sábado, 23 de junho de 2012

Vistos e Revistos - Gilda

Gilda (1946) - Charles Vidor

Este talvez tenha sido um dos primeiros filmes em que a mulher era mostrada na sua beleza plena e terrena, a Eva, “pecadora” e violentamente erótica, com uma feminilidade felina quase excessiva. A obra de Vidor mostrava toda a opulência de formas da ruiva Rita Hayworth, então no auge da sua beleza, e que justamente era considerada à altura, a Deusa do Amor. É um filme negro, muito anos 40/50, com uma história bem estruturada de paixão e traição, que envolve o trio formado pelo dono de um casino, Mundson, a sua provocante mulher e um croupier, Farrell (interpretado por Glenn Ford, à altura um dos galãs de Hollywood), que tinha, em tempos, sido amante de Gilda. A partir da altura em que se reencontram, estabelece-se um clima de tensão entre Gilda e Farrell que se adensa quando Mundson, afinal um agente nazi, encena a sua morte, regressando depois para matar o croupier e a sua “viúva”, o que acaba por não se concretizar. Para além do evidente apelo sexual de Rita, latente em cada minuto do filme, é curiosa a sugestão, muito dissimulada, da homossexualidade de Mundson, que parece sempre mais atraído pelo jogador que pela sua mulher, o que, para a altura em que foi realizado, constituía um desafio atrevido face à moralidade vigente 
Os cartazes de anúncio ao filme diziam que “Nunca houve uma mulher como Gilda”. 
Provavelmente, manter-se-iam hoje muito actuais, porque a beleza de Hayworth será sempre qualquer coisa de extraordinário.

5 comentários:

  1. Vi o filme há tantos, tantos anos, que já não me lembrava minimamente do enredo! Curioso, é que as fotos dela nesse desempenho ficaram para a história... :)

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  2. Não vi o filme, mas que esta atriz era um espanto, lá isso era.:)

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  3. Os homossexuais gostam de ser visto com belas mulheres, até as escolhem para casar e esconder a sua orientação. Seria a extraordinária de Rita mais uma das sugestões?

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    1. Eu acho é que as mulheres têm uma certa tendência para se tornarem muito amigas de homossexuais.
      No caso da Gilda, parece-me mais aquilo que apontas, realmente. :)

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  4. É interessante o que a própria comentava... qualquer coisa como... que os homens se deitavam com Gilda e acordavam com ela. Numa alusão à sua personalidade tão diferente da da personagem (e portanto uma desilusão para os homens).
    Curioso também foi a tenacidade da mesma, necessária à sua entrada no star system. Sendo ela uma bailarina de formação, não era aceite no cinema pois tinha um ar demasiado hispanico. Por isso ela teve que eliminar cabelos, de forma a ficar com uma testa mais ampla (imagino o quão penosa não deveria ser a depilação definitiva à época), pintar o cabelo... e outras coisas mais... imagino.
    Adoro este filme.
    Joana

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Eu leio todos com atenção. Mas pode não ser logo, porque sou uma pessoa muito ocupada a preencher tempos livres!