Cheguei á conclusão que alguém me deitou mau olhado. É que as coincidências são demais.
Agora que matuto no desaparecimento prematuro da minha vizinha do 3º andar da frente - prematuro porque ela vinha a diminuir de tamanho de lingerie (só do tamanho da peça e não da medida, ok?) a bom ritmo - e passo em revista as desgraças que me vêm a acontecer de há tempos para cá, só pode ser mesmo mau olhado.
Ora vejamos:
- Há uns dias, pelas 5 da manhã, tocou o telemóvel que estava na mesa da cabeceira. Como estava embrenhado num sonho que aqui não posso agora contar, acordei sobressaltado e como não me lembrava onde estava e aquilo parecia uma sirene dos bombeiros, quando saltei da cama atarantado e sem sentido de orientação, bati violentamente com o nariz na parede com tanta força que quase caí para o chão com a dor excruciante. Fui à casa de banho ver-me ao espelho, e o sítio outrora ocupado por um belo nariz - embora não muito pequeno, reconheço - agora estava uma coisa que parecia uma beterraba a pingar sangue. Bonito! Já nem consegui adormecer.
- Decidi compensar-me da desgraça e fui à tasca comer um grão com mão de vaca regado com um tinto alentejano. Fiquei com uma soneira, que nem imaginam. Ao fim de duas horas, acho que já com a digestão feita (mas com a soneira a permanecer firme), decidi ir dar um pequeno corte ao cabelo. A minha “barbeira” estava de férias, de modo que fui atendido por um brasileiro um bocado abichanado. Lavou-me a cabeça, e demorou tanto a massajar-me o couro cabeludo que às tantas eu estava quase a ressonar. Lá fui para a cadeira de corte, expliquei-lhe como queria o corte, e o tipo tanto fez que adormeci mesmo. Quando ele me acordou e disse:”Está pronto, siô”, olhei-me ao espelho e dei um salto na cadeira. Parecia o Santo António, mas sem a coroa (vá lá!). Já não me bastava o nariz á Batatoon. Ainda por cima, teve a lata de me dizer; “’Cê já tem umas branquinhas. Até que uma coloraçãozinha não ia mal, hein?”. Fiquei a olhar para ele com cara de parvo, e quando me recompus só me apeteceu dizer-lhe; “Vai mas é pintar a $#%&; da tua mãe, seu €&@$eiro do #&€&@€%!”. Logo eu que sou um tipo tão eucado
- A minha vizinha do 161 nunca mais se espalhou à minha frente, apesar das minhas preces (cada vez acredito menos que Deus exista), e de andar sempre a espreitar à janela para verificar se ela vem a descer a rua, e assim nunca mais consegui verificar se continua fã da depilação à brasileira (mas já vi que fez, pelo menos, uma nova tatuagem).
- Em casa, tive uma pequena inundação. Esqueci-me de uma torneira aberta, e quando cheguei a casa tinha a casa de banho e o quarto inundado. De repente, fez-se luz no meu cérebro, e debrucei-me debaixo da cama com o coração aos pulos. O pior tinha acontecido. As minhas colecções de revistas da Penthouse e Hustler americanas, os primeiros dez números da revista Gina (edições históricas), e principalmente, vários filmes para adultos em VHS como os “Best of Angelica Bella e Deborah Wells” (um clássico); O Confessionário (outro clássico, este protagonizado pela Monica Roccaforte); “As Aventuras de Rocco na Polónia“; “Bite my Butt, Director’s Cut” e mais dois ou três menos relevantes. Isto é, o esquecimento custou-me uma fortuna (a nível sentimental). Ainda passei o secador em tudo e depois pus a secar, mas só consegui recuperar o “Big Boobs from Ucrania”, que nem é nada de especial.
- A tipa que mora no andar de cima arranjou um namorado novo. Agora aquilo é todas as noites um sarrabulho do caraças, a cama dela range que se farta e eles falam tão alto, que eu até fico a saber em que posição estão (nunca ouvi mencionar a de missionário, pelo que o rapaz deve ser muito evoluído e grande expert no kama sutra). E aquilo dura até às tantas da manhã, o tipo deve tomar anabolisantes. Já tive que reforçar a dose de xanax, ou não consigo dormir nada.
