver o animalzinho. E não se esqueceu de lhe levar um mimo, uma lasquinha de carne de cavalo. Só que enquanto estendia o petisco ao corvo, virou, risonha, a cara para a sobrinha, como quem diz “disto não tens lá pelas tuas avenidas finas”, e na distracção, o Vicente (os corvos de Lisboa chamavam-se sempre Vicente), juntamente com o “bitoque” de cavalo, quase lhe decepava um dedo. Foi então que a D. Guilhermina deu uns gritos, ao mesmo tempo que desfiava o esmerado vernáculo herdado da sua juventude em Ìlhavo.
Espectáculo inesquecível e que decerto o Chá da Lapa nunca me proporcionaria.
Mas recompus-me e logo a seguir fiz as pazes com a publicaçãozinha quando ela me forneceu alibi para um dos meus “pecados”, que é não ter conseguido até hoje, ler o “Ulisses”. Pois é, parece que não sou só eu. Partilho a fraqueza com, pelo menos, José Luís Peixoto, Miguel Sousa Tavares, José Mário Silva ou Inês Pedrosa, tudo nomes ilustres das nossas letras, o que, para mim, significa simplesmente que afinal só lêem o Ulisses pessoas desprovidas de sistema lógico de raciocínio, ou seja, perfeitos idiotas se dão ao trabalho de ler a obtusa obra de James Joyce.
Como se sabe, a Time-Out é já uma referência pelas indicações preciosas que dá, e, curiosamente, neste número fala de uma das casas de comes mais faladas da zona onde moro, o Chá da Lapa, talvez só superado em fama pelos pastéis de nata da Cristal ou pelo Chef, da Borges Carneiro, onde se comem as melhores empadas de galinha de Lisboa, ao mesmo tempo que se pode tropeçar com algum famoso, ou pretendente a tal, o que não me é muito apelativo, eu que sou um orgulhoso anónimo e sem pretensões a alpinista social. Portanto, passo geralmente ao largo. A não ser quando me apetecem mesmo as tais empadas. Ou uma chamuça.
E geralmente passo ao largo, passeando a minha fiel amiga, ao mesmo tempo que ouço em podcast episódios atrasados do Governo Sombra - aí está mais um elo que me liga ao Time-Out - que não tive oportunidade de ouvir na altura devida, mas que é um daqueles programas de rádio em que o senso de humor dos intervenientes torna os tópicos abordados intemporais. Ah! E os cromos do Markl na Comercial, claro.
Mas voltando ao Chá da Lapa, que fica a meio caminho de um dos percursos preferidos da minha pequena amiga de quatro patas, tenho que confessar a minha nostalgia quando assisto ao progressivo desaparecimento de alguns locais bem mais típicos que os actuais, e que fizeram parte da minha vida durante tanto tempo, que em alguma altura pensei que só desapareceriam quando a cidade desaparecesse ela própria. Ultimamente, por exemplo, morreu com 96 anos, o proprietário de uma das mais antigas e belas drogarias de Lisboa, e ela não lhe sobreviverá.
Mais longe ainda, e já quase completamente extintas, as velhas tabernas - havia uma espectacular, na Calçada do Castelo Picão, onde assisti a algumas das cenas mais hilariantes da minha vida, dignas de um filme da época do neo-realismo italiano - em que uma das partes era carvoaria e onde se empilhavam os barris, a outra, a taberna propriamente dita, serradura espalhada no chão, balcão - de madeira ou mármore grosseiro - largo e gasto pelos milhares de cotovelos e copos de 3 que por ele tinham passado. Numa das pontas, geralmente, uma “coluna” de petróleo, de onde o dono o “sacava” como se fosse uma “imperial”. Afinal, não havia casa na Madragoa que não tivesse o seu candeeiro a petróleo, para o caso de faltar a electricidade. Outra das inevitabilidades de uma taberna que se prezasse, era o prato dos ovos cozidos. E em casos de maior esmero do tasqueiro, um de carapaus de escabeche, que ele servia com as mesmas mãos com que aviava o petróleo ou enchia os sacos com 5 quilos de carvão. Graças, que na altura não havia ASAE.
Mas a maior peculiaridade desses locais, era o corvo á porta. Sujeito por uma das patas, o animal era o símbolo vivo das tabernas/carvoarias de Lisboa e era estimado e respeitado por toda a gente. Lembro-me que um dia, uma das minhas vizinhas, a D. Guilhermina, que tinha uma pedra de peixe no Mercado da Ribeira, levou a sobrinha que morava nas “avenidas novas” para ver o animalzinho. E não se esqueceu de lhe levar um mimo, uma lasquinha de carne de cavalo. Só que enquanto estendia o petisco ao corvo, virou, risonha, a cara para a sobrinha, como quem diz “disto não tens lá pelas tuas avenidas finas”, e na distracção, o Vicente (os corvos de Lisboa chamavam-se sempre Vicente), juntamente com o “bitoque” de cavalo, quase lhe decepava um dedo. Foi então que a D. Guilhermina deu uns gritos, ao mesmo tempo que desfiava o esmerado vernáculo herdado da sua juventude em Ìlhavo.
Espectáculo inesquecível e que decerto o Chá da Lapa nunca me proporcionaria.
sábado, 31 de julho de 2010
Fim de férias...
O regresso de férias não trouxe consigo grandes arrojos em relação a novos projectos.
Mas cada vez mais a foto grafia me tenta, embora não tenha a veleidade de alguma vez me tornar um fotógrafo à séria. Contudo, sei que a natureza e o génio do homem me vão ajudando a obter alguns resultados curiosos.
