Pequena conversa que mantive numa das maiores livrarias de Lisboa, há tempos atrás:
- Tem o último livro do Jô Soares?
- Qual? “O homem que matou Getúlio Vargas”?
- Não. O último mesmo: “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras”.
- Hum...não, esse não.
- Nem prevê quando terão?
- Não. Deve estar em fase de tradução!
- ????
Desiludido penso: caramba, cada vez nos distanciamos mais!
Mas depois, passo os olhos por um dos livros de pequenas histórias do Alçada Baptista, e leio uma delas, que é mais ou menos isto:
Um amigo meu, diplomata brasileiro, é destacado para a embaixada do seu país em Haia. Chegado á cidade à noite, na manhã seguinte, apressa-se a telefonar para o Embaixador.
Responde-lhe o porteiro:
- Não está.
Conhecedor da hierarquia da embaixada, foi inquirindo na tentativa de falar com alguém, mas a resposta foi sempre a mesma:
- Não está.
Farto da resposta repetida, inquire:
- Mas ninguém trabalha de manhã?
- Não, de manhã não estão. De tarde é que não trabalham!
Respiro aliviado: Afinal, nem tudo está perdido!
Ahahah! porteiro sincero.
ResponderEliminarAinda não encontrei o livro, nem na feira! Mas olha que o último livro que li de uma brasileira, sem tradução, tornava a leitura difícil. Há uma série de palavras que eles usam que nós não conhecemos... :)
ResponderEliminarEssa história de Alçada Batista está muito bem apanhada! :D
Hahahahhahahahahahahaah Olha que de lá para cá não é, de facto, necessário tradução (apesar de, como diz a Teté. a leitura não ser fácil), mas de cá para lá, é absolutamente necessária... É, realmente, outra língua...
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