domingo, 8 de abril de 2012

Hoje não se perdoa tudo?

Pois então, e como estamos num dia de Páscoa com sol, a chamar a Primavera, atrevi-me a deixar aqui escarrapachadas umas quadras feitas a martelo, mas que até mete anjos, portanto, e acho eu, não muito forado espírito da época. Claro que os poetas me vão chamar nomes, mas como essa é uma das tais coisas que não me chateiam nada, aí vai:


Há um anjo que me acompanha tempo inteiro
Salta-me para os ombros, fala-me, sorri
Olha p'ró lado quando faço asneira
E com ar de sacana ainda se ri

Temos conversas sobre tudo e sobre nada
Falamos alto, baixo ou em sussurro
E muitas vezes discutimos tanto
Que me apetece acabar aquilo a murro


Não sei o que faz quando adormeço
mas acho que me brinca com os sapatos
Tenho que me pôr alerta com o safado
Ou uma noite inda m'espanta os gatos

Mas há dois dias que estou preocupado
Calou-se, desapareceu sem dizer nada
Vou ter que sair para o procurar
Não vá ele estar metido numa alhada

É que com esta coisa das misturas
Entre o tipo terreno e o divino
Já não se sabe bem quem é que é quem
E a qual dos dois afinal cabe ter tino

6 comentários:

Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!