Os seguintes, são alguns momentos roubados ao mar e à planície alentejana, mesmo ao lado.
Mas cada vez mais a foto grafia me tenta, embora não tenha a veleidade de alguma vez me tornar um fotógrafo à séria. Contudo, sei que a natureza e o génio do homem me vão ajudando a obter alguns resultados curiosos.
Os seguintes, são alguns momentos roubados ao mar e à planície alentejana, mesmo ao lado.
domingo, 4 de julho de 2010
Vem aí o Schreck IV!
Vem aí o Shreck! Vem aí o Schreck! É o IV!
Bem, podem ficar admirados por este meu entusiasmo, até porque eu sei que é invulgar um adulto maduro - bem maduro, por sinal - entusiasmar-se com um herói de animação.
Mas a verdade é que sempre fui dado a admirar raridades, e o Schreck é uma raridade: é um dos únicos , se não o único herói de filmes de animação (assim lhes chamava o saudoso Vasco Granja, embora os filmes do Schreck não acabem com o “koniek”) que é heterossexual, mas o que é importante, assume-se!
Bem, podem ficar admirados por este meu entusiasmo, até porque eu sei que é invulgar um adulto maduro - bem maduro, por sinal - entusiasmar-se com um herói de animação.
Mas a verdade é que sempre fui dado a admirar raridades, e o Schreck é uma raridade: é um dos únicos , se não o único herói de filmes de animação (assim lhes chamava o saudoso Vasco Granja, embora os filmes do Schreck não acabem com o “koniek”) que é heterossexual, mas o que é importante, assume-se!
Admirava o Hergé, mas sempre o achei um bocado racista, e sobretudo nunca lhe perdoei o facto de, ao mesmo tempo que criava um herói genial como o TinTin, o envolver em relações muito duvidosas, especialmente com o Capitão Haddock, nunca assumindo a sexualidade do seu herói. Tantos anos depois e sem sair do armário, tem algo de tortuoso. Se bem que sempre se percebeu que a mente do Hergé tinha muito de perverso, quando o envolve com um alcoólico inveterado, um velho lunático e principalmente com os gémeos Dupond e Dupont.
O mesmo se pode dizer do Asterix. Pelos vistos é sina destes heróis de papel terem paixonetas por tipos que sofrem de distúrbios alimentares e comportamentos anti-sociais! Sinceramente, não imagino o que é que estes autores leram quando eram pequenos! Aliás, as aventuras do gaulês incluem quase todas, episódios a fazer lembrar aqueles bares americanos de “bears”. Todos latagões, grandes bigodes, tudo à porrada e vai-se a ver…enfim, acho que não preciso de pôr mais na carta.
Pelo contrário, o Blake e Mortimer são dois gentlemen. Gays, mas gentlemen. Embora, lá está, o autor tenha morrido - tal como o Hergé - sem abordar a vertente sexual dos seus heróis.
Mas o caso mais patológico será sempre o do Batman e Robin. Aqui já se vai mais longe, e o (que se supõe ser) autor Frank Foster veste os seus heróis de latex, municiando Batman com uma série de pequenos acessórios, e atirando-os assim para o campo do sado masoquismo.
O mesmo se pode dizer do Asterix. Pelos vistos é sina destes heróis de papel terem paixonetas por tipos que sofrem de distúrbios alimentares e comportamentos anti-sociais! Sinceramente, não imagino o que é que estes autores leram quando eram pequenos! Aliás, as aventuras do gaulês incluem quase todas, episódios a fazer lembrar aqueles bares americanos de “bears”. Todos latagões, grandes bigodes, tudo à porrada e vai-se a ver…enfim, acho que não preciso de pôr mais na carta.
Pelo contrário, o Blake e Mortimer são dois gentlemen. Gays, mas gentlemen. Embora, lá está, o autor tenha morrido - tal como o Hergé - sem abordar a vertente sexual dos seus heróis.
Mas o caso mais patológico será sempre o do Batman e Robin. Aqui já se vai mais longe, e o (que se supõe ser) autor Frank Foster veste os seus heróis de latex, municiando Batman com uma série de pequenos acessórios, e atirando-os assim para o campo do sado masoquismo.
E os 7 anões são outro caso patológico: 7 morcões com uma fruta tão boa ali à mão, e vão para a mina trabalhar em vez de desfrutarem das benesses do destino, deixando-se ultrapassar por um mânfio - lá está - de collants!
Na minha opinião, trata-se de um lobby. Veja-se que nestas histórias para jovens, o lobo do capuchinho vermelho é o único a comer alguém do sexo oposto, e por castigo, é sumariamente executado.
Bom, mas a boa notícia é que vem aí o Schreck. A não ser que a Fiona venha agora para os tablóides clamar que o apanhou na SUA cama com o Gato das Botas!
Na minha opinião, trata-se de um lobby. Veja-se que nestas histórias para jovens, o lobo do capuchinho vermelho é o único a comer alguém do sexo oposto, e por castigo, é sumariamente executado.
Bom, mas a boa notícia é que vem aí o Schreck. A não ser que a Fiona venha agora para os tablóides clamar que o apanhou na SUA cama com o Gato das Botas!
sábado, 3 de julho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
Alpercatas? Sapatos de vela? Enfim, que calçar? dramática decisão
Falava há dias o nosso caro Gato Maltês em alpercatas, curiosamente no mesmo dia em que ouvi na rádio um locutor referir-se depreciativamente em relação a sapatos de vela, afirmando mesmo que estes seriam um dos seus ódios de estimação. Fiquei a pensar que era coincidência a mais, não só por se tratar de dois tipos de calçado que praticamente só se usam de Verão, depois porque ando há uns tempos a pensar em experimentar umas alpercatas, e por fim, porque sapatos de vela é o que mais uso por estes dias, mas gostaria de experimentar algo de novo.
