quinta-feira, 12 de julho de 2012

Cena de Piscina

Decidi hoje fazer um hiato nos posts programados para vos contar um episódio bizarro que ocorreu na piscina onde passo as minhas tardes. Vou até contar por partes, para não parecer muito confuso.
1 - Aparece lá todos os dias um velhote inglês - deve ter para aí uns oitenta e muitos - que tem um ritual curioso: faz o pino encostado a uma parede durante meia hora, e seguidamente deita-se à piscina de adultos e passa duas horas consecutivas a nadar para um lado e para o outro. Um dia destes, veio-me perguntar as horas dizendo:
- Sênhorrr, que horas serrr, porrr favorrr - respondi-lhe, e em contrapartida ele contou-me que vivia cá há mais de 10 anos (coisa de que desconfiei logo, face ao seu maravilhoso português), e que se sentia cada vez mais jovem, porque fazia aquela ioga diária, seguida das 2 horas de natação, que aquilo lhe activava a circulação. Sinceramente, eu acho que ele todos os dias sai de lá um bocado mais engelhado.
2 - De vez em quando, aparecem lá dois putos a fazer umas tropelias. O encarregado da piscina anda sempre de olho neles, e já os avisou que não podiam jogar à bola, mas acho que eles não ligam pêva ao que ele diz.
3 - Ontem caí na asneira de comer outra vez grão com mão de vaca
4 - Também ontem, apareceu por lá, e pela 1ª vez um casal muito singular: ele pequeno, careca mas com uma enorme monocelha e bastante felpudo em todo o corpo, com barriga de cerveja e uma tanga laranja fluorescente, parece um mini-urso, ela enorme, com mais um palmo que ele, e pelo menos também mais uns 100 quilos. Não sei porquê, comecei logo a imaginar uma cena de cariz sexual entre os dois, Não era bonito!
Pois bem, o cenário é o seguinte: o velho já anda às voltas na piscina, os 2 putos andam a jogar à bola atrás do sítio onde está colocada a prancha de 5 metros porque o encarregado deve ter ido almoçar, e eu estou estendido na toalha a ler, aí a uns 6 ou 7 metros da borda da piscina, e não posso ir ao banho porque ainda não fiz a digestão.
De repente ouço o felpudo gritar aflito:
- Henriqueta, sai daí que ainda cais.Olho, e estava o homenzinho muito vermelho e com os olhos esbugalhados, Sigo-lhe o olhar, e tenho um sobressalto: a mulher está mesmo na pontinha da prancha. E ela responde:
- Não te preocupes, quiducho. Estou só a ver como é aqui de cima.
Nesse momento, é atingida na tola por uma forte bolada, e aí vem ela de escantilhão. Nem queiram saber, aquilo foi uma autêntica bomba! Eu, que nem tive tempo de reagir, levei um banho e fiquei à rasca com medo de apanhar uma congestão por causa da mão de vaca, e o velhote fez os últimos 10 metros da piscina a uma velocidade supersónica e só parou quando bateu com a mona na borda da piscina. Deve ter tido a mesma sensação de ter sido apanhado por um tsunami.
Gerou-se uma grande confusão, foram logo acudir ao velho que nem sabia onde é que estava, e à mulher, que não sabia nadar mas flutuava, o que não admirava tendo em conta o par de bóias que tinha. Ao fim de uma hora, o velho ainda estava zonzo, e passava o tempo a perguntar o que é que estava ali a fazer em cuecas. Lá acabaram por ligar para o lar para o irem buscar. Felizmente que àquela hora a piscina estava quase vazia, senão as consequências podiam ter sido trágicas.
O vigilante da piscina, que entretanto tinha aparecido alertado pelo reboliço, ficou danado. Dizia que ia ter que voltar a encher a piscina e que ia propor à Administração, normas de peso para a utilização das pranchas. Nem ele imagina que foram os putos.
Eles, como o casal não era freguês habitual e não sabia do contencioso deles com o encarregado, foram pedir desculpa, e disseram que tinha sido sem querer, mas eu bem ouvi os sacanas quando passaram ao pé de mim a rirem-se e um a dizer: “Estava a ver que não acertavas na peida gadocha!
Enfim, parece que até nas férias estou condenado a atrair desgraças.

11 comentários:

  1. *Tiago circulava pacatamente pela teia global, quando se depara com este auto-intitulado "hiato". Lê-o e perto do final, depois de tanto se conter, cai para o chão, do alto da janela da cozinha do seu rés-do-chão na Coopalme (de imediato ficando sem o portátil) levanta-se e ri, ri muito. Ri tanto que foram chamados os bombeiros para o levar para o Telhal... A situação ficou controlada pouco passavam das onze e meia.*

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  2. "...e o velhote fez os últimos 10 metros da piscina a uma velocidade supersónica e só parou quando bateu com a mona na borda da piscina. Deve ter tido a mesma sensação de ter sido apanhado por um tsunami." Esta parte é MARAVILHOSA! Ahahahhahaahahaahahaha

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  3. eheheheheh belo dia de piscina, foi só animação eheheh

    Beijinho :)

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  4. Ahahahah! Muito bom, mesmo! Parece uma comédia! A descrição feita está maravilhosa, parece que já estou a ver tudo! :D

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  5. looooooooooooollll MARAVILHOSO....olha os malandros vistes....
    Riem-se deles nao é...entao toma lá ahahahha

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  6. Não te queixes, o mal não foi muito grande e de certeza que vais rir-te disto durante uns bons anos!

    Gostei do tsunami ahah

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  7. Ahahahah! Bem, Vic, isso deve ser karma mesmo! Mas que eu até gostava de saber onde passas as tuas férias, lá isso gostava ;p

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  8. Ahahah, pensavas que mudando a localização geográfica essa tendência se esbatia, era? ;)

    Valeu a pena levares um banho, na minha opinião. Pudeste testemunhar (mais) uma bela 'situação' :D

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  9. Ahahah, digno de um filme cómico! Já pensaste escrever um argumento cinematográfico com essas histórias que te acontecem?!? :)))

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  10. Pobre de ti Vic! Isso já é Karma!! :)

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Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!