A minha namorada morreu. Despedaçou-se-me o coração e jurei ser fiel à sua memória. De início, não foi difícil; estava tão aflito que nem sequer conseguia imaginar-me a beijar outra pessoa. Mas passado algum tempo, outra rapariga começou a demonstrar certo interesse. Resisti à abordagem.
- És muito bela - dizia-lhe - mas ainda é muito cêdo. Desculpa.
Não desistia. Não parava de me tocar carinhosamente e de bater as pestanas com rimel. Acabei por ceder e caí-lhe nos braços. O homem pediu-nos que saíssemos. Explicou que o nosso roçagar, os nossos sorvos e as risadinhas incomodavam as outras pessoas do velório.
Dan Rhodes, em A Namorada Portuguesa e outras 100 Histórias
Ainda há pessoas capazes de sentimentos muito profundos
Pois, talvez fosse um bocadinho cedo!*
ResponderEliminarComo dizem os brasileiros " a fila anda"!!
ResponderEliminarFiquei curiosa para ler as 101 histórias, com este excerto!
ResponderEliminarMaravilha...Também fiquei curiosa com o resto das histórias.
ResponderEliminarQue sentimento tão profundo!
ResponderEliminarFiquei curiosa de conhecer o desenrolar da história. O novo amor foi tão intenso como o que acabava?
Não se lê estas coisas todos os dias, não se lê não.
Espectacular, e além disso fiquei muito curiosa.
ResponderEliminarEheheh, quanta resistência à tentação de um novo "amor"? Muito bom... :)))
ResponderEliminarTambém fiquei impressionado com o humor de fino recorte do Dan
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