Portanto, na ordem do dia: que calçar nos dias de praia?
Nunca calcei umas alpercatas (ou espadrilles como lhe chamam nuestros hermanos, conforme e bem nos informa o GM, ou ainda zapatillas de esparto), mas comecei a considerar tal hipótese, embora os preços que vi - na última vez em Madrid, a Castañer tinha-as a 65€ - estivessem bem longe do singelo €uro que refere no seu texto (aí está o resultado da repescagem por algumas das grandes marcas de um produto outrora tão humilde), até porque tenho alguma dificuldade em calçar algo mais descontraído em dias de lazeira.
Geralmente uso os boatshoes da Sebago (não percebi muito bem aquele ódio de estimação do locutor, se bem que entenda que os ditos "ódios" raramente são explicáveis), mas sempre o mesmo modelo (no fim do texto), e nunca gostei de outra das alternativas que se põe para estas alturas, os Todd's (ou sapatos de condução, como também são conhecidos), já para não falar de ténis, que por muito "refrigerados" que sejam, me abafam os pés e se transformam numa quase tortura chinesa.
Portanto, ténis de fora por uma questão de incompatibilidade, Todd's em razão do (não) gosto. Restam os sempiternos sapatos de vela e as alpercatas.
Qualquer deles com o inconveniente de guardarem em si quantidades consideráveis a sempre incómoda areia da praia, que parece ter sempre a propensão para invadir os sítios mais recônditos do nosso corpo.É claro que nem falo das havaianas, porque nunca me consegui habituar à condução com elas (falta de jeito, claro).
Resumindo: nenhuma das alternativas é totalmente positiva. E agora aqui estou eu nesta incerteza!
Ora isto tudo é bem demonstrativo da complicação pegada que é a minha vida e da importância crucial de algumas das decisões que vou ter que tomar proximamente!
Em todo o caso e para já, vou experimentar as alpercatas!
Portanto, na ordem do dia: que calçar nos dias de praia?
Nunca calcei umas alpercatas (ou espadrilles como lhe chamam nuestros hermanos, conforme e bem nos informa o GM, ou ainda zapatillas de esparto), mas comecei a considerar tal hipótese, embora os preços que vi - na última vez em Madrid, a Castañer tinha-as a 65€ - estivessem bem longe do singelo €uro que refere no seu texto (aí está o resultado da repescagem por algumas das grandes marcas de um produto outrora tão humilde), até porque tenho alguma dificuldade em calçar algo mais descontraído em dias de lazeira.
Geralmente uso os boatshoes da Sebago (não percebi muito bem aquele ódio de estimação do locutor, se bem que entenda que os ditos "ódios" raramente são explicáveis), mas sempre o mesmo modelo (no fim do texto), e nunca gostei de outra das alternativas que se põe para estas alturas, os Todd's (ou sapatos de condução, como também são conhecidos), já para não falar de ténis, que por muito "refrigerados" que sejam, me abafam os pés e se transformam numa quase tortura chinesa.
Portanto, ténis de fora por uma questão de incompatibilidade, Todd's em razão do (não) gosto. Restam os sempiternos sapatos de vela e as alpercatas.
Qualquer deles com o inconveniente de guardarem em si quantidades consideráveis a sempre incómoda areia da praia, que parece ter sempre a propensão para invadir os sítios mais recônditos do nosso corpo.É claro que nem falo das havaianas, porque nunca me consegui habituar à condução com elas (falta de jeito, claro).
Resumindo: nenhuma das alternativas é totalmente positiva. E agora aqui estou eu nesta incerteza!
Ora isto tudo é bem demonstrativo da complicação pegada que é a minha vida e da importância crucial de algumas das decisões que vou ter que tomar proximamente!
Em todo o caso e para já, vou experimentar as alpercatas!
Generalidades
Alpercatas,
Sapatos de vela,
Todd's
segunda-feira, 21 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Afirma O'Hanlon
Vamos por partes: Quem é o O’Hanlon? E a Thomas Hardy Ale?
Bem, para começar pelo princípio: há dias, quando foi da inauguração da Cask Ale, comunicou-me um amigo e amante cervejeiro que é uma espécie de Michael Jackson português (só que mais novo e, felizmente, vivo!), que a Thomas Hardy’s Ale tinha acabado. Espanto e estupor! A Thomas Hardy’s Ale é SÓ – na opinião do escriba, obviamente – uma das melhores cervejas do mundo.
Digeri –mal - a má nova, quase da mesma maneira como se sente a partida definitiva de um velho mas longínquo amigo, e procurei informar-me do que teria levado ao fim de um produto de tão excelsa qualidade. Deixem-me fazer um aparte para vos dizer que, embora goste muito de cerveja, não me mantenho a par das novidades da industria. Sou, como costumo dizer, um consumidor moderado ao qual só interessa a qualidade do que lhe põem à frente. Bom, informo-me também sobre os locais a visitar, se há novidades com que possa satisfazer a minha gula e se as houver, verificar sobre as suas virtudes, enfim, essas coisas... O resto, confesso que me passa um bocado ao lado (que me desculpem os meus amigos que se dedicam de alma e coração à feitura da cerveja perfeita e sua divulgação, mas sou demasiado preguiçoso para me abalançar no fabrico).
