Que não se pense que este será um panfleto de exaltação do flato. Não! Trata-se tão somente de uma tentativa de correcção de uma injustiça que dura há dezenas de anos, praticada sobre um acto tão natural para o ser humano como o rir, o espirrar, o dormir ou o comer.
Ninguém é criticado por espirrar em público. Já se soltar um flato , Ai! Jesus! que coisa porca, indecente, ordinária. Outros adjectivos depreciativos serão usados e o “prevaricador” olhado de tal forma que se censura matasse….enfim.
Mas, e eis a hipocrisia da situação, tal só se verifica se o acto for praticado em ambiente misto de homens e mulheres (é uma situação limite em que o pretenso "transgressor" não colhe a solidariedade dos seus pares, que se encolhem cobardemente na presença do sexo oposto). Porque o principal inquisidor, o Torquemada deste caso é precisamente o sexo feminino.
Sabe-se desde sempre, que um dos principais passatempos a que os homens se entregam quando estão em grupo - para jogar a peladinha semanal, no emprego ou mesmo em jantares de confraternização - é soltar o flato, uma libertação afinal natural de uma inocente mistura de nitrogénio e dióxido de carbono absorvido do ar, com dióxido de carbono, hidrogénio e metano produzido pelo próprio corpo. (geralmente estes concursos são feitos em função da extensão temporal e da intensidade sonora do gás libertado).
Sabe-se também, que as senhoras, quando em jantares públicos ou outras manifestações em sociedade, se deslocam aos pares ao wc por quatro razões: compor a maquilhagem, criticarem o vestido de uma das outras convivas, soltarem o excesso de gases do champanhe ou da água gaseificada através de sonoros flatos, e rirem-se muito no fim. Em público, criticam asperamente quem responde assertivamente ao apelo da natureza.
Está provado cientificamente que o corpo humano, sem distinção de sexo, produz diariamente um litro de flato. Está também provado cientificamente que o flato, quando reprimido, volta aos intestinos, sendo libertado mais tarde. Isto é, o flato reprimido não é absorvido ou perdido: é adiado. Pelo que mais tarde ou mais cedo as senhoras tão prontas a criticar, terão que soltar o seu próprio litro de gás reprimido. E fazem-no. Seja em público ou em privado.
O mais curioso é que o flato através da história, nunca foi tão abominado como a partir do século XX, tendo actualmente tais manifestações sonoras, quase passado à clandestinidade. As sociedades anteriores, revelaram-se afinal mais razoáveis e tolerantes que a nossa. Recorde-se que o nosso rei D. João V organizava saraus em que o ponto alto era a soltura de flatos, arte em que o soberano era exímio e de que se orgulhava tanto, como da edificação do Convento de Mafra, ou da concepção de filhos bastardos. É também reconhecido por especialistas, um “Concerto para Berimbau e Flato” de compositor brasileiro anónimo do século XVIII, o que prova que a manifestação natural agora repudiada publicamente, já foi popular e até alvo de lisonja.
Esperemos pois, que este libelo ajude a dignificar uma função do nosso corpo tão nobre como qualquer outra (e bem mais divertida que, por exemplo, um espirro) e tão vilipendiada nos dias de hoje.
Ah! E que as senhoras metam a mão na consciência, em vez de apontarem o dedo acusador!
*(na foto, D. João V, o grande mentor do soltar do flato em Portugal)
Ninguém é criticado por espirrar em público. Já se soltar um flato , Ai! Jesus! que coisa porca, indecente, ordinária. Outros adjectivos depreciativos serão usados e o “prevaricador” olhado de tal forma que se censura matasse….enfim.
Mas, e eis a hipocrisia da situação, tal só se verifica se o acto for praticado em ambiente misto de homens e mulheres (é uma situação limite em que o pretenso "transgressor" não colhe a solidariedade dos seus pares, que se encolhem cobardemente na presença do sexo oposto). Porque o principal inquisidor, o Torquemada deste caso é precisamente o sexo feminino.
Sabe-se desde sempre, que um dos principais passatempos a que os homens se entregam quando estão em grupo - para jogar a peladinha semanal, no emprego ou mesmo em jantares de confraternização - é soltar o flato, uma libertação afinal natural de uma inocente mistura de nitrogénio e dióxido de carbono absorvido do ar, com dióxido de carbono, hidrogénio e metano produzido pelo próprio corpo. (geralmente estes concursos são feitos em função da extensão temporal e da intensidade sonora do gás libertado).
Sabe-se também, que as senhoras, quando em jantares públicos ou outras manifestações em sociedade, se deslocam aos pares ao wc por quatro razões: compor a maquilhagem, criticarem o vestido de uma das outras convivas, soltarem o excesso de gases do champanhe ou da água gaseificada através de sonoros flatos, e rirem-se muito no fim. Em público, criticam asperamente quem responde assertivamente ao apelo da natureza.
