terça-feira, 13 de março de 2012

Ainda 3 episódios sobre o tema do post de ontem

- O Marcelino é um tipo muito radical. Há uns tempos teve uma discussão com um padre por causa de um lugar de estacionamento:
- O lugar estava vago, e eu meti lá o meu.
- Mas parece que o homem já estava à espera que o outro saísse. Portanto, tinha prioridade.
- Não tinha nada. Ele era mas era um grande tótó a conduzir, e eu desenrasquei-me melhor. Depois começou a mandar vir comigo em voz baixa. A chamar-me "Meu filho" e a dizer que eu tinha cometido um pecado. Eu dou-lhe o pecado. Armado em anjinho! Sabes o que vou fazer? Escrever um panfleto a deitá-los abaixo?
- A quem?
- Aos padres, claro. E às balelas que impingem. E já sei como lhe vou chamar: "Textículos Satânicos". Podia-se chamar Versículos Satânicos, mas não tenho queda para a poesia.
- Além de que poderias ser acusado de plágio, claro.
*****

2 - A minha vizinha do 2º andar é brasileira, chama-se Florzinha, e é casada com o Douglão. A mulher deve ser muito religiosa, porque todos os dias das 11 à meia-noite, passa o tempo a rezar e a dizer em voz muito alta: "Meu Deus, ai Meu Deus", "Meu Deus, ai Meu Deus", e de vez em quando "Deus é grande", embora a entoação pareça ser "Deus, é grande". Não sei que religião é a dela, os brasileiros têm a IURD e mais umas quantas igrejas diferentes, sei é que as rezas são acompanhadas de uns barulhos estranhos. Deve ser do género dos arekrishna com as campainhas.
Sei é que a religião a deve preencher plenamente, porque ela anda sempre com um ar muito feliz.
*****




3 - O Marcelino - outra vez ele - foi à Foz do Arelho no fim de semana, e trouxe-me uma recordação das Caldas: um Frade que pôs em cima da minha televisão da sala. Não percebi a ideia, a decoração da minha casa não é naif, nem tem nada de folclórica. Enfim, ideias do Marcelino.
Ainda tenho que ver para que serve o raio do fio que sai debaixo do pedestal do frade.

14 comentários:

  1. Muito bom:"Textículos satânicos" soa-me a obra que eu poderia facilmente escrever! Está bom de ver, Vic, tens de levar esse Marcelino lá a casa.
    (e tu tens andado para aqui farto de escrever e eu quase sem tempo para me pôr a par! Vou, mas volto)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Alexandra, se te decidires a escrevê-los, avisa. Quero ser eu a fazer a revisão do livro :)
      (ias aprender muito com o Marcelino, como eu aprendo todos os dias:) )

      Eliminar
  2. You're the preacher...o que eu me ri com o Marcelino e com a vizinha brasileira (essa religião dela é coisa para ser de grande devoção)

    ;)

    ResponderEliminar
  3. Quanto à tua vizinha, sempre ouvi dizer que quem ajoelhou tem de rezar...

    ResponderEliminar
  4. Vic,

    Que inspiração, parabéns por mais um post espectacular!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. :) Obrigado RST, mas limito-me a dar conta das minhas desventuras ...

      Eliminar
  5. Esse Marcelino é danadinho prá brincadeira! Primeiro rouba o lugar de estacionamento ao padre e depois até te oferece prendinhas tão jeitosas? Grande amigo, que tens ali! Agora experimenta lá puxar o fiozinho... em frente da tua mãe, sogra, aquela tia avó conservadora e outros que tais, para ver o que (te) acontece!!! :)))

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Teté, prefiro não fazer isso. Pode acontecer algum óbito inesperado :))))

      Eliminar
  6. Eu gostei do Marcelino, parece-me bem porreiro ele.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E é, Vera. Peculiar, mas à sua maneira, um tipo porreiro :)

      Eliminar
  7. Acho que os meus vizinhos também fazem parte da religião da Florzinha. Às vezes rezam com tanto fervor que a cama até range! A igreja deveria estar agradecida por estes fervorosos devotos!

    Tens um desafio no meu blog =D

    Beijinhos
    Patrícia

    ResponderEliminar
  8. Também acho. Devoção precisa-se, patrícia

    (não sou nada de desafios, mas tentarei :) )

    ResponderEliminar

Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!