A Thomas Hardy, uma Barley Wine inglesa encorpada, foi criada pelo cervejeiro Eldridghe Pope em finais dos anos 60. No início deste século, a sua elaboração passara para as mãos da Cervejeira O’Hanlon, que a manteve até ao princípio de 2009, altura em que se decidiram pela sua não continuidade. A explicação é simples: a sua feitura era demorada e complexa, e enquanto as outras cervejas da O’Hanlon eram engarrafadas em 2 semanas, o processo da T H era iniciado no início de cada ano e só podia ser engarrafada por voltas de Setembro, o que, afirma O’Hanlon himself, tornava os custos da cerveja incomportáveis.
A Thomas Hardy’s Ale era uma espécie de Bentley das cervejas. Tem uma apresentação impecável: etiqueta explicaticva, a tampa coberta por uma prata dourada como as garrafas de champanhe, uma medalha com o retrato em sombra do perfil do autor inglês que lhe deu o nome, e cada uma das pequenas garrafas era numerada, o que lhe emprestava um toque de exclusividade. Mas principalmente, era uma cerveja única: um corpo intenso de um castanho escuro opaco, pouca ou nenhuma espuma, um aroma complexo e um sabor intenso, inconfundível, licoroso. Depois, a potência dos seus mais que 11º de Abv nos quais não se notava sequer resquícios de álcool, o que a tornava surpreendente.
Pois é…mas ao que parece, o mundo chegou àquele ponto em que nem a qualidade suprema se salva, e tudo se sacrifica no altar do deus $$$.
Ontem, assomei à minha despensa e verifiquei que ainda me restavam 3 garrafinhas de TH da colheita de 2007. Para me desforrar da notícia, decidi que, assim como assim, algum dia teria que ser e decidi-me a abrir uma e deliciar-me com ela num jantar alancharado. Foi nela, pois então, que afoguei as mágoas. E ainda restam duas sobreviventes que seguramente tornarão mais felizes, outros dois momentos da minha vida.
Vic
Bem, para começar pelo princípio: há dias, quando foi da inauguração da Cask Ale, comunicou-me um amigo e amante cervejeiro que é uma espécie de Michael Jackson português (só que mais novo e, felizmente, vivo!), que a Thomas Hardy’s Ale tinha acabado. Espanto e estupor! A Thomas Hardy’s Ale é SÓ – na opinião do escriba, obviamente – uma das melhores cervejas do mundo.
Digeri –mal - a má nova, quase da mesma maneira como se sente a partida definitiva de um velho mas longínquo amigo, e procurei informar-me do que teria levado ao fim de um produto de tão excelsa qualidade. Deixem-me fazer um aparte para vos dizer que, embora goste muito de cerveja, não me mantenho a par das novidades da industria. Sou, como costumo dizer, um consumidor moderado ao qual só interessa a qualidade do que lhe põem à frente. Bom, informo-me também sobre os locais a visitar, se há novidades com que possa satisfazer a minha gula e se as houver, verificar sobre as suas virtudes, enfim, essas coisas... O resto, confesso que me passa um bocado ao lado (que me desculpem os meus amigos que se dedicam de alma e coração à feitura da cerveja perfeita e sua divulgação, mas sou demasiado preguiçoso para me abalançar no fabrico).
A Thomas Hardy, uma Barley Wine inglesa encorpada, foi criada pelo cervejeiro Eldridghe Pope em finais dos anos 60. No início deste século, a sua elaboração passara para as mãos da Cervejeira O’Hanlon, que a manteve até ao princípio de 2009, altura em que se decidiram pela sua não continuidade. A explicação é simples: a sua feitura era demorada e complexa, e enquanto as outras cervejas da O’Hanlon eram engarrafadas em 2 semanas, o processo da T H era iniciado no início de cada ano e só podia ser engarrafada por voltas de Setembro, o que, afirma O’Hanlon himself, tornava os custos da cerveja incomportáveis.
A Thomas Hardy’s Ale era uma espécie de Bentley das cervejas. Tem uma apresentação impecável: etiqueta explicaticva, a tampa coberta por uma prata dourada como as garrafas de champanhe, uma medalha com o retrato em sombra do perfil do autor inglês que lhe deu o nome, e cada uma das pequenas garrafas era numerada, o que lhe emprestava um toque de exclusividade. Mas principalmente, era uma cerveja única: um corpo intenso de um castanho escuro opaco, pouca ou nenhuma espuma, um aroma complexo e um sabor intenso, inconfundível, licoroso. Depois, a potência dos seus mais que 11º de Abv nos quais não se notava sequer resquícios de álcool, o que a tornava surpreendente.
Pois é…mas ao que parece, o mundo chegou àquele ponto em que nem a qualidade suprema se salva, e tudo se sacrifica no altar do deus $$$.
Ontem, assomei à minha despensa e verifiquei que ainda me restavam 3 garrafinhas de TH da colheita de 2007. Para me desforrar da notícia, decidi que, assim como assim, algum dia teria que ser e decidi-me a abrir uma e deliciar-me com ela num jantar alancharado. Foi nela, pois então, que afoguei as mágoas. E ainda restam duas sobreviventes que seguramente tornarão mais felizes, outros dois momentos da minha vida.
Vic
Generalidades
Cerveja,
Thomas Hardy's
terça-feira, 15 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Lugares de Cerveja (1) - Les Enfants Terribles
Há uns dias voltei a ir a Les Enfants Terribles (volto a dizer, situa-se acima do átrio dos cinemas do centro comercial ex-Monumental), desta vez, não para inaugurar uma Cask-Ale, mas para fazer um lanche ligeiro do qual faria parte uma das novas cervejas disponíveis na carta.
