Vistos e Revistos (9) - A Vida de Brian

Quando iniciei esta rubrica, alguns que normalmente me lêem poderão ter sido levados a pensar que iria aqui postar sobre os grandes filmes da minha vida. Em parte assim é, mas preferi publicar algo, não sobre blockbusters, mas sobre filmes talvez menos conhecidos, e que, de certo modo, pudessem constituir novidade e descoberta para alguns de vós. 

Naturalmente, gostei, só a título de exemplo, de O Silêncio dos Inocentes, mas para quê estar a divulgar um filme que quase toda a gente viu? 

Feito este esclarecimento, vamos ao filme de hoje, talvez o meu preferido protagonizado pelos Monty Python, e com realização de um deles, (Terry Jones), A Vida de Brian 

Trata-se de uma sátira que devido ao seu cariz religioso, provocou polémica, situação que de forma alguma incomodou os autores. O filme relata a vida de um rapaz da Judeia, que por infortúnio nasce no mesmo dia que Jesus e a pouca distância do “presépio”, sendo confundido com o “salvador“. Tal coincidência é suficiente para criar uma série de equívocos que começam exactamente no dia em que nasce e que se irá prolongar pela sua vida fora, dando lugar a uma épica sucessão de sketches delirantemente divertidos, e que têm quase sempre por base o convencimento das massas que Brian é o Messias. 

O filme é de baixo orçamento - como todos os dos Monty - e os cinco elementos do grupo desdobram-se em inúmeros papéis, o que torna o filme ainda mais hilariante. Diálogos brilhantes, a critica política e religiosa sempre presente, o filme tem cenas de antologia, como aquela em que Brian, fugindo da multidão que o toma por Jesus, cai em cima de um ermitão em voto de silêncio há uma série de anos, quebrado na altura, naturalmente. Outra, uma cena de apedrejamento, que quem vê o filme decerto nunca mais esquecerá. 

Trata-se de um dos meus filmes 5*