Pussy Riot e o Estalinismo

O grupo punk e feminista "Pussy Riot" (nome muito sugestivo, sem dúvida), está a ser julgado, por ter ter "insultado" Vladimir Putin numa "oração" levada a efeito numa catedral ortodoxa.

A acusação quer uma pena de 3 anos por acto de vandalismo e incitação ao ódio religioso.

Durante um concerto em Moscovo, Madonna defendeu o grupo, e foi de imediato insultada pelo vice-primeiro ministro russo, o bom cão de fila do chefe, que deixou escapar a seguinte pérola:"Com a idade, toda puta velha tende a dar lições de moral a todo mundo. Em particular, em suas viagens pelo estrangeiro"

Os adversários de Putin, vêm nisto tudo, resquícios de estalinismo. Exagero! Com Estaline, as raparigas já teriam desaparecido. Com Khrushchev estariam a caminho de um gulag. Bem, se calhar em ambos os consulados, elas nem sequer teriam cantado. Agora, o que não há dúvida é que o regime ainda não perdeu alguns dos tiques totalitários que tinha, embora se tenha sofisticado nos métodos.

Para dar um ar de legalidade ao que faz, sustenta-se numa justiça por si controlada e assim, está tudo muito bem, muito correcto.

Talvez este seja um sinal para quem por cá ainda pensa que a nossa democracia é irreversível. Até porque, neste momento, poderá a nossa situação não ser assim tão diferente da que vigora na Rússia.

Ou então sou eu que ando um bocado confuso.