Como sempre, ia acompanhado, e enquanto a minha companhia escolhia uma cerveja frutada, a Framboise Timmermans, eu elegi uma das minhas favoritas de sempre, a Bush Ambré, que em bastas ocasiões já tinha referido e elogiado, mormente no meu antigo blog sobre cerveja, o Ruivas, Loiras e Morenas.
Uma nota para os menos atentos a estas coisas da cerveja: a Bush aparece também sob a designação de Scaldis. Ao que sei, isso terá qualquer coisa a ver com uma disputa do nome – Bush – e respectivos direitos, mas creio não ser essa explicação o mais importante. Importante é a imponência dos 12º de Abv desta excelentíssima cerveja da Cervejeira belga Dubuisson, e o correspondente nível elevado de sabores e aromes desta pequena ruiva (a garrafinha é de 25cl e não de 33cl, como é normal).
Mas como as notas sobre ela já se descrevem no antigo blog e este permanece aberto, será excusado estar a alongar-me mais na apreciação.
Acrescentarei só que, na realidade o Les Enfants Terribles agora tornou-se mais atractivo: o ambiente é agradável, a lista dilatou-se e de que maneira, ao que parece os acompanhamentos que suportam a degustação das cervejas está a melhorar – fala-se até em se “importar” um dos bons costumes dos nuestros hermanos, os “pinchos”, o que nos salvará da inevitabilidade dos omnipresentes hamburgueres.
Como sempre, ia acompanhado, e enquanto a minha companhia escolhia uma cerveja frutada, a Framboise Timmermans, eu elegi uma das minhas favoritas de sempre, a Bush Ambré, que em bastas ocasiões já tinha referido e elogiado, mormente no meu antigo blog sobre cerveja, o Ruivas, Loiras e Morenas.
Uma nota para os menos atentos a estas coisas da cerveja: a Bush aparece também sob a designação de Scaldis. Ao que sei, isso terá qualquer coisa a ver com uma disputa do nome – Bush – e respectivos direitos, mas creio não ser essa explicação o mais importante. Importante é a imponência dos 12º de Abv desta excelentíssima cerveja da Cervejeira belga Dubuisson, e o correspondente nível elevado de sabores e aromes desta pequena ruiva (a garrafinha é de 25cl e não de 33cl, como é normal).
Mas como as notas sobre ela já se descrevem no antigo blog e este permanece aberto, será excusado estar a alongar-me mais na apreciação.
Acrescentarei só que, na realidade o Les Enfants Terribles agora tornou-se mais atractivo: o ambiente é agradável, a lista dilatou-se e de que maneira, ao que parece os acompanhamentos que suportam a degustação das cervejas está a melhorar – fala-se até em se “importar” um dos bons costumes dos nuestros hermanos, os “pinchos”, o que nos salvará da inevitabilidade dos omnipresentes hamburgueres.
Generalidades
Lugares de Cerveja
domingo, 13 de junho de 2010
Naquele tempo, todos os homens usavam chapéu
Não sou um saudosista, mas admito sem qualquer dificuldade, ser saudoso de algumas pessoas que se foram, nostálgico de partes da minha vida.
Uma das pessoas que há muito se foi e que persisto lembrar, o meu padrinho, ocupou novamente as minhas lembranças quando li este post.
A meias com o meu pai, tratou ele, até à minha adolescência, da parte paternal da minha estruturação, constituindo para mim um exemplo em muitos aspectos. Sendo ele um beirão quase iletrado, poderia parecer estranha a sua ligação ás artes: foi com ele que pela primeira vez entrei em todos os poucos museus que na altura existiam em Lisboa. Era também pela sua mão, que aos domingos de manhã de sol, subia a Álvares Cabral para assistir aos concertos dados por algumas bandas – na maior parte das vezes, a da GNR ou de um ramo das Forças Armadas – no coreto do Jardim da Estrela. Aliás, esta faceta que o aflorava dominicalmente, adequava-se perfeitamente à sua ocupação diária de jardineiro, e era ele o pai do jardim, que aos meus olhos de criança, era o mais belo da cidade, com a sua variedade enorme de rosas e a alacridade dos amores-perfeitos ou dos brincos-de-princesa, e a sombra de um considerável número de árvores de fruto todas plantadas e criadas por ele, entre as quais uma ameixoeira que um ilustre botânico tinha referido como a mais imponente no seu género em toda a Península, palavras que lhe criaram uma das poucas vaidades que possuía.
Tendo uma profissão que pagava mais de forma sentimental que monetaria, a que se juntava uma pequena pensão do exército, não se podia, portanto, estender em excentricidades: Mas havia duas coisas das quais não prescindia: a boa mesa e de sair ao domingo impecável no seu fato de bom corte.
Na verdade, nesses dias, era para mim um fascínio vê-lo preparar-se para sair. Era de estatura meã –andaria pelos 1,62/1,65m de altura – ossudo mas elegante e de feições suaves, cabelo imaculadamente branco, tal como o bonito bigode, com o qual perdia bem mais de meia hora, frisando-o com um alicate quente que lhe revirava as guias para cima. Sentava-me sempre à porta da casa de banho que ele mantinha aberta a observá-lo com admiração. Foi uma espécie de cerimonial a que assisti quase até ao dia da sua partida (um dos maiores choques que senti em toda a minha vida foi vê-lo estendido numa cama de hospital já muito débil e constatar que lhe tinham cortado o esplêndido bigode, e ler-lhe o desgosto nos olhos turvos).
