" continua a persistir.
No ano que vem, perfazem-se 40 anos sobre a última vez que a cidade de
Nova Iorque festejou com a sua equipa de basquetebol - os
New York Knicks (diminutivo de knickerbockers) - pela última vez, um campeonato da
NBA.
O basquetebol sempre foi o meu desporto favorito, e desde que
His Airness Michael Jordan apareceu, sigo aquele campeonato com atenção, e a torcer pela equipa dos
Chicago Bulls, que era onde jogava Sua Majestade, e que conquistou 6 títulos na década de 90 do século passado.
Pois enquanto a cidade de
Chicago festejava 6 vezes,
Los Angeles 5, e outras cidades menos notórias também tinham o seu quinhão de vitórias - como
San Antonio - a mui poderosa
Nova Iorque procurava construir equipas capazes de alcançar o titulo, mas sem sucesso. Por muito que adeptos indefectíveis como
Spike Lee gritem e chorem noite após noite no
Madison Square Garden, os anéis nos dedos dos seus jogadores continuam a ser miragens.
E eis que alguns gigantes e muitos milhões de dólares depois, aparece um rapazito de aspecto franzino - 1,91m e 90 kg, (para jogador da NBA pode-se considerar um peso-pluma) - de origem chinesa (os pais dele emigraram de Taiwan para os EUA, onde ele nasceu) chamado
Jeremy Lin, veio dar um novo alento aos desanimados fãs dos Knicks. Tendo entrado no ano passado para a NBA contratado pelos
Golden State Warriors, pode-se dizer que passou quase desapercebido, o mesmo se passando nas 1ºs semanas nos Knicks -por quem foi contratado para a corrente época - onde foi aquecendo os últimos lugares do banco de suplentes.
Até que num repente, a equipa ficou sem 3 dos seus melhores (e mais caros) jogadores - dois por lesão, outro devido à morte de um irmão - e Lin teve a sua oportunidade. Que aproveitou. O rapazito que dividia um modesto quarto com o irmão nos subúrbios de Nova Iorque, nessa noite foi pela 1ª vez titular na equipa e brilhou, sendo considerado o melhor jogador em campo. Os Knicks, que vinham de uma miserável série de 15 derrotas para somente 8 vitórias com todos os seus craques, sem eles mas com Lin, ganhava o 1º jogo de uma série que neste momento já vai em 7, sempre com o sino-americano em grande plano.
Hoje, e passadas somente duas semanas, NI foi assaltada pela
Linsanity e rende-se ao fenómeno, ao “
herói instantâneo”, e sabe-se como os americanos são nestas coisas de pôr um dos seus no topo do mundo.
O mais curioso da história, é que o rapaz que há menos de um mês era quase um anónimo, passou a ser disputado por 3 países como seu: os
EUA, naturalmente,
Taiwan, porque é a sua origem, e a própria
China Popular porque ao que parece uma avó de Lin, teria transitado do continente para a ilha, que, como se sabe, a China sempre considerou como parte integrante do seu território.
É difícil de prever se a carreira de Lin prosseguirá ao mesmo nível - difícil, difícil - mas uma certeza existe já: Lin irá estar no jogo All-Star do próximo ano. Os chineses - da China Popular, de Taiwan e dos EUA - tratarão de o eleger para tal.
"
Algumas pessoas querem que algo aconteça, outras desejam que aconteça, outras fazem acontecer." - Michael Jordan