- O Marcelino cravou-me mais 100€, Qualquer dia abro uma sucursal e começo a cobrar juros aos tipos que me cravam. O pior é que depois, não vejo, nem juros nem capital. Não tenho espírito empreendedor, quanto mais de agiota.
Portanto, já estão a ver que é muita coisa para isto poder ser só coincidências. Ainda para aí olho grande de alguém.
De facto, Vic, há por aí bad vibes!
ResponderEliminarO pior de tudo foi bater com o nariz. Estou a brincar, não foi nada. O pior, foi mesmo o desaparecimento da boazona do 3º andar :(
Não permita que o Marcelino lhe pague em toalhas de praia.
Eu nem sei o que foi pior, Margarida. Tem sido uma série de desgraças, que é difícil fazer a distinção.
EliminarÉ melhor ir à bruxa, sim :P
ResponderEliminarJá vi sim, Karenina :)
EliminarLOL. O que te divertes com estas estórias mirabolantes!
ResponderEliminarNão sabia que comendo um prato alentejano se ficava com sono. Mas tem lógica!
Cabelinho à Sto António é coisa de levar uma destas ruivas abaixo não te largarem mais!:)
(essa dos barulhos faz-me lembrar uma situação da faculdade: tinha uma colega que todos os dias se queixava da vizinha. Dizia ela que, não bastante os gemidos e gritos, ainda tomava banho e cantava logo de seguida...de madrugada, claro!:))
Nina
Não foi só o prato, Nina. Aquilo já é pesado, mas o vinho ajudou.
EliminarMas as ruivas não me ligam, estás enganada. Tal como as louras e as morenas :)
Agora, a vizinhança é mesmo um problema, principalmente quando elas são barulhentas, eheheh
Só não percebi como é que conseguiste encontrar uma tasca aberta às cinco da manhã para comer grão com mão de vaca...
ResponderEliminarNá, Rafeiro. Foi só passadas umas horas :)
EliminarSó pode ser mau olhado mesmo...são muitas coisas más e todas ao mesmo tempo :(
ResponderEliminarIa perguntar o mesmo que o Rafeiro eheheh
As melhoras, depois disto tudo um prémio vinha mesmo a calhar...tem fé meu filho :p
ehehehehhehe
Beijinho :)
Resta saber qual é o prémio, Maria :). Se for como até aqui, prescindo
EliminarE pronto, como se vê, já respondi ao Rafeiro :)
Pintar as brancas não é de macho. Apoio-te.
ResponderEliminarObrigado, S*. Até me dá um certo charme :)
EliminarNão há dúvida, anda bruxedo por aí. Resta saber o que andaste a fazer para te quererem tanto mal ;p
ResponderEliminarMais uma vez, fartei-me de rir contigo (ou melhor, de ti. assim é que é).
Ri-me e não só... ai o R. Siffredi, pena já se ter reformado... ;)
Essa agora! Tens pena que o Siffredi se ter reformado? Por essa não esperava Mam'Zelle :)
EliminarAhahahahahahahaha!! Eu disse várias coisas neste meu comentário e, claro, como eu já esperava, só focaste a tua atenção na parte do Siffredi :D É normal que não estivesses à espera disso, pois não me conheces, Vic. Ou isso ou então eu estar a meter-me descaradamente contigo, para ver a tua reacção, e tu caires que nem um patinho ;P
EliminarAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!
ResponderEliminar:D
EliminarEste post é a tua cara, Vic :D
ResponderEliminarNão sei se isso é bom, se é au, Elsa:)
ResponderEliminarMau olhado? Não acredito nessas crendices. Uma série de acontecimentos que te levaram por esses caminhos.
ResponderEliminarNão me recordo de, alguma vez, ter comido mão de vaca. já comi pézinhos de coentrada, estes aõde porco, certo? Seja como for as extremidades dos animais não são a minha especialidade, prefiro as picanhas e carnes similares.
O teu humor sempre na mó de cima, caro Vic.
Nunca ouviste aquela do Não acredito em bruxas, Pérola? :)
EliminarAs mãos de vaca são boas com grão, mas é um cadinho pesado :)
Só tu para padecer tanta "desgraça" junta! O melhor é ires à bruxa! Ora aí está um bom pretexto para meteres conversa com a vizinha do 161: pode ser que ela conheça alguma! :)))
ResponderEliminarIsso queria eu. Mas não tenho lata para meter conversa com ela. Aquilo é um bocado intimidante, Teté :)
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