Depois, ia até ao quarto vestir-se. Aparecia-me dez minutos depois a cheirar a loção de barba inglesa e de fato, camisa e gravata tudo impecavelmente engomado e a dar com os sapatos, que tinham sempre um brilho incomparável. Conforme o tempo, assim usava ou não o colete do fato, e…as polainas.
O meu padrinho mandava fazer por medida e invariavelmente, 2 fatos de 2 em 2 anos: um de inverno e outro de meia estação. Do seu espólio fazia ainda parte um sobretudo de flanela de lã, também feito por medida.
Depois, havia aquele belo casaco de linho muito claro, e 2 ou 3 pares de calças de verão. Quando usava aquele casaco, finalizava o cenário com um bonito chapéu panamá branco com fumo negro.
Aliás, nunca saía de casa sem chapéu: além do panamá, possuía um cinzento muito escuro com um fumo de seda da mesma cor, e um de tons acastanhados, que usava de acordo com o fato, ambos comprados na chapelaria Azevedo.
E aqui chegados, chego também ao propósito do texto, que à pequena homenagem que presta, junta a minha perplexidade face ao quase desaparecimento dos chapéus do guarda roupa do homem de hoje, o que não deixa de ser surpreendente face ao toque de classe que dá a qualquer cenário.
Vic
Uma das pessoas que há muito se foi e que persisto lembrar, o meu padrinho, ocupou novamente as minhas lembranças quando li este post.
A meias com o meu pai, tratou ele, até à minha adolescência, da parte paternal da minha estruturação, constituindo para mim um exemplo em muitos aspectos. Sendo ele um beirão quase iletrado, poderia parecer estranha a sua ligação ás artes: foi com ele que pela primeira vez entrei em todos os poucos museus que na altura existiam em Lisboa. Era também pela sua mão, que aos domingos de manhã de sol, subia a Álvares Cabral para assistir aos concertos dados por algumas bandas – na maior parte das vezes, a da GNR ou de um ramo das Forças Armadas – no coreto do Jardim da Estrela. Aliás, esta faceta que o aflorava dominicalmente, adequava-se perfeitamente à sua ocupação diária de jardineiro, e era ele o pai do jardim, que aos meus olhos de criança, era o mais belo da cidade, com a sua variedade enorme de rosas e a alacridade dos amores-perfeitos ou dos brincos-de-princesa, e a sombra de um considerável número de árvores de fruto todas plantadas e criadas por ele, entre as quais uma ameixoeira que um ilustre botânico tinha referido como a mais imponente no seu género em toda a Península, palavras que lhe criaram uma das poucas vaidades que possuía.
Tendo uma profissão que pagava mais de forma sentimental que monetaria, a que se juntava uma pequena pensão do exército, não se podia, portanto, estender em excentricidades: Mas havia duas coisas das quais não prescindia: a boa mesa e de sair ao domingo impecável no seu fato de bom corte.
Na verdade, nesses dias, era para mim um fascínio vê-lo preparar-se para sair. Era de estatura meã –andaria pelos 1,62/1,65m de altura – ossudo mas elegante e de feições suaves, cabelo imaculadamente branco, tal como o bonito bigode, com o qual perdia bem mais de meia hora, frisando-o com um alicate quente que lhe revirava as guias para cima. Sentava-me sempre à porta da casa de banho que ele mantinha aberta a observá-lo com admiração. Foi uma espécie de cerimonial a que assisti quase até ao dia da sua partida (um dos maiores choques que senti em toda a minha vida foi vê-lo estendido numa cama de hospital já muito débil e constatar que lhe tinham cortado o esplêndido bigode, e ler-lhe o desgosto nos olhos turvos).
Depois, ia até ao quarto vestir-se. Aparecia-me dez minutos depois a cheirar a loção de barba inglesa e de fato, camisa e gravata tudo impecavelmente engomado e a dar com os sapatos, que tinham sempre um brilho incomparável. Conforme o tempo, assim usava ou não o colete do fato, e…as polainas.
O meu padrinho mandava fazer por medida e invariavelmente, 2 fatos de 2 em 2 anos: um de inverno e outro de meia estação. Do seu espólio fazia ainda parte um sobretudo de flanela de lã, também feito por medida.
Depois, havia aquele belo casaco de linho muito claro, e 2 ou 3 pares de calças de verão. Quando usava aquele casaco, finalizava o cenário com um bonito chapéu panamá branco com fumo negro.
Aliás, nunca saía de casa sem chapéu: além do panamá, possuía um cinzento muito escuro com um fumo de seda da mesma cor, e um de tons acastanhados, que usava de acordo com o fato, ambos comprados na chapelaria Azevedo.
E aqui chegados, chego também ao propósito do texto, que à pequena homenagem que presta, junta a minha perplexidade face ao quase desaparecimento dos chapéus do guarda roupa do homem de hoje, o que não deixa de ser surpreendente face ao toque de classe que dá a qualquer cenário.
Vic
quarta-feira, 9 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
O dia em que conheci Scarlett Johansson
Acabava de comprar 10 embalagens de Nespresso – 5 Asperggio, 4 Roma e 1 Ristretto, como sempre que nestas coisas sou muito rigoroso – na loja da Rue de La Paix e atravessei para o outro lado afim de comprar uma gravata da última colecção da Breuer logo ali um pouco mais abaixo. No ar pairava um aroma a flores frescas, trazido da Madeleine pela brisa suave que soprava. Olhei para o saco cheio de cápsulas de café, e aflorou-me a ideia de que nem ele nem a hipotética futura gravata da Breuer me fariam sentir sexy como o George Clooney. Para mais, não acredito em milagres, não creio que o Criador me castigasse com um piano – não mereço tanto, um balde de cimento caído de um andaime ainda vá – e muito menos que ele me concedesse uma audiência privada.