Está provado cientificamente que o corpo humano, sem distinção de sexo, produz diariamente um litro de flato. Está também provado cientificamente que o flato, quando reprimido, volta aos intestinos, sendo libertado mais tarde. Isto é, o flato reprimido não é absorvido ou perdido: é adiado. Pelo que mais tarde ou mais cedo as senhoras tão prontas a criticar, terão que soltar o seu próprio litro de gás reprimido. E fazem-no. Seja em público ou em privado.
O mais curioso é que o flato através da história, nunca foi tão abominado como a partir do século XX, tendo actualmente tais manifestações sonoras, quase passado à clandestinidade. As sociedades anteriores, revelaram-se afinal mais razoáveis e tolerantes que a nossa. Recorde-se que o nosso rei D. João V organizava saraus em que o ponto alto era a soltura de flatos, arte em que o soberano era exímio e de que se orgulhava tanto, como da edificação do Convento de Mafra, ou da concepção de filhos bastardos. É também reconhecido por especialistas, um “Concerto para Berimbau e Flato” de compositor brasileiro anónimo do século XVIII, o que prova que a manifestação natural agora repudiada publicamente, já foi popular e até alvo de lisonja.
Esperemos pois, que este libelo ajude a dignificar uma função do nosso corpo tão nobre como qualquer outra (e bem mais divertida que, por exemplo, um espirro) e tão vilipendiada nos dias de hoje.
Ah! E que as senhoras metam a mão na consciência, em vez de apontarem o dedo acusador!
*(na foto, D. João V, o grande mentor do soltar do flato em Portugal)
**(quem estava à espera de vir para aqui ler sobre traques e bufas bem se lixou)
Já dizia o grande Shreck "antes fora que dentro"
ResponderEliminarE o Schreck é verde por causa dos flatos reprimidos, Gija :)
EliminarClap,Clap,clap. :)
ResponderEliminarMuito bom, V. A sociedade é contra o flato. A sociedade é má.
Mas o flato não, Troll :). ´Só é mau se for reprimido
EliminarConseguiste tornar um assunto que é visto como brejeiro, numa mistura de artigo científico com um toque de José Hermano Saraiva.
ResponderEliminareheheh! RST, sinto-me lisonjeado
EliminarAhahah! As mulheres são realmente umas megeras, sem respeito por tradições tão milenares!
ResponderEliminarDe qualquer forma, este texto fez-me lembrar uma entrevista séria, que vi em tempos no programa do Jô. Séria, porque o entrevistado era uma médico especialista na matéria, que afirmava que, em média, cada pessoa dava cerca de 14 "puns" por dia... :)))
ps - se bem me lembro, "pum" foi a palavra mais utilizada no programa, se bem que traque, peido, bufa, gás ou flato, entre tantos outros sinónimos ou eufemismos, tivessem sido igualmente pronunciados...
Se há uma coisa em que a língua érica, é em sinónimos, Teté :)
EliminarTenho que ver se encontro essa entrevista
Ahahah, muito bom! (voceses, homes, candidatos ou não a BILF andam a dar-lhe).
ResponderEliminarAguardo curiosa por um texto sobre eructação!
Ah! isso de bifes não é comigo, Anna. Sou vegetariano :)
EliminarMas a eructação não tem tanta piada, pois não? :)
EliminarDepende da qualidade da escrita :))
EliminarIsso é verdade. Vamos ver o que se arranja :)
EliminarLindo!
ResponderEliminarÉ que guardar estas coisas um dia inteiro é coisa para fazer mal à saúde. E o desconforto, senhores, o desconforto!
Tens toda a razão, TR. Muito desconforto e causa de muitas indisposições:)
EliminarNão tenho cá problemas com o flato - toca a todos! - mas dispenso apresentações públicas do mesmo. :D
ResponderEliminarlol! Desta surpreendeste-me, S*
EliminarA arte do pum. Agora fiquei curiosa para ouvir a composição desse anónimo setecentista.
ResponderEliminarOutra função fisiológica igualmente mal conotada, mas de idêntico valor: o arroto.
Nunca aconsegui descobrir, Rachelet. Se calhar, não passa de um mito urbano :)
EliminarQuanto ao arroto...já acho uma arte um pouco mais modesta :)
as senhoras (e os gajos que se comportam como senhoras - única falha nesta bela peça de prosa) deviam, portanto, retirar o dedo acusador de determinado orifício.
ResponderEliminareheheh! Não me atreveria a pedir tanto, M.
EliminarSou absolutamente contra qualquer tipo de repressão!
ResponderEliminarEu também, Nêspera :)
Eliminareste texto é ele mesmo como um peido, pode ser inconveniente e cheirar mal, mas deve ser libertado sem mácula a todo custo...torquemada the inquisition, what a show...muito bom, gostei!
ResponderEliminarTambém pensei o mesmo. Se não o tivesse libertado para o blog, sentir-me-ia embuchado,Xuxi :)
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