quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

As coisas boas vêm sempre aos pares

E não, não estou a falar do que vocês estão a pensar, nem de qualquer outra parte da anatomia feminina.
Vamos ao que interesssa:
Um texto do ente do norte sobre uma sua fobia, a coulrofobia - para os menos afectos a isto das fobias, esclarece-se que se trata de aversão a palhaços, o que nos dias que correm não deve dar jeito nenhum, tal a profusão com que nos aparecem pela frente nos jornais, telejornais, etc - encerrava com a pergunta sobre se os seus leitores também sofreriam de alguma fobia ridícula.
No fim, achei a fobia dele muito fina se comparada com a minha, que seria - supunha eu - do mais pindérico que há: acrofobia, que define o medo das alturas.


No entanto, este meu medo tem algumas particularidades: não receio estar no último andar do Empire State Building, das torres de Kuala Lumpur, ou mesmo do Woodskyscraper (até porque nunca estive em qualquer deles), desde que esteja da parte de dentro das janelas. Também não receio andar de avião e nunca tive que tomar calmantes para o fazer (embora cada vez menos goste, lembro-me que da última vez que regressei de Paris, encafuado numa sala de espera mais pequena do que é habitual e sobrelotada, dei por mim a suar e a olhar de soslaio para os meus companheiros de viagem à procura num deles, da fisionomia de um potencial terrorista, que poderia a qualquer altura sacar de uma bomba de debaixo da gabardina e fazer explodir o avião).
Ora são estas particularidades que afinal fazem toda a diferença. É que após buscas aturadas, cheguei à conclusão de que não sofro de acrofobia. A minha fobia é muito mais requintada e chama-se Abissofobia, isto é, medo de abismos e precipícios. E não é só, também sofro de Aeroacrofobia, definição para o medo de lugares abertos e altos.
Quer dizer, assim de uma penada, passei de sofrer de uma vulgar e ordinaríssima fobia para sofrer de duas e muito mais requintadas.
De repente, senti-me um homem novo

14 comentários:

  1. Ahaha :)
    Nada como umas boas fobias para retemperar a alma, Vdealmeida.

    Curiosamente Abissofobia pensava que não tinha, até ter andado num teleférico que sobe na vertical, nos Picos da Europa. Deve ter sido a única altura da minha vida em que fiquei com os tomates na boca. e eram os meus. É que nunca mais me apanham numa igual. :)

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  2. Nem me fales nos Picos da Europa!! Caí na patetice de querer ir para os lagos de carro, e só quando já estava na subida é que vi como era, o precipício mesmo ali, e eu sem espaço para fazer inversão de marcha. Tive que ir mesmo até ao fim. Depois, claro que valeu a pena. E na volta foi mais fácil. Mas devo ter ficado como tu.
    O teleférico deve ser o da Fuente De. Terror!

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  3. Já eu tenho medo de toda e qualquer altura!

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    1. Ao que parece. é uma das fobias mais comuns, S*. Mesmo assim, se estiver dentro de um prédio, não me sinto mal :)

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  4. Não conhecia essa fobia aos palhaços, muito menos o nome! Eu julgo que tenho apenas uma modesta claustrofobia, daí detestar andar de avião, em teleféricos nem sequer me meto e não consigo ver ninguém à beira de um precipício (não me assusta se for eu!) Ah, e claro um pavor enorme de abelhas, com receio de ser picada, coisa que nunca fui... :)

    Manias!

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    1. Há mesmo essa fobia, é verdade.
      E essa de não poder ver pessoas à beira de abismosé comum. Fico mesmo muito, ams muito aflito. Mas essa fobia, não sei como se chama. Tenho que investigar.
      Já sobre as abelhas, acho que há que temer é a picada das vespas.
      Ah! e quanto a teleféricos, nem posso acreditar que nunca andaste no funicular do Sacré Coeur.

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  5. lol....se eu t disser que tenho fobia a baloes vais me chamar maluca =)

    Maria

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    1. Não, nada disso. Sabes o que é Anatidaefobia? Medo de ser observado por patos!!

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  6. Tenho medo de andar de avião, mas não é pelas alturas, é por ir sentada numas valentes litradas de combustível. Fuente Dé fez-me alguma impressão, mas abismo, abismo, é para mim a corriqueira ponte 25 de Abril. Detesto lá passar. De autocarro então, nem pensar. Se calhar não é muito inteligente da minha parte morar na margem sul. ;)

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    1. Fatalidades, Alexandra. A mim, o medo das alturas ou de ver pessoas à beira de abismos, torna impossível a minha ida a sítios onde realmente desejava muito ir, o que é penoso. E a Fuente De fui lá, porque não sabia bem ao que ia, se não, nem a caminho me tinha posto.
      (como é que vens para Lisboa?)

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    2. Diariamente, de cacilheiro, claro. O momento zen do dia. Em qualquer outra altura, vou de carro e cerro os dentes o caminho todo. Já tentei atravessá-la a pé na meia maratona a ver se me passava, mas foi pior. O raio da coisa abana que sei lá.

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Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!