Só me restavam 30 minutos para a compra e depois, chegar a horas ao encontro marcada no pequeno café na Saint Honoré, o que se me afigurou apertado, pelo que me apressei ao mesmo tempo que olhava mais uma vez o saco. Não sei porque o fiz, foi um olhar maquinal. E fatal, Foi ele o causador de um forte embate em alguém que se deslocava em sentido contrário. Tão forte que o saco saltou-me da mão, indo parar uns 3 ou 4 metros à frente com as embalagens de café espalhadas pela calçada.
Há coisas estranhas: normalmente a minha reacção seria de irritação, ou pelo menos de impaciência. Contudo, naquela altura só me ocorreu olhar com preocupação para a pessoa atingida, receando que lhe tivesse causado algum dano.
E o choque que então senti, não foi menor que o anterior: olhavam-me uns olhos enormes, abertos de espanto. A cara afogueada, o lábio inferior ligeiramente descaído num esgar misto de espanto e curiosidade. Depois, o olhar escorregou-me por aquele corpo perfeito abaixo e voltou para cima e assegurei-me:Tinha chocado com a Scarlett Johansson!!!
Desperto da surpresa inicial, exclamei:
- Mais, vous êtes encore plus ravissante!
O espanto dela, genuíno, acentuou-se, e lembro-me que naquelas fracções de segundo terei pensado algo como: “Burro! Achas que a Scarlett percebe alguma coisa de francês?” e logo refiz a exclamação:
- Jesus! You are even better than in the movies! But are you alright?
Ela sorriu então com aquele sorriso maravilhoso que põe um homem a tremer de emoção, pousou-me uma mão no braço, gesto que me fez correr o sangue ainda mais depressa e ia começar a falar comigo, quando o cão desatou a ladrar.
Despertei assim para a dura realidade: aquilo tudo não passava de um sonho e andava alguém estranho nas escadas. Entretanto, o cão calou-se e fiquei sentado na cama a pensar se haveria algum sinal do destino no episódio, uma espécie de premonição.
Provavelmente não, mas a verdade é que sonhar consecutivamente com encontros imediatos com a Kate Beckinsale, a Lenka do Preço Certo, a Keira Knightley e duas ou três Playnmates da Playboy, deve conter em si algo de profético!
Tenho que ler o Diccionário dos Sonhos!
Só me restavam 30 minutos para a compra e depois, chegar a horas ao encontro marcada no pequeno café na Saint Honoré, o que se me afigurou apertado, pelo que me apressei ao mesmo tempo que olhava mais uma vez o saco. Não sei porque o fiz, foi um olhar maquinal. E fatal, Foi ele o causador de um forte embate em alguém que se deslocava em sentido contrário. Tão forte que o saco saltou-me da mão, indo parar uns 3 ou 4 metros à frente com as embalagens de café espalhadas pela calçada.
Há coisas estranhas: normalmente a minha reacção seria de irritação, ou pelo menos de impaciência. Contudo, naquela altura só me ocorreu olhar com preocupação para a pessoa atingida, receando que lhe tivesse causado algum dano.
E o choque que então senti, não foi menor que o anterior: olhavam-me uns olhos enormes, abertos de espanto. A cara afogueada, o lábio inferior ligeiramente descaído num esgar misto de espanto e curiosidade. Depois, o olhar escorregou-me por aquele corpo perfeito abaixo e voltou para cima e assegurei-me:Tinha chocado com a Scarlett Johansson!!!
Desperto da surpresa inicial, exclamei:
- Mais, vous êtes encore plus ravissante!
O espanto dela, genuíno, acentuou-se, e lembro-me que naquelas fracções de segundo terei pensado algo como: “Burro! Achas que a Scarlett percebe alguma coisa de francês?” e logo refiz a exclamação:
- Jesus! You are even better than in the movies! But are you alright?
Ela sorriu então com aquele sorriso maravilhoso que põe um homem a tremer de emoção, pousou-me uma mão no braço, gesto que me fez correr o sangue ainda mais depressa e ia começar a falar comigo, quando o cão desatou a ladrar.
Despertei assim para a dura realidade: aquilo tudo não passava de um sonho e andava alguém estranho nas escadas. Entretanto, o cão calou-se e fiquei sentado na cama a pensar se haveria algum sinal do destino no episódio, uma espécie de premonição.
Provavelmente não, mas a verdade é que sonhar consecutivamente com encontros imediatos com a Kate Beckinsale, a Lenka do Preço Certo, a Keira Knightley e duas ou três Playnmates da Playboy, deve conter em si algo de profético!
Tenho que ler o Diccionário dos Sonhos!
domingo, 6 de junho de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
Inauguração de uma Cask Ale (Cervejas I)
Poderá parecer pouco poético a quem me conhece iniciar este local falando de cerveja, mas a verdade é que a efervescente (nem sempre) bebida ocupa uma parte dos meus interesses diários. Portanto, nada de muito escandaloso na escolha do tema. Que aliás passará a ser recorrente por aqui. Prometo.
Portanto, vamos ao assunto sem mais perda de tempo.
