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Muito perto da fronteira de Vilar Formoso, talvez um pouco mais de uma hora de carro, encontra-se uma aldeia surpreendente: La Alberca. Surpreendente porque a arquitectura predominante não seria suposta ali. Aquelas, são casas que poderíamos perfeitamente enquadrar na paisagem alsaciana ou alemã, mas não ali, em plena Serra de Francia.
E é no nome da serra que reside o segredo: aquela zona foi mandada povoar pelo rei Afonso IX nos séculos XII/XIII, e parte do fluxo migratória teve origem em França, através de D. Raimundo de Borgonha, nobre francês casado com D. Urraca.
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A aldeia situa-se a um pouco mais de 1.000 metros de altitude, e é enquadrada por belos bosques, tendo como fundo o inconfundível alto da Peña de Francia e os picos da serra, que em Abril, com o calor a obrigar-nos a andar já de manga curta, se mantinham ainda nevados.
Mas se desse tipo de paisagem podemos encontrar em muitos lados, o mesmo não se dirá como atrás referi, da que se desfruta ao percorrer-se a intrincada malha urbana.
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La Alberca foi a primeira das várias pequenas aldeias espanholas a ser tornado Património Mundial, e as suas ruas mantêm a sua traça –tal como as casas perfeitamente conservadas na sua grande maioria – sendo tão estreitas que a maior parte da povoação não pode ser percorrida senão a pé.
Como é normal em Espanha, dir-se-á que todas elas vão dar à Plaza Maior, rodeada de casas apoiadas em arcadas construídas sobre colunatas de granito, e pejada de esplanadas, que mesmo num dia de semana fervilham, a qualquer hora do dia
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A aldeia vive essencialmente de artesanato, e da sua produção de mel e de enchidos, mas é curioso verificar a quantidade de hotéis e restaurantes existente num lugar com pouco mais de 1.000 habitantes, a dar a bem a ideia da importância que o turismo ali tem
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Pegando no que antes disse, acrescentaria que percorrer algumas das suas vielas, especialmente se se estiver com fome, se pode transformar numa tortura, uma vez que o cheiro a enchidos e “jamon serrano” paira no ar com uma intensidade extraordinária, e nos entra pelas narinas, convidando a uma paragem no bar de tapas mais próximo.
O porco, é portanto, uma presença incontornável, e os próprios autóctones decidiram demonstrar a quem os visita, a importância que o animal tem para eles.
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Bom, mais uma rica passeata, sem levantar o sim senhor da cadeira! :)))
ResponderEliminarBonitas fotografias e o local deve ser realmente espantoso, fiquei com vontade de visitar... ;)
Ia dizer o mesmo Teté, sem sair do lugar fiquei a conhecer La Alberca e com vontade de visitar...estive em Vilar Formoso o ano passado, dava-me jeito ter visto este post antes...fica prá próxima...
ResponderEliminarMas gostei muito :)
:)
Que interessante, esta não conhecia. Adoro aldeolas ibéricas. As espanholas têm a vantagem de serem sempre mais animadas.
ResponderEliminarHum hum, que vontade de ir passear! Muito gira esta aldeia. A mim agarram-me sempre primeiro pelo estômago, salvo seja :)
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