Ontem assisti pela 1ª vez à inauguração de uma Cask Ale em Lisboa, mais precisamente no Les Enfants Terribles, restaurante que se situa no centro comercial que ocupa o espaço onde outrora se erguia orgulhoso um Cinema Monumental, hoje já só uma ténue reminescência na memória dos lisboetas.
E o que é uma Cask Ale? perguntará o português para o qual a cerveja se resume à imperial gelada ou à mini, e para quem o ceptro de melhor cerveja do mundo será sempre da Sagres ou da Super Bock, dependendo do local, mais a sul ou mais a norte, onde resida.
Resumidamente, uma Cask Ale é uma cerveja que é embarrilada pouco depois da sua feitura, sendo que leveda então, produzindo uma carbonatação muito característica que liberta componentes influentes nso seu aroma e sabores futuros. O excesso dessa carga gasosa é libertada aquando da abertura do barril, a qual é feita de forma muito característica (esta parte foi tirada do libreto exposto no local, e que referia o evento).
Nesta altura, seria interessante postar aqui algumas fotos do acontecimento, mas a minha habitual distracção levou-me a deixar a máquina fotográfica em casa, e achei que a cerimónia que em si contém algo de litúrgico, merecia mais que umas tremidas (era a emoção do momento) imagens tiradas por telemóvel.
Este método é todo ele muito "british", e posso dizer que a cerveja - no caso uma Master Brew, de uma antiquíssima cervejeira do Kent, a Shepherd's Neame - exalava um intenso odor a pão, a que correspondia um palato igualmente intenso. E espuma a condizer, claro.
Este tipo de cervejas, é o que os ingleses designam por Session Ales, dado que a sua baixa graduação alcoólica permite, sem receio de grandes efeitos secundários, a sua ingestão na razoável quantidade que permita molhar qualquer interessante e prolongada discussão sobre o tempo, o corte do fato, a notável performance do Wayne Rooney do último domingo, ou o derradeiro escândalo sexual envolvendo membros da família real.
Confesso-me mais versado e interessado noutro tipo de cervejas mais vigorosas, mas essas por vezes, se não acompanhadas com algum forro de estômago, podem-nos pregar partidas inesperadas, que esta Master Brew dificilmente consegue.
Apreciei, além da cerimónia - que teve em si aquela toque quase mágico que sente aquando da nossa "1ª vez" de qualquer coisa, desde que seja agradável - a companhia excelente.
E gostei também de saber que Lisboa tem a partir de agora um sítio com uma carta decente de cervejas (os Enfants Terribles já tinham algumas muito boas - todas as esplêndidas Chimay de garrafa ou a bela Leffe Brunne de barril - mas assim sobe a parada de forma assinalável), na qual luz a partir de agora a Spitfire à pressão, uma Ale da cervejeira já evocada, toda a gama (ou quase) da também inglesa Samuel Smith da qual vos deixo uma fotografia do meu espólio pessoal, e outra notáveis das quais a maravilhosa Bush Ambré é só um exemplo.
Ah! e para que conste: o "novo" Monumental é uma estalada no gosto arquitetural de qualquer lisboeta que se preze. Mas o Les Enfants Terribles tem uma bela panorâmica sobre o Saldanha.
Até logo
Vic
P.S. - Juro que a gerência do Les Enfants Terribles não sabe que escrevi este texto. Portanto, nem pensem em considerar isto como publicidade paga!
Generalidades
Cerveja
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Hoje, por acaso...
Hoje, por mero acaso e não por um qualquer desígnio do destino, levo a cabo o que há muito protelava:
- recomecei aqui, a dizer ao mundo que ainda existo.
Não que tal tenha um significado assinalável, mas só porque sim.
O nome do blog tem origem no sítio onde, mais provavelmente será escrita a maioria dos textos aqui publicados.
Assuntos? nada de especialmente recomendável, tal e qual o autor. Mas sobretudo, reflexo do que na altura me occorrer, o que quer dizer que publicarei sobre tudo o que me apetecer, e geralmente apetece-me sempre alguma coisa.
- recomecei aqui, a dizer ao mundo que ainda existo.
Não que tal tenha um significado assinalável, mas só porque sim.
O nome do blog tem origem no sítio onde, mais provavelmente será escrita a maioria dos textos aqui publicados.
Assuntos? nada de especialmente recomendável, tal e qual o autor. Mas sobretudo, reflexo do que na altura me occorrer, o que quer dizer que publicarei sobre tudo o que me apetecer, e geralmente apetece-me sempre alguma coisa.
(Resumidamente, diria que nele gostaria de reunir temas que tenho espalhados por outros três blogs inertes e em que abordava alguns dos meus interesses - literatura e poesia num, noutro música, e ainda cerveja num terceiro - e juntar-lhes mais alguma coisa que de momento não consigo definir).
Fotos? Algumas. Do signatário ou alheias - estas, certamente mais interessantes, ou no mínimo, mais profissionais - mas sempre ao meu gosto. E este "meu" é sublinhado, muito sublinhado.
Fotos? Algumas. Do signatário ou alheias - estas, certamente mais interessantes, ou no mínimo, mais profissionais - mas sempre ao meu gosto. E este "meu" é sublinhado, muito sublinhado.
A propósito, a foto na cabeça do blog é minha. Tirada de uma das minhas janelas, num fim de tarde. O mérito que possa ter, advém-lhe mais da paisagem do que propriamente da arte fotográfica do autor.
Como nela se pode ver, a rua onde se situa a morada do escriba, resvala para o rio, e o que vejo todos os dias mal me levanto, não é nada de desprezar.
E para apresentação, parece-me suficiente.
Até logo.
Vic
Generalidades
Apresentação
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